S�o Paulo e Bras�lia, 26 - Pelo que se viu nesta quarta-feira, 25, no mercado financeiro, a pris�o do banqueiro Andr� Esteves pode custar caro para o BTG Pactual, institui��o com R$ 300 bilh�es em ativos que ele presidia na condi��o de acionista controlador at� ser preso na Opera��o Lava Jato. Apesar de o Banco Central divulgar nota alegando que o BTG "apresenta robustos indicadores de solidez" e o balan�o declarar que h� R$ 40 bilh�es em caixa, o mercado teve uma rea��o nervosa.
Na Bovespa, as a��es do BTG chegaram a despencar 40% e fecharam com queda 21%. Arrastaram junto os pap�is de outros bancos, como Banco do Brasil (-6,45%), Bradesco (-4,87%) e Ita� Unibanco (-4,91%). Gestores e operadores relataram que havia um temor no mercado com a exposi��o das grandes institui��es a t�tulos privados, fundos de investimentos e outros ativos do BTG Pactual. "Os bancos s�o ligados entre si e o BTG � um dos maiores do Pa�s", afirmou um gestor. N�o se v� no momento, por�m, um risco � sa�de do sistema financeiro.
Por outro lado, um experiente empres�rio do mercado considerou a pris�o um baque para a credibilidade do setor. "Sem condenar por antecipa��o, o dano � reputa��o do banco parece enorme. E na atual conjuntura, mesmo um banco m�dio em apuros pode gerar marola."
Espalharam-se rumores de que os fundos do BTG sofreram uma onda de saques - que o banco negou e s� poder� ser dimensionada nos pr�ximos dias. Houve relatos de que clientes com investimento sem liquidez (como LCA, LCI e CDB) tentaram, mas n�o conseguiram fazer resgates. A informa��o tamb�m foi negada pelo banco. J� h� consenso que os pr�ximos meses ser�o duros. "O BTG n�o � banco de varejo. Bancos como ele n�o quebram do dia para a noite. Se tem problema, definha", disse uma fonte do mercado.
O analista da ag�ncia de classifica��o de risco Moody�s, Alcir Freitas, definiu em parte o estado de �nimo que se instalou. "Esteves � um administrador-chave no BTG e uma aus�ncia prolongada poderia ser negativa para o banco", disse, em comunicado. A ag�ncia deixou claro que a nota de cr�dito pode ter impacto negativo caso Esteves fique fora por muito tempo.
Rea��o
A primeira rea��o dos demais s�cios e executivos do banco foi sinalizar que o BTG pode seguir sem Esteves. "� hora de mostrar o valor da partnership (sociedade)", definiu uma fonte do banco. O evento promovido pelo BTG no Rio de Janeiro, que seria aberto pelo pr�prio banqueiro, foi mantido. O conselho de administra��o aprovou um programa de recompra de a��es, que reverteu a queda dos pap�is na Bolsa.
Paralelamente, o economista P�rsio Arida, que � s�cio do banco, assumiu como presidente interino. Arida foi um dos pais do Plano Real e tem credibilidade. "Foi uma n�tida estrat�gia para preservar a imagem do banco, pois Arida, n�o � um executivo para o dia a dia", avaliou um empres�rio do setor.
Para isolar o banco da Lava Jato, os s�cios estariam se mobilizando para comprar a parte de Esteves, segundo fonte pr�xima ao banco. Esteves � o maior acionista com pouco mais de 20% das a��es. Uma fonte do banco afirmou que "ainda � cedo para falar em mudan�a na partnership". Houve coment�rios de que o BB compraria o BTG para evitar a quebra se a situa��o se agravasse, mas os bancos negaram. Colaboraram Suzana Inhesta e Karin Sato. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.