Rio, 01 - A queda de 2,0% no PIB da Agropecu�ria no terceiro trimestre de 2015 ante o mesmo trimestre do ano anterior foi puxada pela expectativa de perdas na lavoura de cana de a��car, caf� e laranja, explicou nesta ter�a-feira, 1� dezembro, Claudia Dion�sio, gerente das Contas Nacionais Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).
A estimativa de outubro do Levantamento Sistem�tico da Produ��o Agr�cola, tamb�m apurado pelo IBGE, prev� que o Pa�s ter� este ano uma safra de cana de a��car 4,2% menor do que a do ano passado. A produ��o de caf� deve encolher 6,4%, enquanto a de laranja deve diminuir 3,3%.
"A cultura mais importante que a gente destaca aqui � a cana. S� que a cana est� com expectativa de queda no ano, e 50% desse resultado da safra do ano a gente est� computando j� nesse terceiro trimestre", justificou Claudia.
O resultado s� n�o foi pior porque a safra de milho de 2015 deve ser 7,4% maior do que a de 2014. "O milho est� amenizando um pouco essa queda da cana", disse.
No caso do caf�, 40% da estimativa de safra - e consequentemente da perda em rela��o ao ano anterior - tamb�m foi incorporada ao PIB do terceiro trimestre."Por �ltimo vem a laranja, que pesa menos, mas tamb�m est� com queda no ano, e 50% da lavoura colhida � no terceiro trimestre", acrescentou.
Revis�es
O IBGE atualizou as informa��es sobre o (PIB) nos dois primeiros trimestres de 2015, sempre na compara��o com o mesmo trimestre do ano passado. A agropecu�ria teve uma varia��o positiva com a incorpora��o de atualiza��es de dados da safra mais favor�veis, explicou Claudia Dion�sio.
A pecu�ria e extrativa florestal tamb�m tiveram resultados melhores. Com isso, o PIB da agropecu�ria passou de uma alta de 4,0% para 5,4% no primeiro trimestre, ante o mesmo trimestre de 2014. No segundo trimestre ele saiu de alta de 1,8% para alta de 2,2%.
O PIB da ind�stria, por sua vez, sofreu uma piora, puxada por dados piores na produ��o e distribui��o de servi�os de eletricidade, �gua e esgoto, em que houve uma mudan�a na contabiliza��o dos insumos para termoel�tricas. O IBGE incorporou dados fechados fornecidos por empresas de saneamento (�gua e esgoto), antes apenas projetados no c�lculo.
A constru��o civil tamb�m passou a incorporar dados mais recentes da Produ��o Industrial Mensal (PIM), tamb�m revisados para baixo. Diante disso, o instituto revisou o PIB da Ind�stria do primeiro trimestre de 2015 ante o primeiro trimestre de 2014 de -3,0% para -4,4%. O dado do segundo trimestre saiu de queda de 5,2% para queda de 5,7%.
O c�lculo do PIB de Servi�os foi impactado por uma apura��o de valores menores do aluguel, ap�s a incorpora��o dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (PNAD) mais recente, de 2014. O IBGE revisou o PIB de Servi�os do primeiro trimestre de 2015 de -1,2% para -1,4% na compara��o com o primeiro trimestre de 2014. No segundo trimestre, o PIB de servi�os saiu de -1,4% para -1,8%, tamb�m ante o mesmo trimestre do ano passado.
A despesa do Consumo das Fam�lias acompanhou o movimento negativo da ind�stria e do setor de servi�os. No primeiro trimestre a revis�o foi de -0,9% para -1,5% ante o mesmo per�odo de 2014. No segundo trimestre o consumo das fam�lias passou a registrar um recuo de 3% ante 2,7% anteriormente, tamb�m na compara��o com o mesmo trimestre do ano anterior. "� natural que o consumo das fam�lias acompanhe o movimento de ind�stria e servi�os", disse Claudia.
O consumo do governo passou de -1,5% para -0,5% no primeiro trimestre ap�s a revis�o, em que houve incorpora��o de dados de despesas de estados e munic�pios. No segundo trimestre a queda passou de -1,1% para -0,3%.
O investimento medido pela forma��o bruta de capital fixo (FBCF) tamb�m refletiu a piora na constru��o civil e na ind�stria em geral, al�m de uma queda mais acentuada das importa��es. Com isso, a queda no indicador foi agravada de 7,8% para 10,1% no primeiro trimestre. No segundo trimestre, a retra��o tamb�m se aprofundou: de 11,9% para 12,9%.
O IBGE revisou ainda os dados do setor externo. O crescimento das exporta��es no primeiro trimestre saiu de 3,2% para 3,3% e de 7,5% para 7,7% no segundo trimestre. Por sua vez, as importa��es registraram queda maior no primeiro trimestre, saindo de 4,7% para 5%. No segundo trimestre a queda nas importa��es de bens e servi�os saiu de 11,7% para 11,5%.