S�o Paulo, 01 - O presidente da Associa��o Brasileira da Ind�stria de Materiais de Constru��o (Abramat), Walter Cover, avalia que o resultado do PIB do Brasil no terceiro trimestre de 2015, de queda de 1,7% em rela��o ao segundo trimestre deste ano, e de recuo de 4,5% ante o mesmo per�odo de 2014, confirma a leitura de que 2015 foi um ano muito negativo como um todo - e que o faturamento real da ind�stria de materiais de constru��o deve fechar o exerc�cio com queda de 11,5%.
"A ind�stria de materiais de constru��o est� inserida na ind�stria de transforma��o, que deve ter neste ano uma queda muito superior � do PIB", disse Cover, em entrevista ao Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado. "A ind�stria de material de constru��o neste ano registrar queda de 11,5% no faturamento real, resultado de uma queda de 14% na atividade na constru��o civil e de 8% no faturamento real do varejo", estimou.
Segundo o executivo, a retra��o no faturamento do varejo ocorre em fun��o da alta no desemprego, da queda no rendimento das fam�lias e da dificuldade de obten��o de cr�dito. "Isso afeta muito as fam�lias. As pessoas ainda empregadas t�m medo de serem demitidas, e acabam postergando as reformas nas moradias".
Cover ressalta que, no ambiente da constru��o civil, o fen�meno � parecido, destacando que o mercado de infraestrutura foi bastante afetado pela conjuntura da Opera��o Lava Jato. "As grandes empreiteiras pararam de operar com obras novas", disse. "Tamb�m h� a falta de confian�a dos empres�rios na economia para investir em novos empreendimentos".
O executivo ainda afirmou que � necess�ria uma mudan�a no discurso do governo, de modo a criar uma agenda positiva que permita a retomada do crescimento econ�mico. "Temos que terminar o ajuste fiscal e, com isso, o governo precisa de uma proposta de crescimento. S� se fala em ajuste e aumento de imposto, e essa � uma agenda negativa. Ajudaria a criar um ambiente de neg�cios positivo se come�armos a ter um projeto de crescimento para meados de 2016 e 2017".
2016
Para o ano que vem, o presidente da Abramat afirma que a expectativa � de que seja um ano "menos ruim" do que 2015. "Devemos ter uma infla��o menor, ajudada pela retra��o econ�mica", disse Cover, destacando que esse fator, em combina��o com os acordos salariais e com o reajuste no sal�rio m�nimo, devem gerar uma percep��o de que a renda real parou de cair. "Isso pode ajudar a restaurar a confian�a, as fam�lias podem come�ar a pensar que o pior j� passou".
Em rela��o �s construtoras, o executivo tamb�m afirma que alguns fatores podem pesar favoravelmente ao longo de 2016, com os leil�es de log�stica podendo reaquecer o mercado de obras de grande porte. "O Minha Casa, Minha Vida nas faixas 1,5, 2 e 3, j� com o dinheiro do fundo de garantia, pode ter um desempenho melhor que em 2015".
Cover ainda destaca que o d�lar alto pode gerar um efeito positivo para o setor, acelerando o processo de substitui��o de importa��es e ajudando nas exporta��es do segmento.