
Problemas com a garantia foram objeto de 15% das queixas registradas em 2014 no sistema de reclama��es do Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). No pa�s, o �ltimo levantamento refere-se a 2013, quando 24,9 mil consumidores procuraram os Procons para reclamar da venda irregular de seguros, segundo o Minist�rio da Justi�a.

No in�cio deste ano, as gigantes varejistas Casas Bahia, Magazine Luiza, Ponto Frio (Globex), Ricardo Eletro, Lojas Insinuante e Fast Shop foram multadas em R$ 28,9 milh�es pelo Departamento de Prote��o e Defesa do Consumidor (DPDC), do Minist�rio da Justi�a, por pr�tica abusiva na venda de produtos, popularmente conhecida como venda casada. Na ocasi�o, as companhias negaram a pr�tica e alegaram que seguem as determina��es do CDC.
Maria L�cia Scarpelli, coordenadora do Procon Municipal de BH, considera esse tipo de seguro “absolutamente desnecess�rio e n�o funcional na pr�tica”. Ela observa que o consumidor j� est� protegido em duas situa��es: “Na garantia legal (Lei 8078/90) e na garantia de f�brica de um ano”, afirma. Scarpelli lembra que o Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) expediu recomenda��o em 2013, com abrang�ncia nacional, para coibir abusos na venda da garantia estendida. “Est�vamos pressionando demais, mas o com�rcio recorreu e conseguiu algumas liminares que favorecem a venda do seguro”, disse.

A economista Cl�udia Golpini alerta que essa pr�tica � muito frequente na compra de eletrodom�sticos junto a pessoas menos esclarecidas. “Faz parte da cidadania do consumidor procurar seus direitos e isso tem sido feito com pouca frequ�ncia. Esclarecimento � um ponto fundamental para a conquista de direitos”, disse. O aposentado Jos� In�cio Ribeiro conta que pagou R$ 200 para ter um ano adicional de garantia, ao comprar um televisor.
“O aparelho custou R$ 1.400 e preferi n�o arriscar. Acho que fica mais caro mandar consertar”, disse. J� para Jamir dos Santos, a garantia estendida n�o vale a pena. “Eu n�o caio nessa”, resumiu o aposentado, enquanto comprava na �ltima quinta-feira um ventilador no Centro de Belo Horizonte por R$ 99. “A garantia de um ano j� est� de bom tamanho e n�o quero arcar com mais uma taxa”, afirmou.
Campanha A Proteste – Associa��o Brasileira de Defesa do Consumidor come�ou recentemente uma campanha para ampliar para dois anos o prazo da garantia gratuita. A entidade enfatiza que a garantia legal, estabelecida pelo CDC, j� protege o consumidor. “A venda e contrata��o da garantia estendida foram regulamentadas em outubro do ano passado e est� proibido o condicionamento da compra do produto � contrata��o da garantia estendida, assim como dar desconto na compra em caso de aquisi��o do seguro”, refor�a a Proteste, em nota.

Sem reparo, cliente deve ser indenizado
Por determina��o do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), o consumidor pode desistir de adquirir um tipo de seguro ou contratar a garantia estendida em at� sete dias ap�s o fechamento do neg�cio. A pena por infra��o pode variar de R$ 10 mil a R$ 500 mil para os lojistas e as seguradoras.
Em caso de problemas com o produto durante a vig�ncia do seguro de garantia estendida, o cliente ter� direito ao reparo do bem, sua reposi��o ou pagamento em dinheiro. Se n�o for poss�vel realizar o reparo, a indeniza��o ao segurado se dar� na forma de reposi��o por bem id�ntico. Quando isso n�o for poss�vel, dever� ser dada a op��o ao segurado de devolu��o do valor consignado no documento fiscal ou de reposi��o por um bem de caracter�sticas similares, limitado ao valor que consta no documento fiscal.