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Estado de Minas

Grandes redes de hot�is apostam em BH ap�s excesso de vagas para a Copa

Pelos menos duas grandes redes hoteleiras est�o aportando em Belo Horizonte


postado em 07/12/2015 06:00 / atualizado em 07/12/2015 07:45

Recepção do Radisson Blu, hotel da categoria superluxo inaugurado terça-feira, na região da Savassi(foto: Rafael Carrieri/Divulgação )
Recep��o do Radisson Blu, hotel da categoria superluxo inaugurado ter�a-feira, na regi�o da Savassi (foto: Rafael Carrieri/Divulga��o )
Depois do boom de empreendimentos hoteleiros para a Copa do Mundo, que elevou a oferta de quartos muito al�m da demanda e mergulhou o setor na crise, a atividade come�a a dar sinais de iniciar um processo de consolida��o e retomada na capital mineira. Pelos menos duas grandes redes hoteleiras est�o aportando em Belo Horizonte, apesar do rastro de obras inacabadas, hot�is fechados e demiss�es que o Mundial deixou. A Nobile Hot�is, que abriu um empreendimento em Varginha e vai se instalar em Juiz de Fora, negocia sua entrada na capital, com investimento estimado de R$ 1,5 milh�o para a convers�o de um hotel em opera��o para uma das bandeiras operadas pela rede de Bras�lia. No Sul de Minas, o Nobile Su�tes demandou R$ 25 milh�es e, na Zona da Mata, o Nobile Express exige aporte de R$ 18 milh�es, feito por empreendedores locais.

“Em BH, n�s estamos no est�gio de negocia��o. Independente da situa��o gerada pela grande oferta, � um mercado no qual � preciso estar presente, n�o s� do ponto de vista hoteleiro, mas tamb�m como emissor”, afirma Roberto Bertino, fundador e presidente da Nobile Hot�is. De acordo com ele, at� o in�cio do ano que vem, a decis�o sobre o neg�cio deve ser tomada. Ainda segundo Bertino, as conversas se encaminham para a implanta��o de um hotel da marca Wyndham, o maior grupo hoteleiro do mundo. Entre as bandeiras, est�o Wyndham Grand, Wyndham Hotel e Tryp by Wyndham.

Na ter�a-feira, a Atlantica Hotels, maior rede hoteleira do pa�s, inaugurou na regi�o da Savassi o Radisson Blu, de categoria superluxo. O hotel � o primeiro da bandeira belga na Am�rica Latina. A rede, que j� conta com cinco hot�is na capital mineira, completa as categorias das bandeiras que administra. “N�s sabemos das dificuldades do mercado, mas acreditamos que o setor hoteleiro � muito cicl�co, com altos e baixos”, afirma Annie Morrissey, vice-presidente s�nior de Vendas, Marketing e TI da Atlantica Hotels. “Na retomada, o setor volta mais r�pido”, acrescenta a executiva. Ela observa, ainda, que uma bandeira de luxo d� retorno a m�dio e longo prazo.

Estudos
A Atlantica n�o revela o valor investido na convers�o do hotel, antes com bandeira Promenade, para a Radisson Blu. Agora, o hotel conta com 160 apartamentos, dos quais 144 t�m aproximadamente 28 metros quadrados. H� ainda 16 su�tes luxo de mais de 32 metros quadrados. Annie Morrissey lembra a exist�ncia de estudos que colocam Belo Horizonte como a terceira cidade em n�mero de visitantes estrangeiros, que em tese, conhecem a marca europeia. Al�m disso, ela aposta na capilaridade da rede, presente em 44 cidades brasileiras. “Em uma ou outra, vai haver reservas para Belo Horizonte”, diz Annie Morrissey.

Ocupa��o Mais h�spedes. � exatamente o que est� ocorrendo neste momento na capital mineira, segundo a Associa��o Brasileira da Ind�stria de Hot�is em Minas Gerais (Abih/MG). “Aumentou o n�mero de h�spedes. Mas aumentou muito o n�mero de hot�is. Alguns fecharam, alguns trocaram de bandeira e � preciso agora readequar o setor para o mercado”, afirma a presidente da Abih/MG, Patr�cia Coutinho. Segundo ela, a taxa de ocupa��o m�dia nos hot�is hoje est� em 55%. O percentual � mais alto do que o registrado em abril, quando a crise do setor hoteleiro da capital foi debatida em audi�ncia p�blica na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. � �poca, a ocupa��o estava pouco acima de 30%. A cidade hoje, segundo Patr�cia, conta com 14 mil apartamentos.

Nos hot�is da Atlantica, Annie Morriseu diz que a ocupa��o chega a 60% no Comfort Hotels Confins. “Pela proximidade com o aeroporto, h� muito movimento com as tripula��es”, explica. J� no Go Inn Del Rey e no Quality Pampulha a taxa de ocupa��o hoje � da ordem de 40%. J� nos dois empreendimentos mais antigos da rede na capital mineira, o Quality Afonso Pena e o Clarion Hotel Lourdes, a ocupa��o fica entre 45% e 50%. A vice-presidente da Atlantica diz que os n�meros da rede est�o melhores do que o mercado, mas lembra que a receita por apartamento, de janeiro a setembro, est� negativa em 38% no setor, enquanto na Atlantica esse percentual � de 7%. Annie diz ainda que, enquanto a ocupa��o em Belo Horizonte est� baixa, nos hot�is da rede no Nordeste e em S�o Paulo, a ocupa��o chega a 100%.

Embora longe de Belo Horizonte, o presidente da Nobile Hot�is comemora a taxa de ocupa��o de 38,5% no Nobiles Su�tes de Varginha. “No 5º m�s, n�s devemos chegar a uma ocupa��o entre 50% e 60%. O que a gente percebe � que algumas cidades secund�rias t�m uma performance de ocupa��o melhor”, afirma Roberto Bertino. Com rela��o � expectativa para o empreendimento em Belo Horizonte, Bertino diz apenas que a estrat�gia da rede � ter foco nos custos e na for�a de venda para promover o destino. “� um mercado com demanda e n�s temos que posicionar o empreendimento, porque em dois ou tr�s anos o mercado vai mudar muito e a oferta e a demanda tendem a se equilibrar”, diz o empres�rio.

Custos s�o desafio do setor

Com a ocupa��o ainda em baixa, o desafio do setor hoteleiro � garantir rentabilidade para o neg�cio. “H� hot�is com tarifas inferiores ao custo do apartamento”, afirma a presidente da Associa��o Brasileira da Ind�stria de Hot�is em Minas Gerais (Abih/MG), Patr�cia Coutinho. No esfor�o para conter a escalada de custos, Patr�cia diz que nos pr�ximos dias a entidade vai entrar na Justi�a com um mandado de seguran�a para derrubar o aumento da al�quota do Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS) sobre a energia e os servi�os de telecomunica��es, previsto para entrar em vigor no primeiro dia do ano que vem. “O pre�o da energia praticamente dobrou”, observa a presidente da Abih/MG. Segundo ela, a eletricidade responde por 25% dos custos de um hotel.

Al�m de questionar o aumento da carga tribut�ria sobre a energia, a entidade vai recorrer ao Judici�rio para barrar a cobran�a pelo uso das televis�es e r�dios-rel�gios dos quartos pelo Escrit�rio Central de Arrecada��o e Distribui��o (Ecad), �rg�o respons�vel pela cobran�a de direitos autorais sobre a execu��o p�blica de m�sicas. “O Ecad cobra taxas absurdas e a gente n�o sabe para onde esse dinheiro vai”, diz Patr�cia Coutinho. De acordo com ela, h� hot�is de pequeno porte tendo que pagar R$ 10 mil para o Ecad.

Al�m dos recursos na Justi�a, a presidente da Abih/MG cobra a��es do governo para incentivar o setor, como a reforma do Expominas e do Minascentro, com redu��o dos custos nesses empreendimentos para atrair mais eventos para a capital mineira. “O Expominas � caro. S� de energia, s�o R$ 50 mil por dia”, critica a representante do setor. Outro ponto necess�rio, segundo ela, � a flexibiliza��o da Lei 9.952, de 2010, que estabeleceu incentivos e obriga��es para a instala��o de hot�is na capital. “A ideia � permitir que os empreendimentos com constru��o iniciada e parada possam se tornar hospitais ou centros culturais”, explica Patr�cia Coutinho. Ela acredita que, com mais hospitais, a cidade vai receber mais pessoas do interior, que v�o demandar hospedagem.

Expans�o Ainda como forma de reduzir custos e garantir a rentabilidade dos hot�is, a presidente da Abih/MG defende a flexibiliza��o da legisla��o trabalhista do setor. “Um hotel n�o pode contratar tempor�rio”, exemplifica. Como outros setores, ela lembra que a hotelaria � um neg�cio que precisa ser estimulado. “O governo n�o tem feito, de forma objetiva, nada para estimular a hotelaria, que � a base do turismo”, critica Patr�cia Coutinho.

E se a oferta de quartos � maior do que a demanda hoje, no pr�ximo ano essa situa��o vai se agravar. Dos hot�is que estavam com obras paradas na capital, pelo menos tr�s foram retomados e devem entrar em opera��o em 2016. No per�odo anterior � Copa do Mundo, com os incentivos, a Prefeitura de Belo Horizonte recebeu mais de 70 projetos de hot�is para a capital e cidades pr�ximas, mas apenas metade desses empreendimentos foram conclu�dos ou tiveram obras iniciadas. (MM)


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