O Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) divulgou nesta segunda-feira um estudo realizado pelo Departamento de Estudos Econ�micos (DEE) que mostra que a entrada do aplicativo Uber no mercado brasileiro n�o influenciou de forma significativa o mercado de t�xis nacional. "Pelo contr�rio, a empresa passou a atender uma demanda reprimida, que n�o fazia uso dos servi�os dos taxistas", analisa o texto.
O estudo “Rivalidade ap�s entrada: o impacto imediato do aplicativo Uber sobre as corridas de t�xi porta-a-porta”, produzido pelo DEE, comparou o uso do Uber aos aplicativos 99taxis e Easy Taxi, que tamb�m operam na modalidade porta-a-porta, ou seja, o motorista vai at� onde o cliente est�.
As an�lises foram divididas em dois grupos: munic�pios j� atendidos pela Uber – S�o Paulo, Rio de Janeiro, Bras�lia e Belo Horizonte, chamados de grupo de tratamento, e locais que, at� o momento da conclus�o do trabalho, ainda n�o possu�am a tecnologia, como Recife e Porto Alegre, relacionados no grupo de controle. As an�lises foram feitas entre outubro de 2014, onde a Uber ainda n�o operava ou funcionava de forma incipiente nas cidades atendidas por ela, e maio de 2015, m�s em que o aplicativo j� poderia exercer algum efeito concorrencial.
Segundo o estudo, “os resultados obtidos n�o fornecem qualquer evid�ncia de que o n�mero de corridas de t�xis contratadas nos munic�pios do grupo de tratamento tenha apresentado desempenho inferior aos do grupo de controle. Em termos de exerc�cios emp�ricos aplicados � pol�tica antitruste, isso significa que n�o podemos sequer assumir, at� o presente momento, a hip�tese de que os servi�os prestados pelo aplicativo Uber estivessem no mesmo mercado relevante dos servi�os prestados pelo 99taxis e Easy Taxi”.
“Em outras palavras, a an�lise do per�odo examinado, que constitui a fase de entrada e sedimenta��o do Uber em algumas capitais, demonstrou que o aplicativo, ao contr�rio de absorver uma parcela relevante das corridas feitas por taxis, na verdade conquistou majoritariamente novos clientes, que n�o utilizavam servi�os de taxi. Significa, em suma, que at� o momento o Uber n�o “usurpou” parte consider�vel dos clientes dos taxis nem comprometeu significativamente o neg�cio dos taxistas, mas sim gerou uma nova demanda”, detalha o documento.
O departamento do Cade concluiu o trabalho, apontando que as evid�ncias observadas sugerem a cria��o de um novo mercado. A tend�ncia, de acordo com o DEE, � que a rivalidade entre os servi�os de caronas pagas e de corridas de t�xis cres�a ao longo do tempo, fomentando a competi��o entres os agentes econ�micos e possibilitando mais op��es aos consumidores.