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Estado de Minas

Crise de estaleiros demite mais 3 mil funcion�rios

Empresa lacra portas na Ilha do Governador e Transpetro suspende encomendas, o que deve afetar fornecedores


postado em 15/12/2015 06:00 / atualizado em 15/12/2015 08:34

Depois de chegarem ao trabalho, empregados receberam carta sobre a dispensa e, em seguida, fizeram caminhada até o Aeroporto do Galeão (foto: Marcos Pereira Fernandes/Divulgação)
Depois de chegarem ao trabalho, empregados receberam carta sobre a dispensa e, em seguida, fizeram caminhada at� o Aeroporto do Gale�o (foto: Marcos Pereira Fernandes/Divulga��o)

Rio de Janeiro – A crise na ind�stria naval se agrava, afetando tamb�m fornecedores de pe�as, os quais vinham trabalhando com perspectivas de expans�o de suas atividades, como � o caso do polo de Ipatinga, no Vale do a�o de Minas Gerais. Cerca de 3 mil funcion�rios do estaleiro Eisa (Estaleiro Ilha S.A), na Ilha do Governador, foram desligados da empresa por meio de uma carta recebida na manh� de ontem, ao chegarem ao local de trabalho. Os  port�es estavam lacrados. Ainda ontem, a Transpreto, subsidi�ria da Petrobras para a �rea de Transporte, cancelou dois contratos para a constru��o de navios de transporte de g�s liquefeito de petr�leo (GLP, o g�s de cozinha) em Pernambuco. Outro ingrediente da turbul�ncia que o setor enfrenta tem sido a opera��o Lava-Jato, que investiga desvio de recursos da Petrobras.

Os metal�rgicos dispensados pelo Elisa fizeram manifesta��o, em caminhada at� o Aeroporto do Gale�o. Na mensagem, assinada pela presid�ncia do estaleiro – controlado pela holding Synergy Shipyards –, a empresa justifica que o corte de pessoal � consequ�ncia dos impactos da recess�o econ�mica e da opera��o Lava-Jato, “que paralisou as atividades da ind�stria naval e de offshore”.

“A �nica alternativa para manter o estaleiro funcionando � diminuir ao m�ximo os custos operacionais”, argumenta a dire��o do Elisa. A carta comunica, ent�o, a rescis�o dos contratos. “Com muita tristeza e dor nos vemos na necessidade imediata de realizar corte de pessoal. Comunicamos por meio desta que estamos efetuando a rescis�o do seu contrato de trabalho, dia 11/12, devendo encerrar suas atividades de forma imediata”. A diretoria do esteleiro e do Sindicato dos Metal�rgicos do Rio de Janeiro (Sindimetal-Rio) se re�nem �s 15h para discutir as rescis�es.

O presidente do Sindimental-Rio, Jesus Cardoso, teme que os funcion�rios desligados fiquem sem receber direitos como 13° sal�rio, pagamento de multa e f�rias, al�m do reajuste salarial de 9,8% recentemente aprovado, que � retroativo ao m�s de outubro e ainda n�o foi pago pela empresa. Procurado pela reportagem, o estaleiro n�o se pronunciou. Segundo Cardoso, h� quatro meses a mesma empresa demitiu 700 metal�rgicos do Estaleiro Mau�, e at� ontem eles n�o haviam recebido os acertos.

“A empresa j� estava com dificuldades de pagar os funcion�rios. S� estava pagando at� R$ 3 mil por m�s, mesmo a quem ganhava mais. Fomos totalmente surpreendidos pelos port�es lacrados com chapa de a�o e a carta. Queremos nossos direitos”, ressalta o sindicalista. Na mensagem, a empresa diz, ainda, que far� “o poss�vel para continuar com as negocia��es de retomada do estaleiro, e o mais breve poss�vel poder reincorporar aqueles que est�o sendo desligados e desejarem reassumir suas fun��es na empresa”.

PRECEDENTES Em julho passado, o estaleiro Elisa Petro Um, ent�o instalado no mesmo local onde funcionou o Estaleiro Mau�, em Ponta da Areia, em Niter�i, apresentou as mesmas alega��es sobre dificuldades financeiras para fechar as portas. Os empregados, da mesma forma, foram surpreendidos por comunicado em que a empresa pedia a eles que retornassem para casa e aguardassem a abertura de negocia��es.

Criado para construiu oito navios petroleiros encomendados em janeiro de 2014 pela Transpetro, o Elisa Petro Um receberia da subsidi�ria da estatal R$ 1,4 bilh�o. A empresa pertence ao grupo Sinergy, do empreendedor German Efromovich.

Pernambuco sem contratos

A subsidi�ria da Petrobras para a �rea de Transporte, Transpetro, cancelou dois contratos para a constru��o de navios de transporte de g�s liquefeito de petr�leo (GLP), que seriam erguidos no estaleiro Vard Promar, em Pernambuco. A estatal alega “descumprimento de cl�usula contratual”, mas a controladora do estaleiro diz que vai buscar compensa��es.

Os contratos cancelados fazem parte de um pacote de oito embarca��es para o transporte de GLP contratadas pela Transpetro em 2010, dentro de seu Programa de Moderniza��o e Expans�o da Frota (Promef). O primeiro deles, batizado de Oscar Niemeyer, foi entregue � estatal em julho passado e j� est� em opera��o. Outros tr�s est�o em est�gio final de constru��o.

O cancelamento foi comunicado primeiro pela Vard, que tem sede em Cingapura. “A constru��o dos dois navios est� em um est�gio preliminar”, disse a empresa, afirmando que pretende “pedir compensa��o da Transpetro pelos danos relacionados aos contratos cancelados”.

PDV NA FORD

A montadora Ford anunciou ontem um Programa de Demiss�o Volunt�ria (PDV) para os trabalhadores da f�brica de Cama�ari, na Regi�o Metropolitana de Salvador. De acordo com a empresa, a medida foi tomada com objetivo de ajustar a produ��o � demanda de mercado. A Ford informou que o programa vale para o per�odo de 4 a 15 de janeiro de 2016. A meta � adequar o excedente da for�a de trabalho que haver� em decorr�ncia do encerramento do turno da noite a partir de mar�o de 2016. O Sindicato dos Metal�rgicos de Cama�ari estima que cerca de 2 mil postos de trabalho sejam afetados com a suspens�o do terceiro turno, que compreende a jornada de 22h at� as 6h30, num regime de 40 horas semanais.


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