Planalto recebe corte pela Fitch com preocupa��o por causa da taxa de juro

Bras�lia, 16 - O Pal�cio do Planalto encarou com preocupa��o o rebaixamento da nota de cr�dito do Brasil pela ag�ncia de classifica��o de risco Fitch. Na avalia��o de auxiliares da presidente Dilma Rousseff, a amea�a de impeachment e o ambiente de turbul�ncia pol�tica influenciaram a retirada de selo de bom pagador do Pa�s, ao lado do desemprego, da infla��o e das dificuldades fiscais.

Para ministros do n�cleo pol�tico do governo, por�m, o maior problema � a trajet�ria dos juros nominais que atingiu meio trilh�o de reais nos �ltimos 12 meses, valor que � o dobro do registrado um ano atr�s.

Apesar da apreens�o, o governo procurou amenizar os reflexos da decis�o da ag�ncia Fitch. Em conversas reservadas, ministros disseram n�o esperar um movimento brusco de retirada de capital, pois quem tinha que fazer isso j� tomou essa iniciativa ap�s o primeiro rebaixamento da nota do Brasil. Houve ainda quem lembrasse que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, entrou no governo tendo como uma de suas principais miss�es justamente impedir o downgrade, mas vem sofrendo derrotas consecutivas dentro do governo.

O ministro chegou a dizer que, caso a meta fiscal fosse alterada, estaria "fora", mas depois, cobrado por Dilma, amenizou as declara��es. Seus amigos argumentam, por�m, que o titular da Fazenda n�o deve mesmo resistir muito tempo no cargo.

Na avalia��o de fontes da �rea econ�mica, os pap�is das empresas brasileiras ser�o bastante afetados pela perda do grau de investimento pela segunda ag�ncia de classifica��o de risco. Al�m do custo de capta��o ficar mais caro para as empresas, h� uma press�o de venda dos pap�is corporativos e da d�vida soberana do Pa�s. C�lculos que circulam no mercado financeiro e que chegaram ao governo, preparado por bancos de investimentos, indicam que poder� haver uma sa�da de mais de US$ 10 bilh�es entre t�tulos soberanos emitidos pelo governo brasileiro e corporativos.

A retirada do grau de investimento pelas ag�ncias Standard & Poor's e pela Fitch obriga fundos institucionais e grandes investidores a vender os pap�is do Brasil. Eles t�m regras espec�ficas de aplica��o que exigem que o pa�s detentor do investimento tenha o chamado selo de bom pagador de, no m�nimo, duas ag�ncias. Al�m da venda passiva dos pap�is determinada pelas regras de aplica��o, � esperado tamb�m que os investidores se desfa�am dos ativos no Brasil por perda de confian�a. Uma fonte da equipe econ�mica admitiu que os Investimentos Diretos no Pa�s (IDP) tamb�m correm risco de sofrer substancial queda nos pr�ximos anos.