Bras�lia, 16 - Se j� n�o estava f�cil convencer o investidor privado a apostar em concess�es de infraestrutura, agora o cen�rio se complica ainda mais com a decis�o da Fitch de retirar o grau de investimento do Brasil. � praticamente uma unanimidade entre economistas e especialistas do setor que o governo ter� que mexer nas condi��es de suas ofertas, caso queira garantir algum interesse nos projetos.
"O que podemos antever � um aumento da fuga de investimentos, mais aumento de juros e infla��o. Paralelamente, o governo tamb�m n�o investe, ou seja, todas as perspectivas s�o ruins. Qual � o maluco que vai investir no Pa�s em um momento desses?", questiona Gil Castello Branco, secret�rio-geral da organiza��o Contas Abertas.
As concess�es de rodovias, portos, aeroportos e ferrovias s�o a bala de prata do governo para tentar manter algum n�vel de investimento no ano que vem, j� que os cofres do Tesouro est�o em frangalhos e s�o m�nimas as condi��es de retomada do investimento p�blico.
Quando o Brasil foi alvo do rebaixamento pela Standard & Poor's, em setembro, empres�rios j� reclamaram das condi��es financeiras e das taxas de retorno oferecidas pelo governo e cobraram revis�es. O governo, no entanto, disse que as margens j� tinham precificado o caos econ�mico. A tend�ncia agora � que essa press�o por condi��es mais atrativas se intensifique, com o rebaixamento dado pela Fitch.
"Vivemos um ambiente de enorme instabilidade regulat�ria e inseguran�a jur�dica. O investidor minimamente s�rio vai esperar o cen�rio clarear", diz Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie) e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O governo prepara uma grande rodada de concess�es para o primeiro semestre do ano que vem. Est�o na agenda ofertas de trechos de rodovias, terminais portu�rios e aeroportos. H� muitas d�vidas ainda sobre o modelo de oferta das ferrovias. Os projetos aeroportu�rios s�o os de maior atratividade, porque envolvem menor risco para o empreendedor.