Em um cen�rio positivo para o mundo, o Brasil ser� um dos poucos pa�ses que ter� queda real no valor dos sal�rios em 2016, segundo pesquisa da Korn Ferry Hay Group, empresa especializada em recursos humanos e remunera��o. De acordo com o levantamento global, os sal�rios devem ter avan�o m�dio real (descontada a infla��o) de 2,5%. No Brasil, diante da crise econ�mica e tamb�m da escalada de pre�os, a previs�o � que os vencimentos dos trabalhadores recuem 1,2%.
Os resultados do Brasil refletem os valores m�dios de todos os sal�rios, de acordo com Gustavo Tavares, diretor da Korn Ferry Hay Group. Embora a maior parte das conven��es coletivas ainda possam garantir a reposi��o da infla��o, o corpo executivo n�o costuma ser coberto pelos reajustes acertados com sindicatos. “As conven��es costumam cobrir sal�rios mais baixos, em geral de at� R$ 6 mil”, diz o executivo da Korn Ferry Hay Group.
Para quem tem cargo de gest�o, o aperto dever� ser ainda maior em 2016. H� hoje um movimento de substitui��o de executivos com redu��o de sal�rios. As empresas que, ao longo dos anos de bonan�a, prepararam quadros sucess�rios nos n�veis gerenciais est�o conseguindo economizar na hora da crise. “Quando o novo ocupante de um cargo de gest�o � escolhido internamente, esse profissional ganha, em m�dia, 13% a menos do que o antecessor”, explica Tavares.
Mesmo as companhias que agora buscam executivos de mercado est�o tentando economizar, de acordo com o s�cio da consultoria em recursos humanos Exec, Carlos Eduardo Altona. “Muitas empresas est�o buscando pessoas com perfil mais ‘j�nior’ no mercado para preencher posi��es s�nior”, explica.
Em geral, as empresas v�m oferecendo sal�rios 15% mais baixos em compara��o com o que vinham pagando. “Diria que esse movimento � mais intenso justamente no ‘top management’ (posi��es de dire��o e vice-presid�ncia)”, diz Altona. “S�o as substitui��es que fazem o mercado de contrata��es girar hoje.”
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Outra tend�ncia do “topo da pir�mide” � a �nfase em remunera��o vari�vel. Ou seja: o executivo s� vai receber o b�nus caso realmente fa�a diferen�a no resultado. Ao trocar de emprego, em agosto de 2015, o executivo Pedro Alba Bayarri, de 45 anos, aceitou um pacote que lhe permitia manter a remunera��o anterior mas com um peso maior do vari�vel. “Hoje, o mercado est� buscando um tipo de profissional: o que pode fazer o ‘turnaround’ (reestrutura��o). Por sorte, eu tenho este perfil.”