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Estado de Minas

Gasolina e energia levaram R$ 121,4 bi do bolso dos brasileiros

Dinheiro bancou os reajustes de servi�os, que v�o subir em 2016


postado em 21/12/2015 06:00 / atualizado em 21/12/2015 07:39

Bras�lia – As fam�lias brasileiras est�o cortando um dobrado para manter as contas em dia. Com a infla��o alta e o desemprego batendo � porta de muitos lares — 1,5 milh�o de trabalhadores com carteira assinada foram demitidos nos �ltimos 12 meses —, um ex�rcito de brasileiros est� engrossando a lista de inadimplentes. E nada est� contribuindo mais para esse preocupante movimento de calote do que o aumento dos pre�os controlados pelo governo, mais precisamente, da gasolina e da energia el�trica, que, juntas, v�o ter tirado R$ 121,4 bilh�es da renda dos trabalhadores somente neste ano. Um tarifa�o e tanto.

Pelos c�lculos do Banco Central, o aumento m�dio do pre�o da gasolina em 2015 ser� de 17,6%. Como o combust�vel movimentou quase R$ 135 bilh�es no ano passado, com a venda de mais de 44,3 bilh�es de litros no ano passado, o reajuste total equivaler� a R$ 23,8 bilh�es. No caso da conta de luz, com aumento m�dio de 52,3%, R$ 97,6 bilh�es a mais sair�o do bolso dos brasileiros. Dados da Associa��o Brasileira de Distribuidores de Energia El�trica (Abradee) indicam que os consumidores gastaram R$ 186,7 bilh�es no ano passado com energia.

O mais preocupante, destacam os especialistas, � que novos reajustes est�o por vir, especialmente na eletricidade. Os aumentos contratados est�o relacionados � decis�o da presidente Dilma Rousseff de intervir, em 2012, nas tarifas de energia. A promessa da petista era de redu��o m�dia de 20% na conta de luz. Para isso, baixou uma medida provis�ria, a 579, que acabou virando lei. O problema � que o pa�s enfrentava, j� naquele momento, uma escassez de chuvas. Os reservat�rios caminhavam para os menores n�veis da hist�ria.

Para garantir que as tarifas n�o subissem �s v�speras da elei��o presidencial e n�o pressionassem a infla��o, Dilma obrigou o Tesouro Nacional a subsidiar os consumidores. Quando Joaquim Levy chegou ao Minist�rio da Fazenda mudou completamente a pol�tica. Em vez de o governo arcar com os custos extras da energia, transferiu a conta para os consumidores. O mesmo foi feito com os combust�veis. A Petrobras, que j� havia acumulado mais de R$ 60 bilh�es em preju�zos com o represamento dos pre�os, passou a ter maior liberdade para remarcar seus produtos. Passou a vigorar o que o ex-ministro da Fazenda chamou de “realismo tarif�rio”.

N�o � toa, a venda de combust�veis registrou queda recorde de 7,1% em agosto, 8,5% em setembro e 11,4% em outubro, em rela��o a iguais meses de 2014, mostra a Pesquisa Mensal do Com�rcio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). No entender de economistas ouvidos pelo Estado de Minas, a conta � simples: se os pre�os sobem e os rendimentos das fam�lias n�o acompanham, n�o h� outra sa�da a n�o ser reduzir o consumo.

O presidente da Federa��o Nacional do Com�rcio de Combust�veis e de Lubrificantes (Fecombust�veis), Paulo Miranda Soares, � claro. “Em qualquer �rea do varejo, quando h� oferta de produtos com pre�os mais baixos, a tend�ncia � de se vender mais. Se os pre�os sobem, o faturamento diminui. Os recentes reajustes afastaram o consumidor dos postos de combust�veis”, explica. Soares destaca que, historicamente, as vendas de combust�veis est�o atreladas ao movimento do Produto Interno Bruto (PIB, a soma da produ��o de bens e servi�os do pa�s).

DOSE DUPLA Gerente de regula��o da Safira Energia, Fabio C�beros alerta, que, no caso da energia el�trica, o rombo estimado com base nas proje��es de reajustes do Banco Central � otimista. “O c�lculo do BC � apenas uma m�dia. Muitas distribuidoras promoveram reajustes bem maiores do que 52%, resultado n�o s� da crise hidrol�gica, como diz o governo, mas tamb�m do represamento provocado pela mudan�a do marco regulat�rio do setor de energia”, explica.

Cl�udio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, afirma que erros de gest�o do governo t�m parcela de 11% no tarifa�o de energia. “Ao n�o fazer leil�es e ou oferecer pre�os baixos, afastando comercializadores de energia dos preg�es, o governo provocou a descontrata��o das concession�rias. Elas foram obrigadas a comprar eletricidade no mercado de curto prazo, o que resultou nos empr�stimos bilion�rios que os consumidores v�o pagar todos os meses na conta de luz por quatro anos”, diz.


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