S�o Paulo, 21 - Com uma alta de mais de 40% desde janeiro, o d�lar se tornou um vil�o para quem pretendia viajar aos Estados Unidos para fazer compras em 2015. A vantagem econ�mica foi reduzida de forma significativa, mas ainda � poss�vel fazer bons neg�cios. No caso dos eletr�nicos, h� itens que saem pela metade do pre�o. E o ganho se mant�m mesmo se for incluso na conta o imposto de importa��o sobre o valor que excede a cota de US$ 500 da alf�ndega.
O benef�cio � maior nos produtos que foram lan�ados recentemente, como � o caso do iPhone 6S, apresentado ao p�blico em outubro deste ano. A vers�o com 16GB de mem�ria sai, em m�dia, por R$ 3.999 nas lojas brasileiras, enquanto nos EUA custa R$ 2.673,88. Se considerado o pagamento de imposto na chegada ao Brasil, a diferen�a ainda � de R$ 943,68.
Consoles de videogame, como o Playstation 4, tamb�m apresentam vantagem expressiva de pre�os l� fora. Nos EUA, o aparelho custa US$ 360, ou seja, n�o � nem necess�rio pagar taxa de importa��o, uma vez que ele entra na cota de US$ 500. Assim, o produto sai pelo equivalente a R$ 1.491 - R$ 709 mais barato do que no Brasil.
�tila Graef, que trabalha na �rea de games, destaca que os itens que apresentam maior diferen�a de pre�o s�o os acess�rios, como controles e headsets. Um exemplo disso � o controle do Playstation 4, que sai pela metade do valor se comprado l� fora. Al�m disso, h� os itens �especiais�, como o controle arcade, um acess�rio mais indicado para jogos de luta. �Nos EUA, voc� encontra por US$ 150, mas no Brasil sempre passa de R$ 1 mil. S�o produtos pesados e quem importa sempre coloca uma margem de lucro alta�, explica.
Um �conselho� comum que se ouve entre os viajantes � tirar os produtos das caixas no retorno ao Brasil. Assim, eles supostamente n�o seriam considerados novos e escapariam dos impostos. De acordo com o auditor da Receita Federal Felipe Mendes, n�o � bem assim que funciona.
�N�o importa se est� dentro ou fora da caixa. Os objetos que forem trazidos nas malas t�m de ser compat�veis com a circunst�ncia da viagem.� Ele admite, por�m, que a execu��o da regra se torna subjetiva, uma vez que depende da interpreta��o do fiscal sobre a tal circunst�ncia. �O universo de situa��es � muito amplo. Fica bastante complicado normatizar todas elas�, assume.
E � nessa margem interpretativa que os consumidores se apoiam ao sonegar o imposto de importa��o. A puni��o, caso a Receita decida vistoriar as malas com itens n�o declarados, � severa: al�m do imposto de 50% sobre o valor excedido, � cobrada uma multa na mesma quantia.
Antes de decidir voar para os Estados Unidos, � primordial ponderar se vale a pena viajar com o intuito de fazer compras mais baratas. E isso deve ser feito na ponta do l�pis, tendo em vista gastos com hot�is e passagens, al�m de alimenta��o. Por esse motivo, um movimento que cresceu neste ano de crise foi o servi�o de compra � dist�ncia, al�m do tradicional pedido a familiares e amigos que j� est�o com viagens programadas.
A consultora Paula Laffort, que trabalha como personal shopper em Miami, verificou a mudan�a de comportamento, mas ressalta que as compras n�o foram interrompidas. �A diferen�a de pre�os continua muito vantajosa no setor de vestu�rio�, garante. �Principalmente para quem precisa fazer enxoval de beb� ou reformar o guarda roupa.�
O servi�o funciona assim: o cliente aqui no Brasil faz uma lista dos produtos que deseja e entra em contato com a consultora. Ela se encarrega de encontrar os melhores pre�os e envia as compras para o Brasil via Correios. Quando chega aqui, a compra � desembara�ada via Imposto de Importa��o, com al�quota �nica de 60% sobre o valor aduaneiro. Resumindo: � preciso calcular.
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.