S�o Paulo, 26 - A crise na avia��o brasileira j� se reflete nos programas de fidelidade, que reduzem a emiss�o de milhas quando o tr�fego de passageiros cai. Multiplus e Smiles, controladas respectivamente por TAM e Gol, registraram queda no ac�mulo de pontos originados por passagens a�reas no terceiro trimestre. Al�m da redu��o da demanda por voos entre brasileiros, as empresas de milhagem t�m como desafio disputar n�mero menor de pontos nos cart�es de cr�dito dos bancos, impactados negativamente pela alta do d�lar.
Quando um cliente voa na TAM, na Gol ou nas empresas parceiras, como a Delta, pode acumular pontos Multiplus ou Smiles. Quando isso ocorre, as a�reas compram os pontos dos seus programas de fidelidade, gerando receitas �s empresas de milhagem. As regras de ac�mulo variam mas, geralmente, o cliente que paga a maior tarifa ganha mais pontos.
A demanda por passagens nacionais acumula quatro meses seguidos de queda at� novembro e retornou ao n�vel de 2013, segundo a Associa��o Brasileira das Empresas A�reas. Os n�meros aparecem nos programas de milhagem. A Smiles perdeu 21,7% da emiss�o de passagens da Gol no terceiro trimestre e a Multiplus, 6,4%.
Segundo o presidente da Smiles, Leonel Andrade, o recuo se deve a mudan�as nas regras de ac�mulo do programa com a Gol, que mudaram a base de compara��o, e tamb�m pela retra��o no volume de viagens no Brasil. J� o presidente da Multiplus, Roberto Medeiros, ressalta que o maior impacto vem do corte de viagens corporativas. �As empresas cortaram gastos com viagens e seus funcion�rios acumulam menos milhas�.
Apesar da queda, os brasileiros est�o intensificando trocas de milhas por passagens a�reas - os resgates subiram 0,2% na Multiplus e 3,3% na Smiles no terceiro trimestre. Em sentido contr�rio, as a�reas est�o reduzindo a oferta de voos. A TAM cortou 10% da oferta em voos nacionais no segundo semestre e pode fazer novos cortes em 2016. A Gol prev� corte de at� 4% na oferta do segundo semestre e mais 4% a 6% no primeiro semestre de 2016.
Andrade e Medeiros ressaltam que os clientes ainda conseguir�o trocar pontos por passagens nas controladoras e nas a�reas estrangeiras parceiras. O motivo � que os assentos dispon�veis nos avi�es da Gol podem ser comprados com milhas do Smiles, situa��o que se repete na TAM, com a Multiplus. �Hoje, o Smiles ocupa apenas 8% dos assentos da Gol. Nossas proje��es mostram que podemos ser mais relevantes�, diz Andrade.
�A TAM cortou os voos em que n�o h� demanda, seja do passageiro que compra com dinheiro ou pontos. A empresa tem espa�o no avi�o dispon�vel para os clientes Multiplus�, diz Medeiros. A Multiplus responde por 15% das passagens vendidas pela TAM.
Multiplus e Smiles nasceram ancoradas nos programas de fidelidade das companhias a�reas que as controlam, mas s�o empresas independentes, que t�m nos bancos as maiores fontes de faturamento. Os bancos pagam para trocar os pontos do cart�o de cr�dito dos clientes por Multiplus ou Smiles. Essa l�gica, no entanto, imp�e novo desafio desde a valoriza��o do d�lar.
O estoque de pontos acumulados nos cart�es de cr�dito tende a diminuir, j� que o cliente gasta em real, na maioria das vezes, mas o c�lculo do ponto � feito pelo valor convertido em d�lar. Ou seja, com a alta do d�lar, os brasileiros acumulam menos pontos gastando o mesmo valor em real.
A Multiplus j� sentiu retra��o no volume de pontos acumulados pelos clientes nos parceiros al�m da TAM - queda de 10,4% no terceiro trimestre na compara��o com igual per�odo de 2014. �O d�lar j� afetou as emiss�es. Antes, um cliente que gastava R$ 10 mil no cart�o podia acumular 4 mil pontos. Hoje, acumula algo como 2,5 mil pontos�, diz Medeiros.
O executivo diz que o contexto refor�a a import�ncia do varejo como parceiro da Multiplus. Varejistas como Ponto Frio, Netshoes e Livraria Cultura oferecem pontos como atrativos para vender determinados produtos ou fidelizar clientes. Segundo Medeiros, o varejo responde por 13% do ac�mulo de pontos Multiplus, n�mero que era praticamente zero h� tr�s anos. �Queremos tamb�m aumentar os pontos que as pessoas acumulam em gastos do dia a dia, como corrida de t�xi e supermercado�, diz.
A Smiles ainda teve um crescimento na emiss�o de pontos dos parceiros al�m da Gol (bancos, varejistas e companhias a�reas estrangeiras) de 24,4% no terceiro trimestre ante igual per�odo de 2014. �Nosso desafio ser�, de fato, maior em 2016 para fazer essa conta continuar a crescer�, diz Andrade. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.