S�o Paulo, 31 - Em tempos de infla��o alta, os brasileiros t�m buscado alternativas para proteger o patrim�nio. Em 2015, o Tesouro Direto foi a �menina dos olhos� de muitos investidores, que aliaram a seguran�a da renda fixa � rentabilidade dos t�tulos p�blicos. Como a eleva��o dos pre�os deve seguir em patamar alto e a taxa b�sica de juros (Selic) deve subir ainda mais em 2016, os rendimentos dos t�tulos dever�o continuar atrativos.
O n�mero de investidores ativos no Tesouro Direto subiu 72% nos 12 meses encerrados em outubro, enquanto o estoque de aplica��es atingiu R$ 22,9 bilh�es, alta de 57,7%. A quantidade de participantes ultrapassou o n�mero de investidores na Bolsa, com 587,3 mil pessoas. Foi a primeira vez que isso aconteceu desde a cria��o do produto, em 2002.
�Vai ser dif�cil encontrar outro investimento que bata o juro de 14%. N�o � imposs�vel, mas em outros ativos, como Bolsa e c�mbio, h� o risco�, diz o diretor da Easynvest Amerson Magalh�es.
A rentabilidade chama a aten��o principalmente se comparada � da caderneta de poupan�a, que vai perder para a infla��o pela primeira vez em 13 anos. Segundo a consultoria Econom�tica, o ganho anual da poupan�a est� em 7,95%, frente � infla��o de 10,48%. O cen�rio para 2016 n�o � animador: economistas consultados pelo Banco Central estimam o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) em 6,86%, acima do teto da meta, de 6,5%.
Apesar do crescimento neste ano, a quantidade de investidores nos t�tulos p�blicos ainda � bem menor do que os que escolhem a caderneta de poupan�a, que tem 137 milh�es de clientes. Desses, 70% investem at� R$ 500. Por isso, o governo ainda v� potencial de expans�o. �H� muito espa�o a ser conquistado�, diz D�bora Ara�jo, analista de Finan�as e Controle do Tesouro, acrescentando que o investimento m�nimo � de R$ 30.
Para ajudar nessa populariza��o, o Tesouro simplificou o nome dos t�tulos e deu maior liquidez ao produto, que agora pode ser vendido a qualquer momento. Segundo D�bora, o governo prepara novas a��es para o in�cio de 2016, como um simulador que compara t�tulos com outros produtos financeiros.
Estrat�gias.
N�o existe �f�rmula m�gica� para escolher um t�tulo. Diante das incertezas pol�tica e econ�mica, por�m, especialistas indicam t�tulos com prazo curto. �Est� muito dif�cil fazer progn�stico para 2016�, diz Alexandre Fernandes, diretor de cr�dito da Rio Bravo.
O risco do Tesouro Direto � m�nimo, porque � soberano - o investidor s� deixa de receber se o Pa�s der calote, o que � improv�vel. Mas h� o chamado risco de mercado: se o cliente resgata o valor da aplica��o antes do vencimento, o t�tulo � vendido de acordo com a taxa do dia, e isso pode levar a uma perda. Logo, o ideal � segurar at� o fim do prazo.
Segundo dados do Tesouro, 59,7% dos t�tulos vendidos s�o indexados � infla��o e 53,8% deles t�m prazo de 1 a 5 anos. Na corretora Rico, que viu o n�mero de clientes da �rea subir 84% em 2015, os t�tulos que protegem da alta dos pre�os s�o os mais procurados. O analista Roberto Indech, no entanto, faz um alerta: �Se � um investimento de curto prazo, de at� dois anos, indicamos o Tesouro Selic. Para m�dio prazo, o Tesouro IPCA � interessante�, explica. O Tesouro Selic � reajustado diariamente pela Selic. J� o indexado � infla��o (Tesouro IPCA) costuma render mais, mas pode perder valor se o juro subir ou tiver o resgate antecipado. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
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Com infla��o alta, investidor amplia aposta em t�tulos do Tesouro
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