Bras�lia – Com as vendas de ve�culos novos em queda livre, 19 entidades e sindicatos de trabalhadores do segmento automotivo negociam com o governo a ado��o de um plano para salvar o setor, cujo custo pode cair nas costas dos atuais propriet�rios de autom�veis. O presidente da Federa��o Nacional de Distribui��o de Ve�culos Automotores (Fenabrave), Alarico Assump��o, disse que a medida ter� como foco a renova��o da frota e dever� ser lan�ada j� neste m�s com o nome de Programa de Sustentabilidade Veicular. “H� um compromisso verbal do governo”, afirmou. O plano, segundo ele, est� em fase final de formata��o no Minist�rio do Desenvolvimento
Assump��o evitou dar mais detalhes sobre o acordo, mas adiantou que as discuss�es tiveram in�cio h� alguns meses, a pedido do pr�prio governo. Segundo ele, h� uma proposta em est�gio avan�ado: o consumidor que tem um autom�vel com mais de 15 anos de uso ou um caminh�o com mais de 30 anos poder� troc�-lo por um novo em concession�rias autorizadas ou em revendedoras independentes. O valor do ve�culo usado viraria um cr�dito na compra do novo.
Para incentivar o consumidor, o valor restante poderia ser pago por meio de uma linha de financiamento com juros atrativos. O programa, segundo a Fenabrave, pode desovar 500 mil ve�culos novos dos estoques que a crise produziu nas montadoras e concession�rias. Sem entrar em pormenores, Assump��o disse que n�o haver� subs�dios do governo. “Isso n�o existir�, porque o governo n�o tem condi��o, n�o tem caixa”, declarou. “O acordo deve se dar por meio de alguma taxa ou de algum seguro”, acrescentou.
O custo, no entanto, pode ficar para quem j� tem autom�vel. A Confedera��o Nacional do Transporte (CNT), uma das entidades que discutem o plano, prop�e a cria��o de um seguro para “sustentabilidade veicular”, nos moldes do atual DPVAT pago no licenciamento anual de ve�culos. Os recursos desse seguro formariam um fundo, gerido pela Caixa ou pelo Banco do Brasil, para financiar o programa.
Tombo
As vendas de ve�culos novos no pa�s ca�ram 26,5% em 2015, para 2,57 milh�es de unidades, segundo a Fenabrave. Os dados incluem autom�veis, comerciais leves, caminh�es e �nibus. Foi o maior tombo desde 1987, e o terceiro ano seguido de queda. A entidade calcula que, sem a implementa��o do programa de renova��o da frota, o setor amargar� nova retra��o em 2016, de 5,8%. O setor automotivo teve seu auge em 2012, quando vendeu 3,8 milh�es de unidades. � �poca, o mercado ainda contava com a redu��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), medida que tornou os ve�culos mais baratos e estimulou o consumo.
Mercado de importados
As vendas de ve�culos importados somaram 59.975 unidades em 2015, queda de 36% sobre as 93.685 unidades comercializadas em 2014, segundo dados divulgados ontem pela Associa��o Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Ve�culos Automotores (Abeifa). Em dezembro, foram vendidos 4.918 ve�culos, baixa de 46,6% ante o mesmo m�s de 2014, quando foram comercializadas 9.214 unidades. Em rela��o �s 3.976 unidades comercializadas em novembro de 2015, as vendas no m�s passado cresceram 23,7%.O presidente da Abeifa, Marcel Visconde, informou, em nota, que o desempenho do setor no ano passado refletiu “a sucess�o de eventos que impactaram negativamente o setor automotivo como um todo, e n�o s� o segmento de importados”, o que trouxe os neg�cios do setor de importados ao patamar de 10 anos atr�s.