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Estado de Minas

Ind�strias de lingerie e agricultores de Nova Friburgo superam trag�dia de 2011


postado em 12/01/2016 18:40

Cinco anos ap�s a trag�dia na regi�o serrana do Rio de Janeiro, o setor de moda �ntima da cidade de Nova Friburgo, uma das mais afetadas, d� sinais de que conseguiu se recuperar. Empres�rios relatam que tiveram de mudar o modelo de neg�cio e buscar clientes fora do munic�pio para se reerguer depois da enchente e dos deslizamentos de terra que destru�ram pr�dios, casas, f�bricas e deixaram mais de 900 mortos na regi�o.

A Feira de Moda �ntima, Praia, Fitness e Mat�ria-Prima (Fevest), considerada a mais importante de lingerie do Brasil, mostra a supera��o das confec��es de Nova Friburgo. No ano passado, as vendas das empresas do polo da cidade movimentaram R$ 53 milh�es, acima da previs�o inicial de R$ 50 milh�es. A edi��o de 2015 do evento recebeu mais de 9,7 mil visitantes e compradores de 21 estados e de pa�ses como os Estados Unidos, a It�lia, Portugal, a Su��a, o Chile, a Col�mbia e as Bahamas. A pr�xima edi��o est� programada para julho deste ano.

“N�o posso dizer que o polo se restabeleceu completamente, porque teve empresas que perderam tudo e n�o conseguiram se reerguer. Outras empresas perderam tudo, come�aram do zero e hoje s�o um sucesso como antes”, disse a secret�ria executiva do Sindicato das Ind�strias de Vestu�rio de Nova Friburgo e Regi�o (Sindvest), Isabela Sancho. A entidade representa cerca de 1.480 empresas, a maioria de micro e pequeno porte.

Alternativas

O empres�rio e ex-presidente do Conselho de Moda do polo Paulo Chelles diz que algumas alternativas foram encontradas para superar os impactos da trag�dia. A sa�da para sua empresa, a De Chelles, foi abrir lojas em outras cidades tur�sticas do estado, como Cabo Frio, na Regi�o dos Lagos, e ampliar as exporta��es destinadas aos mercados dos Estados Unidos, de alguns pa�ses da Europa, �frica e para quase toda a Am�rica do Sul.

“O sonho � exportar para o Jap�o”, disse Paulo Chelles. Ele lembra, no entanto, que as pequenas ind�strias perderam equipamentos, o pr�dio onde funcionavam e funcion�rios. “Essas pessoas n�o se mantiveram no mercado em consequ�ncia do desastre que sofreram”.

Em rela��o � recupera��o da cidade, Chelles diz que “tem muita coisa por fazer”. Para ele, houve uma “maquiagem” no centro do munic�pio, enquanto outras �reas em que pr�dios inteiros desabaram continuam da mesma forma, trazendo uma lembran�a triste para quem perdeu um ente na trag�dia. “A lembran�a � muito ruim”, disse.

A Lucitex Lingerie, de m�dio porte, colocou o foco nos grandes compradores (as redes de magazines). Com isso, p�de manter os 300 funcion�rios. “Acho que a gente tem que correr atr�s do nosso mercado. Quem, depois da trag�dia, continuou esperando que os compradores viessem at� Nova Friburgo, est� com mais dificuldade de conseguir se manter”, avaliou a diretora da empresa, Nelci Layola.

A diretora conta que a maior parte das vendas � para fora do munic�pio. “O que fizemos foi isso. A gente n�o se prostrou diante do que tinha ocorrido, nem das perdas que tivemos. A gente come�ou a procurar mais mercados e expans�o, e conseguiu ter uma hist�ria diferente”.

Crise

Depois da trag�dia, o setor enfrenta agora a atual crise econ�mica. A s�cia-gerente da Tardene Lingerie, Rita Tardin, diz que a queixa geral � a queda das vendas. Ela destaca que lingerie n�o � um g�nero de primeira necessidade e embora o polo tenha venha experimentando expans�o, sofreu com a concorr�ncia dos produtos da China. “Com a alta do d�lar, a gente percebe que o olhar se voltou para o produto interno. Mas a�, veio a crise. A grande queixa � a falta de vendas”.
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“N�o est�o deixando totalmente de comprar, mas reduziram entre 50% e 60% as compras. A queda foi muito grande”, conta a empres�ria. Para Rita Tardin, as grandes e m�dias empresas que vendem para os magazines sentem menos os efeitos da crise, ao contr�rio de pequenas ind�strias, como a dela.

Agricultura

O setor agr�cola tamb�m teve recupera��o ap�s a trag�dia. A produ��o atual � maior do que a de 2011, segundo o secret�rio estadual de Agricultura, Christino �ureo. De acordo com ele, at� 2014, o setor vinha crescendo a uma m�dia entre 4% e 5% ao ano, em termos de valor e volume de produ��o. “� muito bom para uma regi�o que sofreu um trauma como esse”. Os dados referentes a 2015 n�o est�o fechados.

Foram afetados os munic�pios de Nova Friburgo, Teres�polis, Petr�polis, Sumidouro, S�o Jos� do Vale do Rio Preto e Bom Jardim, al�m de Areal, no centro-sul do estado. “O que foi feito [na regi�o] recuperou com sobra a quest�o produtiva. O que foi feito l�, mais o esfor�o dos produtores, fizeram a produ��o da regi�o conseguir se reestruturar e at� crescer no per�odo”, disse o secret�rio.

Dentro do Programa Rio Rural Emergencial, com recursos n�o reembols�veis do Banco Mundial (Bird) de R$ 14 milh�es, foram atendidos 1.895 pequenos produtores de 124 comunidades rurais. Os recursos foram usados para a cess�o de equipamentos de irriga��o, microtratores, mudas, sementes e estufas.

Com o Programa Estradas da Produ��o, foram recuperadas as estradas vicinais em �reas de plantio. Desde a trag�dia, 1.213 quil�metros de estradas vicinais foram recuperadas, beneficiando 13.479 pequenos produtores e a restaura��o de 1.677 hectares produtivos. De acordo com o secret�rio, R$ 4,5 milh�es ser�o investidos para pavimenta��o das estradas, com servi�os de drenagem e coloca��o de revestimento. Os recurso s�o provenientes do Bird e repassados pelo Programa Rio Rural.

“A gente viu a regi�o se recuperar de maneira muito significativa, fora outras a��es”, disse.

Outra medida foi cr�dito emergencial concedido pelo governo federal, via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), no valor de R$ 4,3 milh�es, para mais de 2 mil produtores.

A Associa��o dos Agricultores Familiares Produtores de Morango de Nova Friburgo (Amorango) foi uma das entidades atendidas pelo Programa Rio Rural, da Secretaria de Estado de Agricultura. O produtor Dacir da Silveira Condack ressaltou que “o agricultor � uma classe que s� pode parar [de trabalhar] se morrer. Muita gente perdeu tudo, mas a gente tem que tentar se reerguer de todas as formas”.

“A gente precisa de capital de giro. Se n�o tivesse uma ajuda financeira como tivemos, ficaria dif�cil”, argumentou. Atualmente, em Nova Friburgo, existem cerca de 70 produtores de morango.

Para o agricultor Jo�o Gallo, coordenador t�cnico de produ��o da Associa��o Agroecol�gica de Teres�polis, al�m da ajuda financeira, os pequenos produtores conseguiram se recuperar da cat�strofe “trabalhando muito”. A associa��o re�ne 50 pequenos agricultores de Teres�polis, Sumidouro, S�o Jos� do Rio Preto, Guapimirim e Sapucaia, com foco na produ��o de hortali�as org�nicas.

Duas vezes por semana, a associa��o promove a feira agroecol�gica em Teres�polis. Alguns associados participam das feiras do Circuito Carioca, que ocorre na capital fluminense, e vendem hortali�as tamb�m para outros munic�pios do estado.


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