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Estado de Minas

Material escolar tem alta de mais de 60%

D�lar caro e aumento de imposto pesam e pre�os sofrem reajustes muito acima da infla��o em Belo Horizonte. Pesquisa mostra varia��o de at� 566% no valor de item


postado em 19/01/2016 06:00 / atualizado em 19/01/2016 06:43

Com orçamento apertado pelo dragão, pais vão ter de pesquisar mais para encher a mochila dos filhos sem gastar além da conta(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Com or�amento apertado pelo drag�o, pais v�o ter de pesquisar mais para encher a mochila dos filhos sem gastar al�m da conta (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

A estrat�gia de esperar o fim de janeiro para comprar material escolar mais barato pode n�o funcionar desta vez. O temeroso ano de 2016 j� mostra suas garras na lista de compras escolares e, segundo especialistas, n�o h� sinais de que os valores caiam �s v�speras da volta �s aulas. Pressionados pela infla��o, alta do d�lar e aumento da al�quota do Imposto de Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS), caderno, tesoura, borracha, livros, entre outros itens tiveram aumento de mais de 60% em Belo Horizonte, conforme mostra pesquisa do site Mercado Mineiro, divulgada ontem.

Com a alta da moeda norte-americana, (R$ 4 cota��o de ontem), os pre�os de mochilas, estojos e lancheiras est�o cerca de 30% mais caro, conforme estima a Associa��o Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares e de Escrit�rio (Abfiae). De acordo com a entidade, a maioria desses produtos vem da �sia. “Quando o real ficou muito valorizado em rela��o ao d�lar, as f�bricas desses itens fecharam no pa�s. Ent�o, esses materiais vem de fora e est�o chegando bem mais caros”, comenta o presidente da Abfiae, Rubens Passos. Ele conta que a lista com produtos nacionais deve ficar, em m�dia, 10% mais cara. “Est� na hora do consumidor pesquisar mais do que pesquisou no ano passado”, avisa.

Uma tesoura escolar inox redonda que custava no ano passado R$ 1,86 passou para R$ 3, uma alta de 61,29%. Um corretivo l�quido a base de �gua saia a R$ 1, 46 em 2015 e, atualmente, chegou a R$ 2,31, um reajuste de 58,22%. “Em 15 anos, nunca vi um reajuste t�o agressivo. H� uma press�o muito grande sobre os produtos que v�o desde o ICMS, os custos dos comerciantes, d�lar. Uma tesoura aumentou quase o triplo da infla��o, que � de 10,67%”, compara o diretor-executivo do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu. Desde 1 de janeiro, o imposto sobre os materiais escolares subiu de &% a 12% para 18% em Minas Gerais.

A pesquisa do Mercado Mineira foi feita entre os dias 7e 14 de janeiro deste ano, com 82 produtos em 11 estabelecimentos. A alta nos pre�os tem assustado consumidores. A enfermeira Isabela Lana, ontem, procurava itens da lista de material escolar da sua filha Nina, de 4 anos, e se assustou com os valores. “Tudo est� muito caro, a estrat�gia que estou usando � comprar itens em diversos lugares”, comenta, acrescentando que, aos poucos, tem conseguido equilibrar a conta. “Desde dezembro estou fazendo essa compra. Vou em um lugar compro determinado produto e outro compro o mais barato”, revela. Isabel conta que sua filha est� no 1º per�odo da educa��o infantil e o l�pis jumbo, voltado para a idade da crian�a, j� foi encontrado por ela por v�rios pre�os. “Comprei por R$ 1, mas vi que tem caixa com 12 com cores a R$ 40”, reclama.

O susto dos consumidores tem mudado os ares das papelarias. H� um ano, entrar em um estabelecimento nesse per�odo do ano exigia paci�ncia, tamanha as filas. Este ano, a realidade � outra. “Tivemos, at� o momento, uma queda de 10% nas vendas”, comenta a gerente da BrasiLusa, M�rcia Santos. Segundo ela, tem sido um desafio para a papelaria, localizada na Savassi, n�o reajustar seus pre�os. “Grandes fornecedores, como a Faber Castel, por exemplo, aumentaram seus pre�os. Uma caixa com 48 l�pis coloridos da marca custava R$ 59,90 no ano passado e passou para R$ 100”, revela M�rcia.

Ontem, na Brasilusa havia poucos pais com a lista de material escolar em m�os. “Os itens importados subiram demais, por causa da alta do d�lar. As editoras tamb�m fizeram reajustes”. M�rcia conta que um livro bastante procurado e voltado para os alunos do 9º ano, custava R$ 121 no ano passado e chegou, este ano, a R$ 150. “O jeito que temos para n�o perdermos clientes � dar descontos e cobrir ofertas. Caso algum deles mostre que o mesmo produto est� mais barato em outro lugar, negociamos”, conta.

Estoques “Antigamente, �s v�speras da volta �s aulas os pre�os caiam, mas, este ano, isso n�o vai acontecer", avisa Feliciano Abreu. Isso porque as papelarias est�o no sufoco para manter a clientela e lidar com os reajustes. “O nosso aviso � para que todos antecipem suas compras. � poss�vel que muitos lojistas ainda estejam mantendo seus pre�os porque conseguiram fazer um estoque no ano passado. Mas, com o passar dos dias, com a infla��o e d�lar em alta, o que os comerciantes repuserem vai chegar mais salgado para o consumidor”, comenta Rubens Passos, que acredita que a desvaloriza��o do real vai continuar impactando no setor. “Quem chegar primeiro no ponto de venda ter� mais oportunidades”, aconselha.

Enquanto duram os estoques, os estabelecimentos apostam nas promo��es para atrair a clientela arredia. Na Papelart Minas, no Bairro Floresta, na Zona Leste, por exemplo, os descontos t�m resultado em um movimento no local. De acordo com a funcion�ria Giz�lia Soareas Xavier, a cada R$ 100 em compra, o consumidor tem 25% de desconto. “Ou seja, ele paga, na verdade, R$ 75. Estamos negociando com os clientes. Hoje (ontem), um pai de aluno quis comprar um l�pis que custava R$ 1,50 a unidade. Quando ele disse que queria a caixa com 12 l�pis, vendi a R$ 12", conta, acrescentando que quando as pessoas compram em grandes quantidades, o estabelecimento d� descontos. “Al�m disso, quando o cliente opta pelo pagamento � vista, tem o desconto de 10%”, avisa.

Consulta gera economia

O h�bito de pesquisar, pelo menos em dois estabelecimentos, tamb�m � fundamental neste momento. O levantamento do Mercado Mineiro mostrou que itens da lista de material escolar chegaram a ter diferen�a de 566,67% entre as lojas, como � o caso do Papel Fantasia que pode custar de R$ 0,15 at� R$ 1. O site comparador de pre�os e produtos Zoom fez um levantamento dos valores dos itens b�sicos da lista escolar e mostrou que, ao optar por comprar os produtos mais baratos, os pais podem gastar em m�dia R$ 68 com artigos de papelaria e economizar 72%, j� quem n�o pechinchar e buscar op��es similares por um custo mais baixo pode ter um gasto superior a R$ 240.

Uma lapiseira Tris Tech 0.5 mm custa, de acordo com o site, R$ 1,96. Enquanto a lapiseira Pro-line 0.5mm Triden, com a mesma funcionalidade, mas marca e design diferente, custa R$ 26,90, uma varia��o de 1.272%. Abandonar as marcas conhecidas e optar por aquelas nem t�o conhecidas pode fazer a diferen�a. Um corretivo l�quido sem marca em BH pode custar R$ 1,50, enquanto aquele feito por uma empresa famosa custa o dobro.

“Principalmente nesse momento, em que por conta da crise econ�mica, o or�amento de in�cio de ano est� ainda mais apertado, vale pesquisar bastante antes de comprar, pois esses artigos de papelaria s�o itens de pequeno valor, mas que podem representar grande economia no valor total da compra de material escolar”, comenta Thiago Flores, diretor-executivo do Zoom. “Os pais precisam economizar ao m�ximo, principalmente no in�cio de ano, per�odo em que outros gastos extras, como taxa de matr�cula, uniforme e outros materiais did�ticos, podem surgir e complicar o or�amento da fam�lia”, completa.

Enquanto isso...
...MERCADO CALCULA INFLA��O MAIOR

A pesquisa semanal feita pelo Banco Central (BC) com analistas do mercado financeiro elevou mais uma vez a previs�o para a infla��o deste ano, que deve fechar em 7% – 0,5 ponto percentual acima do teto da meta do governo. Para o ano que vem, a taxa esperada para o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) tamb�m subiu, passando de 5,20% para 5,40%. Na semana passada, o relat�rio Focus previa que infla��o ficaria em 6,93% este ano. A alta, que j� prev� a taxa em 7%, foi a terceira seguida. Em 2015, a taxa oficial foi de 10,67%, a maior em 13 anos e o primeiro estouro da meta desde 2003. O centro da meta do BC � 4,5%. A piora da previs�o para 2017, que j� chega a 5,40%, afasta o resultado do alvo e o aproxima do teto de 6%, uma vez que a margem de toler�ncia estipulada para o ano que vem � de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.


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