
Davos, 20 - �s v�speras da reuni�o do Copom, em que se acredita que o Banco Central pode subir mais uma vez os juros, Joseph Stiglitz, Pr�mio Nobel de Economia, disse em Davos, onde participa do F�rum Econ�mico Mundial, que o BC brasileiro estrangula a economia. Para ele, a pol�tica monet�ria do Brasil deveria se contrapor aos efeitos depressivos da queda do pre�o das exporta��es e da Opera��o Lava-Jato.
"Voc�s t�m uma das mais altas taxas de juros no mundo. Se o Brasil reagisse � queda no pre�o das exporta��es com medidas contrac�clicas, o pa�s talvez pudesse ter evitado a intensidade da atual crise. Outra quest�o � que, sempre que ocorrem esc�ndalos de corrup��o da magnitude do que acontece agora no Brasil, a economia � jogada para baixo. Isso cria uma esp�cie de paralisia", afirmou o economista em entrevista ao Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado.
"O sistema legal no Brasil est� colocando muita gente na pris�o", disse Stiglitz. "N�o estou dizendo que n�o deveriam fazer isso, mas a pol�tica monet�ria deveria reconhecer que este � um per�odo em que haver� restri��o de gastos, particularmente no setor p�blico, em que as pessoas ser�o mais cautelosas em tomar decis�es, em que a constru��o civil vai se contrair".
Sobre o quadro mundial, o economista avalia que a economia ter� desempenho em 2016 igual ou pior ao de 2015. "H� falta de demanda agregada global. Mesmo antes da crise, o que sustentava a economia americana era uma bolha artificial. Se n�o fosse por ela, a economia teria sido fraca", afirmou.
Segundo ele, h� quatro raz�es b�sicas para a demanda reduzida. "A primeira � a desigualdade. As pessoas no topo n�o gastam tanto (como parte da sua renda) quanto as pessoas na base. Ent�o, � medida que a desigualdade cresce, a demanda se enfraquece", explicou.
"Em segundo lugar, h� transforma��es estruturais acontecendo em quase todos os pa�ses. Nos EUA, a transi��o da ind�stria manufatureira para os servi�os. Na China, das exporta��es para a demanda interna. Mas os mercados s�o duros em conduzir essas transi��es. Tem sempre gente que fica para tr�s, o que contribui para a desigualdade. Os setores que ficam para tr�s n�o podem demandar bens", avaliou.
"Em terceiro lugar, a zona do euro est� uma bagun�a, com pol�ticas econ�micas que contribu�ram para reduzir o crescimento". O quarto fator, segundo o economista, � a queda do pre�o do petr�leo. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.