Bras�lia, 20 - Numa decis�o marcada pela pol�mica e desconfian�a de inger�ncia pol�tica da presidente Dilma Rousseff, o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central manteve a taxa de juros em 14,25%. Na primeira reuni�o do ano, os membros do Copom optaram em n�o mexer na taxa Selic para n�o aprofundar a recess�o no Pa�s, apesar do risco de a infla��o fechar este ano mais uma vez acima do teto da meta depois de bater 10,67% em 2015.
A decis�o n�o foi un�nime. Seis integrantes voltaram pela manuten��o. Os diretores Sidnei Corr�a e Tony Volpon, no entanto, votaram pela alta da Selic para 14,75%. Dividido e sob cr�ticas generalizadas que minaram a ainda mais a sua j� baixa credibilidade, o BC evitou uma nova subida da Selic, movimento combatido fortemente pelo PT e at� mesmo por economistas considerados mais conservadores, que colocaram em d�vida a efic�cia da alta dos juros para derrubar a infla��o na atual conjuntura de crise do Pa�s.
"Avaliando o cen�rio macroecon�mico, as perspectivas para a infla��o e o atual balan�o de riscos, considerando a eleva��o das incertezas dom�sticas e, principalmente, externas, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 14,25% ", informa o comunicado do BC, divulgado ap�s a reuni�o. Desde julho, a taxa Selic est� no mesmo patamar no atual ciclo de aperto monet�rio que teve in�cio em abril de 2013.
A manuten��o da Selic em 14,25% pela quarta vez consecutiva marca uma reviravolta na estrat�gia do BC, que at� segunda-feira dava todas as sinaliza��es de que iria usar novamente a arma dos juros para coordenar as expectativas dos agentes econ�micos e mostrar que seria capaz de colocar a infla��o na trajet�ria do centro da meta de 4,5% em 2017.
O cen�rio mudou depois que o presidente do BC, Alexandre Tombini, divulgou na ter�a-feira, poucas horas antes do in�cio da primeira etapa do Copom, comunicado alertando para a piora das previs�es para a economia brasileira feitas pelo Fundo Monet�rio Internacional (FMI).
O informe provocou abalo no mercado e foi interpretado como um sinal de rendi��o de Tombini �s press�es da presidente e uma desculpa para mudar de estrat�gia na �ltima hora. Essa percep��o aumentou nesta quarta-feira, 20, com as declara��es do ex-presidente Lula minimizando o risco de infla��o em 8% e recomendando ao BC que n�o subisse os juros, porque "nem os banqueiros querem".
A incerteza foi tamanha que os investidores passaram a incluir at� mesmo nas apostas a possibilidade de queda das juros, o que n�o ocorreu.
A mudan�a do Copom alimentou a avalia��o de que o BC n�o tem autonomia e foi vista como ades�o do BC ao projeto da presidente de dar uma nova guinada na pol�tica econ�mica junto com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, para garantir a recupera��o mais r�pida da economia.