(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Sal�rio menor em servi�os n�o garante al�vio da infla��o do setor


postado em 24/01/2016 17:19

S�o Paulo, 24 - A diminui��o da renda dos trabalhadores de servi�os, intensificada nos �ltimos meses, leva a dois movimentos que podem resultar no tardio arrefecimento da infla��o do setor: de um lado, o pagamento de valores menores aos funcion�rios alivia os custos dos prestadores de servi�os e, de outro, com menos renda dispon�vel, o corte no or�amento das fam�lias deve abrandar tamb�m a press�o sobre os pre�os. Economistas ponderam, no entanto, que este movimento � uma condi��o necess�ria, mas n�o determinante para o arrefecimento dos pre�os em servi�os e que o al�vio da infla��o do setor ainda levar� tempo, com a converg�ncia para o centro da meta podendo ocorrer apenas a partir de 2018.

Levantamento feito pelo Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado, com dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domic�lio (Pnad) Cont�nua revela que, desde 2013, a taxa de crescimento da renda m�dia dos trabalhadores do setor desacelerou de maneira significativa at� todos os cinco segmentos passarem a registrar quedas a partir do segundo semestre de 2015. No trimestre encerrado em outubro de 2013, as taxas de crescimento da renda dos diversos tipos de servi�os estava acima da m�dia geral - que considera ainda os ganhos de trabalhadores da constru��o civil, ind�stria, com�rcio e administra��o p�blica. J� no mesmo per�odo de 2015, os cinco segmentos de servi�os que comp�em a pesquisa n�o s� registraram queda na renda real, como a magnitude da retra��o foi mais intensa que a m�dia geral. O impacto desses efeitos sobre a infla��o n�o � desprez�vel, uma vez que a folha de pagamento representa, em m�dia, 30% dos custos de um neg�cio e os servi�os respondem por 40% do emprego formal no Pa�s, segundo especialistas que acompanham o setor.

Para o economista-chefe da Parallaxis Consultoria, Rafael Le�o, este movimento est� claramente relacionado ao aperto no or�amento das fam�lias e sinaliza para a diminui��o da press�o inflacion�ria sobre os pre�os do setor. "O recuo da renda dos trabalhadores e o aumento do desemprego no setor significam uma press�o muito menor da parte de custos. Isso pode vir a permitir um arrefecimento dos pre�os", afirmou.

O economista da RC Consultores, Marcel Caparoz, tem uma avalia��o semelhante, mas pondera que a trajet�ria de arrefecimento dos pre�os deve ser lenta. "A tend�ncia � de que a infla��o de servi�os recue dos quase 8,5% registrados em 2015, mas ela n�o deve fechar 2016 abaixo de 7%", estimou. Para ele, apenas entre 2018 e 2019 � que o ritmo de alta deve se aproximar do n�vel do centro da meta inflacion�ria, de 4,5%. J� Le�o projeta que a infla��o de servi�os fique em 6,8% neste ano e em 5% no ano que vem.

A leitura dos especialistas � de que o encolhimento dos sal�rios pagos aos trabalhadores abre caminho, mas n�o garante um intenso processo de desinfla��o no curto prazo porque, ao contr�rio do que ocorre com a eleva��o de custos, o repasse da diminui��o dos gastos para o consumidor se d� de forma mais lenta. "Isso pode demorar at� oito meses para o empres�rio ter certeza de que tem condi��es de manter o neg�cio cobrando menos dos seus clientes", disse Caparoz.

A mesma redu��o de sal�rios que beneficia o setor do lado dos custos acaba refletindo na diminui��o dos lucros sob a �tica da demanda. "O ciclo mais tradicional � o de uma mulher, por exemplo, que na �poca de bonan�a fazia a unha duas vezes por semana e agora, s� a cada quinze dias", exemplificou Le�o. "Al�m da queda da renda, as demiss�es e o medo do desemprego apertaram bastante o or�amento das fam�lias." Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), entre o trimestre de agosto a outubro de 2014 e o mesmo per�odo de 2015 a massa de rendimento dos brasileiros encolheu R$ 2 bilh�es, ao recuar 1,2%, para R$ 169,576 bilh�es.

Caparoz lembra que estas s�o condi��es favor�veis e necess�rias para permitir o arrefecimento da infla��o de servi�os, mas ainda h� outros fatores pressionando os pre�os. "Os gastos com energia e aluguel, por exemplo, continuam elevados", recordou. J� Le�o alerta para outro risco. "Tamb�m tem os efeitos da indexa��o que acabam levando � in�rcia inflacion�ria e limitando a desacelera��o da alta de pre�os", observou.

Segmentos

Ao analisar o comportamento da renda m�dia dos trabalhadores das cinco categorias de servi�os, Caparoz destaca que, em tempos de crise econ�mica e de redu��o de custos, prestadores de servi�os podem ser substitu�dos com mais facilidade que um oper�rio da ind�stria, por exemplo. "O custo do treinamento de um funcion�rio e o tempo para ele aprender suas fun��es s�o muito menores", observou. Isso explicaria as crescentes demiss�es de funcion�rios com sal�rios mais elevados e a contrata��es de pessoas menos experiente e, consequentemente, com sal�rios mais baixos.

Para ele, a situa��o do setor de alojamento e alimenta��o � o mais delicado, j� que a renda m�dia dos trabalhadores do segmento vem caindo h� mais de um ano e registrou, ao longo de 2015, as retra��es mais intensas na compara��o com os outros segmentos. O outro grupo que chama a aten��o do economista � o de servi�os dom�sticos, que sustentou taxas de crescimento m�dio da renda superiores a 4% at� meados de 2014, mas que, quando passou a cair, nas duas �ltimas leituras da Pnad Cont�nua, passou por quedas fortes de 2,5% e 4,2% nos trimestres encerrados em setembro e outubro de 2015, respectivamente, ante iguais per�odos de 2014.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)