Considerado term�metro da economia, o setor de m�quinas e equipamentos encerrou 2015 com a capacidade instalada no mais baixo patamar da s�rie hist�rica iniciada em 1999. O recorde negativo � reflexo da retra��o da economia com forte assombro na confian�a do empresariado. O impacto direto disso � o fechamento de 45 mil postos de trabalho nos �ltimos 12 meses. Em Minas, foram aproximadamente 6 mil demiss�es, o que representa corte de 24% no total de empregos.
O estado deve fechar o ano com retra��o de 50% no faturamento, percentual mais que tr�s vezes superior ao da m�dia nacional, segundo a Associa��o Brasileira de M�quinas e Equipamentos (Abimaq). No pa�s, o faturamento caiu 14,4%, para R$ 84,873 bilh�es. Com a deprecia��o do c�mbio, o setor vislumbra como �nica sa�da imediata o aumento das exporta��es e, para isso, roga ao governo federal melhoria no formatos de financiamento. Em dezembro, as vendas para o exterior registraram alta de 14,1%, sinal positivo para uma poss�vel retomada.
Pelo balan�o apresentado pela Associa��o Brasileira de M�quinas e Equipamentos, o n�vel de utiliza��o da capacidade instalada do setor encerrou o ano passado em 65,8%, ou seja a ind�stria usa menos de dois ter�os de suas possibilidades de produ��o. O indicador m�dio para 2015 foi 6,9 pontos percentuais abaixo do ano anterior. “Pouco investimento de hoje reflete pouco crescimento de amanh�”, afirma o presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, ressaltando que superar a crise pol�tica ainda no primeiro trimestre � fundamental para possibilitar crescimento nos outros tr�s.
Resultante direta do baixo n�vel de produtividade, a quantidade de empregos diretos recuou m�s a m�s de janeiro at� dezembro. Portanto, 11 meses de queda no indicador de pessoal ocupado ao se comparar com o m�s imediatamente anterior. Ao fim de 2014 eram 353,94 mil vagas, enquanto em dezembro de 2015 o n�mero caiu para 308,72 mil, o que significa fechamento de 12,78% dos postos de trabalho. A trajet�ria de demiss�es teve in�cio em meados de 2013. Em maio daquele ano, eram 380,29 mil contratados.
O diretor de Competitividade da Abimaq e assessor econ�mica entidade, M�rio Bernadini, considera que a tend�ncia � de continuidade no fechamento de vagas no in�cio do ano at� atingir patamar pr�ximo ao da queda de faturamento (14,4%) no ano passado – em 2014 e 2013, o corte j� tinha sido de 11,6% e 5%, respectivamente. A proje��o � que em 2016 mais 20 mil pessoas sejam demitidas, com poss�vel continuidade do fluxo em caso de o faturamento mantiver a retra��o.
Em Minas Gerais, segundo o vice-presidente da entidade, Marcelo Veneroso, considerando o perfil do parque industrial, focado em siderurgia, �leo e g�s, minera��o e agricultura, a situa��o � ainda mais grave que a m�dia nacional. No estado, at� novembro, o faturamento recuou 47%. Al�m das quedas referentes � economia, o baque causado pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, contribuiu para a queda de investimentos. “Algumas empresas j� cortaram encomendas por causa da Samarco. Era uma das �nicas que estava com projeto para sair do papel”, afirma Veneroso.
Esperan�a � o
mercado externo
A expectativa do setor � recuperar o n�vel de atividade com o aumento no volume das exporta��es. O setor fechou 2015 com quedas nas vendas para outros pa�ses em 16,2%, mas, em dezembro, � poss�vel perceber alta de 14,1% no comparativo com novembro. Mesmo com a forte alta do d�lar ante o real a partir do segundo trimestre do ano passado, segundo a entidade o fechamento de novos neg�cios no exterior � mais demorado. A Abimaq argumenta que frente a outras moedas o real ganhou competitividade somente a partir de agosto do ano passado, no auge da crise pol�tica. A alta nas exporta��es foi acompanhada da eleva��o na carteira de pedidos, outro sinal favor�vel. Depois de bater o menor patamar da s�rie hist�rica nos dois meses anteriores, o n�vel de pedidos teve alta.
“� a nossa esperan�a”, diz Bernadini ao ser questionado sobre a proje��o para as exporta��es em 2016. “O c�mbio a (R$) 4 nos permite competir no mercado externo e no mercado interno frente aos produtos importados”, acrescenta o diretor da Abimaq. Ele projeta alta entre 15% e 20% das exporta��es neste ano. Mas faz duas ressalvas: a primeira sobre a queda na demanda por bens de capital em todo o mundo, com efeitos da desacelera��o chinesa e da queda do pre�o do barril do petr�leo no mercado internacional e a outra relacionada � necessidade de criar-se linhas de financiamento para facilitar o fluxo de mercadorias.
Por setor, apenas um dos sete apresentaram alta nas exporta��es no ano passado: infraestrutura e ind�stria de base (8,3%). No geral, as exporta��es recuaram 16,2%. Mas, ao se fazer o recorte para dezembro, � poss�vel perceber eleva��o em seis dos sete grupos: componentes para a ind�stria de bens de capital (97,6%), m�quinas para log�stica e constru��o civil (22,8%), m�quinas para petr�leo e energia renov�vel (2,6%), m�quinas para agricultura (38,7%), m�quinas para ind�stria de transforma��o (20,8%) e m�quinas para bens de consumo (23,4%).
Enquanto isso...
… Abimaq pede ajuda ao governo
Membro do Conselho de Desenvolvimento Econ�mico e Social, o chamado Conselh�o do governo federal, a Associa��o Brasileira da Ind�stria de M�quinas e Equipamentos (Abimaq) pretende sugerir ao governo hoje, na primeira reuni�o do grupo desde 2014, a ado��o de incentivos fiscais para que as f�bricas instaladas no Brasil renovem seus parques industriais com a compra de m�quinas e equipamentos, afirmou ontem o presidente da entidade, Carlos Pastoriza. “N�s sabemos da dificuldade fiscal que o governo tem neste momento, mas seria importante o governo fazer um esfor�o para que o parque industrial se renove”, disse. “O parque industrial do Brasil tem uma m�dia de idade de 17 anos, enquanto na Alemanha � media � de oito anos”, comparou. “Nosso parque tem hoje m�quinas mais antigas e menos autom�ticas”, acrescentou.