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Estado de Minas

Carca�as de avi�es s�o transformadas em boate, restaurante e outros empreendimentos

Sucata da Vasp ter�o nova destina��o. Empres�rios mineiros adquiriram as aeronaves em leil�es da empresa


postado em 01/02/2016 06:00 / atualizado em 01/02/2016 08:01

Boeing da Vasp será transformado em boate, em Contagem(foto: FabianoMarques/Divulgacao)
Boeing da Vasp ser� transformado em boate, em Contagem (foto: FabianoMarques/Divulgacao)

Mais de uma d�cada atr�s, a Vasp deixava de voar. Com o fim das atividades, dezenas de aeronaves que por anos cortaram os c�us brasileiros foram depositadas nos p�tios dos principais aeroportos do pa�s. Sem operar, as carca�as se transformaram em sucata at� uma decis�o conjunta para leilo�-las. Aos poucos, as primeiras das 27 unidades ganham cara nova, mas, desta vez, com finalidade muito diferente. Antigos Boeings s�o transformados em restaurantes, boate ou mesmo servem apenas como atrativo para visitantes.

Em investimento inusitado, centro comercial desenvolvido com cont�ineres mar�timos ter� boate dentro de um Boeing 737. A casa noturna no avi�o est� prevista para ser entregue em 60 dias. Inaugurado em dezembro, o shopping localizado em Contagem j� est� em fase de expans�o. A pr�xima etapa � o lan�amento da boate dentro da aeronave, que, pelo projeto, inicialmente, seria um parque de divers�es.


Segundo o empres�rio M�rio Valadares, propriet�rio do Shopping Oiapoque, em Belo Horizonte, e do outlet S� Marcas, em Contagem, o avi�o adquirido da massa falida da Vasp estava abandonado no aeroporto de Confins, inclusive sem os motores. A carca�a foi arrematada por R$ 72 mil. Ela foi totalmente reformada e integrar� a parte de entretenimento do complexo comercial.

Al�m da �rea interna da aeronave, cont�ineres ser�o posicionados nas proximidades para compor um cen�rio que retrate um hangar. No espa�o, haver� um lounge conectado � parte interna da boate, onde funcionar� a pista de dan�a com piso retr�. Ainda ser� erguido um palco para shows sobre um cont�iner. A boate, que se chamar� Journey Club, ter� capacidade para 300 pessoas. Al�m do Boeing, um helic�ptero que serviu na Segunda Guerra Mundial tamb�m vai comp�r o espa�o kids.

A proposta inicial do empres�rio era transformar o espa�o em um shopping de ve�culos novos, que deveria reunir diversas concession�rias de autom�veis nacionais e importados em um mesmo espa�o. O local teria at� mesmo �rea para test drive. Mas a ideia foi modificada. O avi�o tamb�m teria outra finalidade. Seria um playground para crian�as.

Com o leil�o das 27 aeronaves – 26 Boeings e um Airbus –, classificadas como sucata depois de a Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac) informar que n�o poderiam mais al�ar voo, foi arrecadado R$ 1,9 milh�o. O montante serve para o pagamento de credores da extinta companhia a�rea.

Ver galeria . 10 Fotos FabianoMarques/SóMarcas/Divulgacao
(foto: FabianoMarques/S�Marcas/Divulgacao )


ENTRE OS MAIORES Ao ver uma reportagem na televis�o sobre o leil�o, o empres�rio Thiago Oliveira pensou em comprar uma das aeronaves depositadas nos “cemit�rios” nos quais foram transformados os p�tios de oito aeroportos. Ele at� foi ao leil�o, mas n�o fechou neg�cio. Saiu de l� com o contato de um empres�rio propriet�rio de um DC-8 que estava em Viracopos, em Campinas (SP). Por valor mantido em segredo, ele fechou o neg�cio.

O avi�o, bem maior que os Boeings 737-200 da Vasp, ser� transformado em um restaurante na entrada de Po�os de Caldas, no Sul de Minas. “Ser� o maior avi�o-restaurante do mundo”, garante Oliveira, que, inclusive, j� protocolou o suposto recorde no Guinness Book. O livro vai conferir a veracidade da informa��o. Ele diz ter pesquisado sobre um empreendimento semelhante no Reino Unido, mas com um Boeing 737-200, e outro no Canad�, onde est� instalado um McDonald’s. “Meu pai visitou um em Santa Catarina, mas l� s� cabem 10 pessoas”, diz ele. O restaurante mineiro ter� capacidade para 300 pessoas sentadas, sendo 90 dentro da aeronave e o restante em uma �rea externa.

“Era para ter inaugurado no ano passado, mas tive que mudar para uma �rea maior para caber tudo. Ainda este ano o espa�o entra em funcionamento”, afirma Oliveira. O novo lote fica na entrada de Po�os de Caldas, com �rea de 22 mil metros quadrados. O foco do neg�cio ser�o os turistas em visita ao Sul de Minas. Segundo ele, por fim de semana, entre 2 mil e 4 mil pessoas visitam a cidade, vindas de S�o Paulo e outros munic�pios pr�ximos.

Em Nanuque, no Vale do Mucuri, o empres�rio Tadeu Milbratz orientou um funcion�rio a fazer lances para uma das aeronaves da Vasp. Com a grande concorr�ncia, a op��o restante foi uma unidade que se encontrava em Manaus (AM), distante 4,5 mil quil�metros da cidade mineira. Autorizado pelo patr�o, o rapaz comprou a unidade por R$ 84 mil. Mal sabia ele que se iniciava ali um outro investimento para transportar a carca�a.


At� chegar ao destino, foram 10 meses entre o planejamento log�stico, o desembara�amento e o transporte de fato. Ao todo, foram 20 dias entre o percurso de barco at� Bel�m e o rodovi�rio at� Minas Gerais. O custo: 
R$ 150 mil, quase duas vezes o valor do Boeing. Apesar de a dist�ncia ser muito maior, o gasto de Milbratz foi menor que o de Thiago Oliveira para transportar o DC-8 de Campinas para Po�os de Caldas. O empres�rio contratou 11 carretas para transferir o cargueiro, ao custo de R$ 230 mil. A explica��o est� no tamanho: o DC-8 tem 45 metros de comprimento contra 30 metros do Boeing 737-200.

Apaixonado por avia��o, Milbratz tamb�m � piloto. A aeronave deve servir de chamariz para visitantes de um centro comercial que ele pretende montar em uma fazenda de 1.200 hectares que fica �s margens da rodovia que corta Nanuque. Um projetista foi contratado para elaborar a planta. A proposta � negociar lotes do terreno onde podem ser instalados um posto de gasolina, um restaurante e outros servi�os apropriados para uma parada rodovi�ria. “� como se fosse um presente para a cidade”, afirma.

A �nica d�vida de Milbratz era sobre a manuten��o ou n�o da pintura original com as cores da Vasp, mas, depois de consultar amigos, ele parece decidido a manter o logotipo. Para ele, poder� ser uma forma de manter viva a hist�ria da companhia.

Saiba mais
Altos e baixos da Vasp

Fundada em novembro de 1933, pelas m�os de 72 empres�rios, inicialmente a Via��o A�rea S�o Paulo (Vasp) faria duas rotas ligando cidades do interior de S�o Paulo e outra com destino a Uberaba. Pouco tempo depois, no que seria a primeira crise financeira da empresa, o governo paulista adquiriu 91,6% das a��es da companhia. At� a d�cada de 1980, a estatal figurou entre as maiores empresas de transporte a�reo do pa�s, mas, com o alto custo de opera��o, o governo paulista decidiu privatiz�-la. Nas m�os do empres�rio W�gner Canhedo, a Vasp voltou a crescer, inclusive com rotas para o exterior. Mas a empresa n�o resistiu aos novos concorrentes que surgiram em meados dos anos 1990 e, em 2005, fez seu �ltimo voo em interven��o federal em raz�o de d�vidas trabalhistas e fiscais. A fal�ncia da empresa foi decretada em julho de 2008. O leil�o das aeronaves serviu para quitar parte de seus d�bitos. 

 


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