Rio, 05 - A baixa confian�a de empres�rios e consumidores, o encarecimento do cr�dito e a deteriora��o do mercado de trabalho foram fatores determinantes para a queda generalizada da produ��o industrial em 2015, afirmou o t�cnico da Coordena��o de Ind�stria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), Rodrigo Lobo. Ao todo, 12 das 15 regi�es investigadas produziram menos no ano passado do que em 2014.
O maior impacto negativo veio de S�o Paulo, cuja atividade encolheu 11,0% no ano passado, apontou o IBGE. Mesmo com o alto grau de diversifica��o de seu parque industrial, nenhum setor escapou de um desempenho negativo. "Os principais impactos negativos vieram de ve�culos e m�quinas e equipamentos, seguidos da produ��o de alimentos. Mas todos os 18 setores mostraram recuo na produ��o", disse Lobo.
"Como n�o foi algo localizado, n�o tem um evento espec�fico que possa explicar. � reflexo de um cen�rio conjuntural em que temos queda da confian�a, cr�dito mais caro, aumento de juros, maior press�o sobre a renda dos trabalhadores. Todas essas vari�veis se deterioraram ao longo de 2015, levando � redu��o no consumo das fam�lias e nos investimentos dos empres�rios", acrescentou o pesquisador.
No Amazonas, o recuo de 16,8% na produ��o no ano passado foi o mais intenso entre as regi�es, segundo o IBGE. "Os setores que mais sofreram foram os equipamentos de inform�tica e produtos eletr�nicos, bebidas e outros equipamentos de transporte. S�o justamente os que t�m mais peso na ind�stria amazonense", explicou Lobo.
Dentro dos equipamentos eletr�nicos, a contribui��o mais negativa vem dos televisores, que tiveram um pico de produ��o antes da Copa do Mundo de 2014. No ano passado, a linha de fabrica��o foi freada bruscamente, diante da demanda mais fraca.
Apenas tr�s locais se salvaram de uma queda na produ��o em 2015. No Esp�rito Santo (4,4%) e no Par� (5,7%), a ind�stria foi impulsionada pelo setor extrativo, com destaque para o min�rio de ferro. "A ind�stria capixaba at� foi afetada pelo acidente em Mariana, mas n�o o suficiente para anular o crescimento em 2015", disse o t�cnico do IBGE, em refer�ncia ao rompimento de duas barragens da mineradora Samarco em Minas Gerais, que levou � paralisa��o de sua produ��o no Esp�rito Santo.
No Mato Grosso, a produ��o industrial cresceu 5,7% no ano passado, impulsionada principalmente pelo setor de alimentos e pela produ��o de �lcool.
Para o in�cio de 2016, a recupera��o desse quadro de quedas disseminadas ainda � incerta. "Ainda n�o temos nenhum resultado. O que sabemos � que, conjunturalmente, nada mudou, a taxa de juros segue elevada, a renda continua pressionada e os empres�rios seguem inseguros. N�o sabemos se estamos pr�ximos de uma revers�o ou se a trajet�ria descendente vai continuar", disse Lobo.
Dezembro
No m�s de dezembro, a ind�stria de Pernambuco levou um tombo de 11,9% na compara��o com novembro, informou o IBGE. "Em novembro, houve produ��o mais elevada de sorvetes. Como as f�bricas formaram estoques, isso levou a uma redu��o na atividade em dezembro", explicou Lobo. Al�m disso, a concess�o de f�rias coletivas a trabalhadores dos segmentos de metalurgia e outros equipamentos de transporte tamb�m contribuiu para a queda.
No Amazonas, houve recuo de 7,1% em dezembro ante novembro. A regi�o � a �nica que, a exemplo do �ndice geral, mostrou o 7� recuo consecutivo na margem. Nesse per�odo, a perda acumulada chega a 20,3%.