S�o Paulo, 08 - A crise mudou a prefer�ncia do brasileiro na hora de comprar produtos do dia a dia, como alimentos industrializados e itens de higiene e limpeza. Embalagens menores e maiores, conhecidas como econ�micas, ca�ram no gosto do consumidor, enquanto as intermedi�rias perderam participa��o nas vendas.
Uma pesquisa feita pela consultoria Nielsen mostra que nas 20 categorias mais importantes em faturamento nos supermercados, como cerveja, refrigerante, industrializados de carne, leite, achocolatado, entre outras, aumentou em 60% a import�ncia da embalagem econ�mica nas vendas. A embalagem econ�mica � aquela que � maior, na qual o consumidor desembolsa mais num primeiro momento, mas o produto sai por um valor unit�rio menor.
Na outra ponta, para essas mesmas categorias de produtos tamb�m cresceu em 40% a import�ncia da embalagem menor nas vendas. Na embalagem menor, o consumidor gasta menos na hora da compra, levando para casa uma quantidade reduzida de produtos. Por meio de um painel eletr�nico ligado a 4,5 mil lojas do setor de supermercados espalhadas pelo Pa�s, a consultoria acompanha as vendas de 240 itens.
O iogurte em embalagens de at� 360 gramas, por exemplo, que representava 3% das vendas em volume em 2014, ampliou sua participa��o para 5,4% no ano passado. No mesmo per�odo, a fatia das embalagens maiores, com mais de um quilo, passou de 4,3% para 5,8%. J� os potes intermedi�rios, com 361 gramas a um quilo, perderam quase dois pontos e meio de participa��o nas vendas, de 66,3% para 63,9%, apesar de representarem ainda a maior fatia.
O crescimento de participa��o de vendas de embalagens pequenas e grandes e a perda da fatia das intermedi�rias se repetiu no ano passado em rela��o ao anterior para sucos prontos para beber, �gua mineral, amaciante de roupas, biscoitos, entre outros itens, aponta a pesquisa.
"A crise acelerou o efeito 'ampulheta' no consumo", observa o analista de mercado da consultoria, Jonathas Rosa. Ele conta que pela primeira vez foi identificado esse movimento nas vendas no in�cio do ano passado e, de l� para c�, essa tend�ncia ganhou for�a.
A polariza��o das vendas de uma mesma categoria de produto foi batizada pelos especialistas de efeito 'ampulheta' porque o crescimento ocorre nos extremos e os tamanhos intermedi�rios perdem participa��o.
"Observamos o mesmo comportamento das embalagens se repetindo nas marcas", diz o consultor. A participa��o nas vendas das marcas de pre�o menor e maior � crescente dentro de uma mesma categoria de produto. Segundo ele, esse movimento pode estar ligado � crise. "As classes sociais que sofrem menor impacto continuam comprando os produtos mais caros enquanto a grande maioria dos brasileiros busca marcas mais baratas."
O efeito 'ampulheta' entre as marcas � n�tido nas vendas de azeite. Segundo a pesquisa, a fatia das marcas baratas de azeite nas vendas, que era de 26,6% em 2014, subiu para 28,5% no fim do ano passado. No caso das marcas de maior valor, o movimento foi semelhante: de 33,5% para 44,6%. J� as marcas de pre�o intermedi�rio perderam fatia de vendas: eram 39,8% em 2014 e ca�ram para 26,9% em 2015. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.