Estabilidade da inadimpl�ncia � ruim em cen�rio de melhora das carteiras, diz SPC

S�o Paulo, 24 - A praticamente estabilidade da inadimpl�ncia, apontada pela Nota de Cr�dito de janeiro, divulgada pelo Banco Central (BC), torna-se um indicador ruim para a economia se for levado em conta que de um ano e meio para c� as carteiras de cr�dito dos bancos melhoraram. A avalia��o � da economista-chefe da SPC Brasil, Marcela Kawauti.

De acordo com a nota, a inadimpl�ncia m�dia no cr�dito livre passou de 5,3% em dezembro para 5,4% no m�s passado. Para Pessoa Jur�dica, a inadimpl�ncia ficou em 4,7% em janeiro ante 4,5% em dezembro de 2015. Para Pessoa F�sica, fechou em 6,2% ante 6,1% em dezembro.

Para Marcela, esta estabilidade seria positiva se os bancos n�o tivessem "levantado a barra" nas exig�ncias na hora de analisar pedidos de cr�dito e n�o tivessem reduzido as concess�es de novos cr�ditos. � um sinal de que n�o h� dinheiro decorrente de novas opera��es de cr�dito circulando na economia e que os devedores n�o est�o conseguindo honrar os compromissos antigos.

Outro ponto que mereceu destaque da economista na Nota de Cr�dito de janeiro � que j� se come�a a perceber queda na rela��o cr�dito/PIB. "Essa rela��o caiu tanto para Pessoa F�sica quanto para Pessoa Jur�dica", observou Marcela. Na m�dia, a rela��o cr�dito/PIB caiu de 54,3% em dezembro para 53,7% em janeiro, segundo a Nota do BC. Para PJ, a rela��o caiu de 28,8% para 28,3% e para Pessoa F�sica, de 25,5% para 25,4%.

"Esse era um indicador de que nos orgulh�vamos. Mas a queda na rela��o cr�dito/PIB mostra que tanto os bancos quanto os consumidores est�o perdendo espa�o no mercado de cr�dito", disse a economista-chefe da SPC Brasil. Tamb�m sinalizador de que a situa��o n�o anda bem para o lado das finan�as das empresas e do consumidor no Brasil � o aumento da taxa de juros aplicada sobre a utiliza��o do rotativo no cart�o de cr�dito, disse Marcela.

"Subiu quase 10 pontos, de 431% ao ano para 439,5%, batendo novo recorde", comparou a economista, acrescentando que isso reflete, entre outras coisas, a defesa dos bancos contra o aumento dos riscos de eventuais calotes.