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Estado de Minas

Conjuntura: Divulga��o do PIB de 2015 vai mostrar o recuo da economia

De volta a 2007? Expectativas indicam que queda foi pr�xima de 4%. E vamos continuar ladeira abaixo. At� 2020, o horizonte das previs�es, teremos chegado a 2,15%


postado em 28/02/2016 08:00 / atualizado em 28/02/2016 08:47

A atividade da mineração está entre as que registraram forte retração(foto: Eduardo Rocha/RR)
A atividade da minera��o est� entre as que registraram forte retra��o (foto: Eduardo Rocha/RR)
 

Bras�lia – O Brasil tem nesta semana encontro marcado com o passado. Vai descobrir quanto foi o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015, a ser divulgado na quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Os olhares estar�o, por�m, recuados v�rios anos no tempo. Com queda prevista por analistas de mercado de aproximadamente 4%, aliada � desvaloriza��o do real, o PIB brasileiro em d�lar ser� equivalente a 2,46% do produto mundial, de acordo com as contas da Austin Rating. O ano mais recente em que atingimos patamar inferior a esse foi 2007 (2,43%). E vamos continuar ladeira abaixo. At� 2020, o horizonte das previs�es, teremos chegado a 2,15%. Bem distantes do nosso �pice de 2011: 3,61%. � exatamente nesse patamar que a �ndia estar� em 2020. A China ter� 17,94% do total mundial.

Para o economista-chefe da Austin, Alex Agostini, o resultado dessa perspectiva negativa ser� afastar ainda mais investimentos, pois o dinheiro procura locais promissores. “Se o pa�s est� encolhendo em d�lares � porque h� problemas cr�nicos”, explica.

Os brasileiros t�m se perguntado como chegamos aqui e quando vamos sair desta. A decad�ncia at� o patamar em que estamos foi um processo de anos. A escalada de volta, n�o deve ser curta, avisam analistas. A situa��o ainda vai piorar antes de melhorar. “Estamos em uma plataforma de petr�leo que afunda”, avisa o economista Paulo Rabelo de Castro, da RC Consultores. A troca de Joaquim Levy por Nelson Barbosa, no Minist�rio da Fazenda, � apontada como uma raz�o determinante para o aumento recente das percep��es ruins.

O novo ministro anunciou projetos de financiamento com cr�dito subsidiado. Teme-se uma deteriora��o ainda maior do quadro fiscal do pa�s, o que tem levado � piora da credibilidade do governo e do pa�s. Barbosa foi um dos defensores da “Nova Matriz Econ�mica” que marcou o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, baseado em maior interven��o do Estado na economia e maior concess�o de subs�dios.

De 2011 para 2012, segundo ano de Dilma no poder, o investimento agregado foi menor e tamb�m o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o que mostra que o recuo na credibilidade n�o � recente. Barbosa � visto como leniente com gastos p�blicos, o que tenderia a manter o d�ficit prim�rio em patamar elevado.

A economista Monica de Bolle, do Peterson Institute for International Economics, em Washington, v� o come�o da deteriora��o da pol�tica econ�mica brasileira em 2006. Enquanto o pa�s vivia o boom do ciclo das commodities e falava-se em mudan�a de patamar com a ascens�o da nova classe m�dia, o presidente Luiz In�cio Lula da Silva come�ou a capitalizar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) para conceder cr�dito subsidiado. “Ele optou por esse caminho demag�gico quando se viu pressionado no mensal�o”, relembra.

Para a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, ainda que os sinais de deteriora��o j� se fizessem presentes h� anos, o pa�s entrou com os dois p�s na crise em agosto do ano passado, ao entregar a proposta de Or�amento de 2016 com previs�o de d�ficit. Barbosa, na �poca ministro do Planejamento, foi fundamental na decis�o.

MAU PAGADOR Foi um ato decisivo para que o pa�s perdesse o grau de investimento da Standard & Poor’s, a primeira das grandes ag�ncias de classifica��o de risco a tirar do Brasil o selo de bom pagador. In�dita, a proposta que admitia resultado negativo foi citada pela ag�ncia como um fato determinante para a mudan�a de nota do pa�s. A Fitch tamb�m jogou o Brasil na categoria lixo. Na semana passada, finalmente, foi a vez da Moody’s. “A gente pensava que o governo tentaria a todo custo preservar essa conquista. Foi uma grande decep��o”, avalia Zeina. “Vai levar, no m�nimo, 10 anos para termos o grau de investimento novamente”, vaticina.

O custo da mudan�a na percep��o de risco do pa�s para as empresas foi alto, e continuar� sendo por muito tempo. “Uma coisa � o empres�rio ter de cortar custos. Outra � enfrentar problemas financeiros graves”, alerta. Muitas companhias correm risco s�rio de quebrar, o que pode deixar ainda mais aguda a situa��o em que o pa�s se encontra.


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