Rio, 29 - A demanda fraca e o cr�dito caro est�o deixando os empres�rios de servi�os mais pessimistas neste in�cio de ano. Diante das dificuldades, o reajuste de 11,6% no sal�rio m�nimo deve colocar press�o sobre os custos e pode acelerar o processo de ajuste no pessoal ocupado no setor, de acordo com avalia��o do economista Silvio Sales, consultor da Funda��o Getulio Vargas (FGV).
Em fevereiro, 26,9% dos empres�rios afirmaram que pretendem dispensar funcion�rios nos pr�ximos tr�s meses. H� um ano, essa fatia era de 18,4%. J� as contrata��es est�o nos planos de apenas 8,8% das empresas, contra 13,7% um ano atr�s.
"O reajuste do sal�rio m�nimo pode trazer a necessidade de um ajuste mais r�pido, at� porque o setor de servi�os come�ou a demitir mais tarde", disse Sales. O especialista lembrou que a atividade � intensiva em m�o de obra e remunera muito pr�ximo ao sal�rio m�nimo - por isso acaba sendo mais pressionada. "Isso pode levar tamb�m ao aumento da informalidade", acrescentou.
As motiva��es para demitir s�o v�rias, segundo Sales. Os empres�rios est�o inseguros sobre o futuro da atividade, e a demanda insuficiente � um fator recorrente apontado. Neste m�s, foram 39,4% das respostas, mas esse �ndice ultrapassou 50% nos transportes, em alojamento e alimenta��o. A dificuldade de acesso a cr�dito tamb�m est� estrangulando as empresas, com 23,4%.
"N�o foi um ponto, � uma tend�ncia negativa majorit�ria entre os segmentos. Isso traduz o grau de incerteza que a gente tem. Os empres�rios ficaram mais pessimistas", disse Sales. Neste m�s, a confian�a de servi�os caiu 0,7 ponto.