S�o Paulo, 02 - Os economistas do Comit� de Acompanhamento Macroecon�mico da Associa��o Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) estimam uma queda de 3,69% do PIB este ano, segundo a mediana das proje��es apresentadas em evento nesta quarta-feira, 2, em S�o Paulo. A previs�o para o fiscal � de um d�ficit prim�rio de 1,5% do PIB e um rombo nominal de 9,3%. Com isso, a d�vida bruta subir� para 74,9% do PIB no fim deste ano.
Em rela��o � infla��o, a previs�o � de alta de 7,32% no �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), com a Selic est�vel em 14,25% at� o fim do ano e o d�lar terminando dezembro a R$ 4,30. O c�mbio vai continuar ajudando a balan�a comercial, que deve ter super�vit de US$ 45,4 bilh�es, o que levar� o d�ficit em conta corrente a cair para 1,45% do PIB. Para o desemprego, a estimativa � de alta para 10,30%.
Fernando Honorato Barbosa, chefe de pesquisa econ�mica do Bradesco Asset Management (Bram), comentou que existem sinais incipientes de estabiliza��o no ritmo de queda da atividade, como a melhora na confian�a de empresas e consumidores e a redu��o nos estoques industriais. "A queda nos estoques � instigante, porque talvez a ind�stria possa parar de decrescer. Mas os sinais ainda s�o incipientes e ningu�m sabe se vai ser suficiente para segurar o PIB", comenta.
Por outro lado, o quadro de incertezas continua, com o impasse no Congresso impedindo a aprova��o de medidas fiscais, o que pode gerar mais inseguran�a e acabar afetando a atividade. Para Barbosa, o ano de 2017 ainda � uma d�vida enorme. "N�s economistas come�amos a ver sinais de estabiliza��o no PIB entre o fim deste ano e o come�o do ano que vem, mas nossa convic��o nessas proje��es � baixa", admite.
J� Carlos Kawall, economista-chefe do banco Safra, diz que uma das vari�veis mais f�ceis de prever este ano � o resultado fiscal, que certamente deve mostrar um rombo maior do que 1% do PIB. Ele conta que pode haver alguma surpresa positiva com a repatria��o de recursos no exterior, mas que isso n�o muda a trajet�ria de aumento da d�vida p�blica.
Ele v� alguns sinais positivos, como a possibilidade de reforma da Previd�ncia e a proposta de um limite para o crescimento do gasto p�blico. Por outro lado, chama aten��o para o risco oriundo das mudan�as nas d�vidas dos Estados com a Uni�o.
Juros
Kawall e o economista Lu�s Fernando Figueiredo, da Mau� Investimentos, acreditam na possibilidade de cortes de juros ainda neste ano, a partir do segundo semestre. De acordo com os dois, a queda de juros estar� sujeita ao arrefecimento do c�mbio e da infla��o. "No Safra, temos dois cortes de 0,5 ponto porcentual no fim do ano se tivermos uma trajet�ria tranquila de c�mbio e os pre�os comercializ�veis n�o incomodarem", disse Kawall.
Para Figueiredo, a queda de juros poder� entrar no cen�rio na segunda metade do anos se a infla��o tiver numa trajet�ria de menor press�o. "Mas essa n�o � nem deve ser a preocupa��o do BC, que n�o tem que pensar na trajet�ria toda da taxa de juros. Isso � uma preocupa��o nossa, operadores, que temos que pensar a trajet�ria de juros toda. O BC pode mudar a trajet�ria quando quiser", disse o s�cio da Mau� que tamb�m participou do evento em S�o Paulo.
Barbosa, da Bram, tamb�m entende que se as vari�veis influentes na pol�tica monet�ria mudarem, o BC pode mudar sua cabe�a.
J� o economista-chefe para a Am�rica Latina do Banco BNP Paribas, Marcelo Carvalho, n�o v� espa�o para queda de juros neste ano, Mas acredita que o BC vai sofrer muita press�o para derrubar a taxa b�sica de juros.
Para Figueiredo, pela �tica da demanda, n�o teria sentido subir juros agora. Isso porque a taxa de juro real j� � contracionista. Por outro lado, como uma ferramenta para recuperar a credibilidade do Banco Central, talvez fizesse sentido apertar a pol�tica monet�ria. "Eu n�o sei qual � o mais correto, mas tendo a ficar com a op��o de n�o subir juro", comentou durante o evento da Anbima, onde integra o Comit� de Acompanhamento Macroecon�mico.
Figueiredo acredita que a decis�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) deve ser un�nime na reuni�o desta quarta-feira pela manuten��o da Selic, com os dois diretores que votaram pela alta na reuni�o passada convergindo para a estabilidade. "O comunicado deve ser mais duro, dizendo que n�o h� queda de juros agora", comentou.
Segundo ele, de janeiro para c� a infla��o de curto prazo ficou um pouco mais alta, o que indica que o BC deveria ficar mais atento. Enquanto isso, no ambiente externo se consolidou o cen�rio de incertezas, enquanto em termos de atividade dom�stica tamb�m pioraram as proje��es de crescimento. "Isso cria um momentum para a converg�ncia dos diretores do Copom para a manuten��o dos juros", afirma.
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Anbima projeta queda de 3,69% do PIB em 2016 e IPCA em 7,32%
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