
Em visita �s instala��es erguidas num conjunto de pr�dios constru�dos em 1808, o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, disse que a inten��o � promover o artesanato brasileiro de modo que ele seja reconhecido no pa�s e internacionalmente. “� parte da nossa estrat�gia para reposicionar o artesanato no mercado nacional e no exterior, para que ele seja objeto de reconhecimento e valoriza��o, inclusive encontrando melhores pre�os.”
Al�m de nove salas de exposi��es permanentes e de curta dura��o distribu�das em tr�s pisos, o CRAB contar� com uma loja do programa Brasil Original, do Sebrae, que vai oferecer pe�as selecionadas, com estimativa de neg�cios ao redor de R$ 1 milh�o por ano. As pe�as ser�o oferecidas em sistema de consigna��o a partir de pre�os definidos pelos artes�os. Dados do Programa Brasileiro de Artesanato indicam que h� mais de 92 mil artes�os inseridos no Sistema de Informa��es Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab).
Pesquisa realizada em 2014 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) – �ltimo levantamento dispon�vel – mostra que o artesanato persiste como atividade econ�mica presente em 78,6% dos munic�pios. O CRAB refor�a a pol�tica do Sebrae de apoio ao artesanato como express�o da identidade e da cultura brasileiras, incluindo a realiza��o de feiras nos estados e novas vers�es do programa Brasil Original, que consiste na montagem de lojas em shopping centers para comercializar trabalhos confeccionados em todo o pa�s.
A diretora t�cnica da institui��o, Helo�sa Menezes, informou que o Sebrae definiu or�amento de R$ 6 milh�es para o CRAB neste ano, al�m de R$ 21 milh�es que ser�o aplicados em 34 projetos de assist�ncia a artes�os. "Nossa inten��o � mudar o paradigma do artesanato visto como estrat�gia de vida de uma popula��o de baixa renda e que atua na informalidade. Queremos que a atividade seja reconhecida como express�o da identidade brasileira e parte do nosso patrim�nio simb�lico e art�stico e requalific�-la", afirmou.
A escolha do Rio para abrigar as instala��es, segundo o presidente do Sebrae, se deve ao fato de o estado se caracterizar como porta de entrada importante de turistas no Brasil. Ser� realizado um esfor�o de divulga��o do centro de refer�ncia, aproveitando tamb�m a realiza��o das Olimp�adas. O empreendimento ser� aberto ao p�blico no dia 22, com acesso � exposi��o de inaugura��o Origem vegetal: a biodiversidade transformada, que apresenta cerca de 800 pe�as elaboradas por artes�os de 27 estados. O tema s�o os objetos feitos com mat�rias-primas de origem vegetal, derivados de plantas e �rvores, a exemplo de madeiras, palhas, fibras, sementes e resina.
Minas O artesanato de Minas Gerais est� representado na exposi��o por pe�as decorativas confeccionadas com baga�o de cana-de- a��car, de Concei��o das Alagoas, no Tri�ngulo Mineiro; artesanato em fibra de bananeira, de Capit�o En�as, no Norte do estado, e de Maria da F�, no Sul. A mostra, que poder� ser vista at� 24 de setembro, retrata, ainda, a produ��o e o tingimento natural de tecelagem de Bonfin�polis de Minas, Natal�ndia, Riachinho, Sagarana e Uruana de Minas, regi�o conhecida como Polo Veredas, no Noroeste do estado. Para os 15 artes�os que formam a Cooperativa Mariense de Artesanato Gente de Fibra, de Maria da F�, a oportunidade vai al�m do reconhecimento da qualidade. A diretora comercial da cooperativa, �rica Campos, diz que a oportunidade � de extrema import�ncia.
Os artes�os de Maria da F� vendem a maior parte das cerca de 200 pe�as confeccionadas todo m�s em S�o Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. As exporta��es, contudo, s�o raras, ante o custo alto de embarcar as pe�as, segundo �rica. Trabalhos j� foram embarcados para Argentina, Portugal, It�lia, Espanha, Fran�a, Alemanha, Estados Unidos, Canad� e China. “Trabalhamos com uma produ��o sustent�vel, ligada � identidade da nossa regi�o”, afirma �rica.
A Associa��o de Artes�os Garimpo das Artes, de Concei��o das Alagoas, espera que, com divulga��o, as pe�as feitas em papel�o e baga�o de cana-de-a��car ganhem mercado pelo Brasil e no exterior. A presidente da organiza��o, Deides das Gra�as Tomaim, diz que os 10 artes�os associados j� exportaram, mas sem regularidade, para It�lia, Inglaterra e Estados Unidos. “Nossa esperan�a � de que o trabalho sobressaia”, afirma. O grupo � formado por 10 mulheres, de jovens as da terceira idade, que complementam a renda na atividade.
(*) A rep�rter viajou a convite do Sebrae