
Em fevereiro, a Proteste avaliou nove marcas de fil� congelado de polaca do Alasca, que pode ser um substituto para o bacalhau, principalmente em momento de crise econ�mica. De acordo com a associa��o, das nove marcas avaliadas, cinco foram reprovadas: Bacalanor, Megg’s, Leardini, Qualit� e News Fish. Nesses produtos, segundo a Proteste, a quantidade de �gua adicionada estava acima ou bem pr�ximo do tolerado, que seria de 20%. Na New Fish, por exemplo, foram encontrados 30% de �gua. J� no Buona Pesca, Bacalanor e Leardini chegaram perto desse limite (entre 16% e 17%).
De acordo com a coordenadora da Proteste, Maria In�s Dolci, o problema do excesso de �gua � fruto do glaciamento, processo utilizado pelas empresas no qual se adiciona uma camada de gelo ao pescado congelado, para proteg�-lo contra a desidrata��o e a oxida��o. “O peso desse gelo deve ser descontado do relacionado ao produto, de forma que o valor l�quido declarado ao consumidor seja o real do pescado. Mas n�o foi isso o que se constatou nessas marcas”, comenta.
Al�m da �gua em excesso, a Proteste tamb�m identificou que, no congelado, havia excesso de s�dio em sete marcas. De acordo com o teste, o valor do s�dio declarado na embalagem n�o conferiu com o encontrado em an�lises no laborat�rio – a diferen�a entre eles n�o poderia ultrapassar 20%. Apenas as marcas Buona Pesca e Frescatto se mantiveram dentro dessa toler�ncia. “As diferen�as entre o declarado na embalagem e o que realmente havia no pescado variaram entre 180% e 728%”, diz o teste. Segundo a Proteste, o excesso de s�dio constatado em sete marcas � inadmiss�vel, uma vez que a polaca do Alasca apresenta, naturalmente, teores muito baixos desse mineral.
MUITO DOCE J� no tentador chocolate, o teste da Proteste mostrou que, na avalia��o dos r�tulos dos ovos de P�scoa, o a��car foi o ingrediente encontrado em maior quantidade em todas as amostras. Para a associa��o, isso � preocupante, uma vez que muitos ovos s�o direcionados ao p�blico infantil e o consumo excessivo de doce pode causar, principalmente, obesidade e predisposi��o a doen�as cardiovasculares e diabetes.

Segundo comenta Maria In�s Dolci, da Proteste, o melhor � que os consumidores evitem os peixes reprovados no teste da associa��o. “� um alimento que tem de ser saud�vel. N�o pode ter excesso de s�dio e, tampouco, uma quantidade elevada de �gua, uma vez que engana tamb�m o bolso do consumidor na hora de pesar o pescado”,avisa. Ela diz que as empresas que tiveram amostras de pescado avaliadas tomaram conhecimento sobre o teste. Por�m, ela explica que as marcas v�m de fora do pa�s e que os importadores devem ficar de olho.
A Proteste cobrou a fiscaliza��o do governo para entrada desses produtos no pa�s. “O que tem ocorrido � uma fraude econ�mica, o que � grave. O consumidor tem que saber que est� pagando mais”, diz. Os resultados tamb�m foram enviados para a Associa��o Brasileira das Ind�strias e Pescado (Abipesca), sugerindo a��es de melhoria para garantir ao consumidor produtos adequados e que cumpram as normas expedidas pelos �rg�os oficiais, de acordo com o C�digo de Defesa do Consumidor. O Estado de Minas tentou contato com a Abipesca sem sucesso.
Sobre os ovos de P�scoa, Dolci diz que, como � uma data festiva e de comemora��es, muitos n�o querem abrir m�o do chocolate, mas � preciso conhecer algumas caracter�sticas do que se compra. “Os consumidores devem ficar de olho no que adquirem, principalmente, aqueles que dar�o algum ovo de presente e n�o sabem se quem vai ganhar tem problemas com o ingrediente.” Dolci tamb�m recomenda o consumidor a verificar a numera��o, peso e tomar cuidado com o acondicionamento dos produtos.
“Qualquer problema que tiver, � bom procurar o local da venda e alertar os respons�veis. Al�m disso, em caso de passar mal com o produto, e tendo prova de que foi ele que causou o problema de sa�de, o recomend�vel � acionar a Vigil�ncia Sanit�ria e avisar”, diz a coordenadora da Proteste. Para todos os casos, Maria In�s Dolci recomenda que o consumidor guarde o recibo das compras.
O QUE DIZ O C�DIGO
Art 31 – A oferta e apresenta��o de produtos ou servi�os devem assegurar informa��es corretas, claras, precisas, ostensivas e em l�ngua portuguesa sobre suas caracter�sticas, qualidades, quantidade, composi��o, pre�o, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam � sa�de e seguran�a dos consumidores.
Par�grafo �nico – As informa��es de que trata este artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, ser�o gravadas de forma indel�vel. (Inclu�do pela Lei 11.989, de 2009)
Fonte: C�digo de Defesa do Consumidor – Lei 8.078 de 11 de setembro de 1999