Bras�lia, 31 - O diretor de Pol�tica Econ�mica do Banco Central, Altamir Lopes, afirmou nesta quinta-feira, 31, que a infla��o � marcadamente cadente, com processo desinflacion�rio contratado significativo. "Mas � importante considerar que temos incertezas, expectativas ainda altas, mas cadentes", destacou.
Segundo ele, a proje��o do BC ainda est� acima do teto da meta em 2016, al�m de n�o convergir ao ponto central da meta em 2017. "Diante desse cen�rio, expressamos com veem�ncia que esse quadro n�o nos permite trabalhar com flexibiliza��o da pol�tica monet�ria", afirmou.
O Relat�rio Trimestral de Infla��o (RTI) divulgado nesta quinta de manh� j� abordava a impossibilidade de o BC trabalhar com "flexibiliza��o monet�ria".
Servi�os
Altamir Lopes avaliou que o controle da infla��o � um ajuste que ainda est� em andamento, mas cujos benef�cios j� come�am a ser colhidos. Ele tamb�m reiterou a expectativa de desinfla��o de 2 pontos porcentuais no primeiro semestre, sustentada por uma desinfla��o mais consistente no setor de Servi�os.
"O mercado j� come�a a comprar a nossa expectativa. A desinfla��o contratada � muito significativa", afirmou, ao comentar o RTI. "Temos uma desacelera��o bastante marcada de pre�os administrados e a as expectativas de mercado j� mostram uma desinfla��o bastante significativa em 2016 e 2017", acrescentou.
Lopes lembrou que a varia��o cambial desde o fim do ano tem impactos nos pre�os dos produtos comercializ�veis que foram sentidos agora. "Ao contr�rio dos anos anteriores, n�o esperamos varia��es t�o significativas do c�mbio em 2016", projetou.
Sobre a infla��o de Servi�os, o diretor destacou que o aumento de pre�os no setor acompanhou a sua resili�ncia durante a crise, mas agora come�a a ceder de maneira muito r�pida. "� neste setor que vamos ver um processo desinflacion�rio mais significativo", completou.
Metas
O diretor de Pol�tica Econ�mica do BC afirmou que a autoridade monet�ria conta com surpresas positivas significativas para levar a infla��o para dentro do limite m�ximo da banda de meta. "Acreditamos firmemente que a infla��o de 2016 vai convergir para um ponto abaixo de 6,5%, assim como a de 2017 n�s acreditamos que vai ceder", disse.
Segundo ele, uma surpresa negativa, com alta de tributos regionais e pre�os de alimentos em janeiro, pesou na infla��o. "Essa surpresa inflacion�ria prejudica nossas proje��es. Pode ter surpresas positivas na frente", afirmou.
De acordo com o diretor, as expectativas cadentes sobre a infla��o v�o entrar no nosso modelo mais � frente. Sobre o resultado de janeiro, Lopes disse que in�rcia afetou de forma significativa o resultado de janeiro, o que surpreendeu. O diretor explicou ainda que na reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) de janeiro, n�o se via necessidade de eleva��o de juros.
Com rela��o �s incertezas trazidas pelo cen�rio pol�tico impactando a din�mica fiscal, Lopes se limitou a dizer que a quest�o fiscal j� tem em si suas complica��es e que � necess�rio trabalhar para contorn�-las.
Setor externo
O diretor ainda afirmou que o ajuste externo j� se materializou em parte, trouxe seus benef�cios "e tem mais por vir". Segundo ele, ainda temos muito a ganhar do ponto de vista do ajuste externo, que ainda est� se materializando.
Proje��es
Lopes avaliou que as proje��es anteriores para queda da infla��o se frustraram devido a ajustes significativos de pre�os relativos e de pre�os administrados. "Diante desses ajustes, as previs�es ficaram prejudicadas. Hoje, ao contr�rio, o cen�rio est� bem mais definido em rela��o a isso", afirmou. "Tamb�m n�o trabalhamos com expectativa de c�mbio com desvaloriza��es t�o significativas como em 2014 e 2015", completou.
O diretor explicou que o BC passou a trabalhar com uma perspectiva de que o fiscal ser� expansionista - e n�o mais neutro - com a queda das receitas extraordin�rias. "A expectativa � que o fiscal hoje seja expansionista. Se vai caminhar para a neutralidade, temos que observar", respondeu.
Questionado pelos jornalistas sobre a din�mica recente de valoriza��o do real em rela��o ao d�lar, o diretor respondeu que o c�mbio � muito vol�til e que a autoridade monet�ria n�o pode levar em considera��o eventos n�o econ�micos para avaliar a quest�o. "C�mbio � c�mbio, ningu�m prev� c�mbio", resumiu.