S�o Paulo, 08 - A fabrica��o de refrigerantes no Brasil pode ter mais um ano de queda na produ��o em 2016. Depois de um recuo de quase 6% no volume de bebida produzido em 2015, pior resultado em cinco anos, o setor v� o risco de uma nova retra��o igual ou at� superior em 2016, conforme o presidente da Associa��o Brasileira das Ind�strias de Refrigerantes e de Bebidas n�o Alco�licas (ABIR), Alexandre Jobim.
A fabrica��o de refrigerantes vem registrando quedas mensais sucessivas desde fevereiro do ano passado. Em mar�o, recuou 5,4% ante o mesmo m�s do ano anterior segundo os n�meros do Sistema de Controle de Produ��o de Bebidas (Sicobe). No acumulado dos primeiros tr�s meses do ano, a queda � de 7,7% ante igual per�odo de 2015.
Para a Abir, que representa algumas das maiores companhias do segmento, a demanda por refrigerantes est� em queda diante de um cen�rio de redu��o dos gastos das fam�lias. Como o consumidor final n�o est� comprando, o setor est� produzindo menos. Isso tem obrigado as empresas a colocar as m�quinas para funcionar por menos horas ao dia. Na avalia��o dele, o impacto dessa retra��o na produ��o n�o se converteu ainda em desemprego porque a fabrica��o � altamente mecanizada. O risco, por�m, diz, est� na perspectiva de continuidade da retra��o.
"Pode acontecer de termos duas quedas da ordem de 6% ou 7% ao ano na sequ�ncia e isso passa a ser algo complicado para manuten��o dos empregos e dos investimentos", diz Jobim.
Para o executivo, o setor tem sentido ainda o impacto de algumas altas de tributos. A maior carga tribut�ria para esse ano foi provocada por um aumento de al�quotas de ICMS em diversos Estados. Esse efeito tende a provocar aumentos de pre�o nos produtos justamente no momento em que os consumidores est�o mais sens�veis a pre�o.
Cervejas
A queda na produ��o de refrigerantes tem sido acompanhada por uma deteriora��o tamb�m no mercado de cerveja. No caso da bebida alco�lica, a retra��o no volume foi menos intensa: a queda foi de quase 2% em 2015. J� no primeiro trimestre deste ano houve uma intensifica��o do cen�rio negativo e a produ��o de cerveja caiu 6,7%.
A deteriora��o neste primeiro trimestre foi mais intensa do que o esperado por analistas, mas, ainda assim, profissionais do mercado consideram que o efeito sobre os resultados da Ambev pode n�o ser t�o negativo. A principal explica��o � que o recuo nas vendas em volume pode ser ofuscada, ao menos em parte, por um aumento do pre�o por hectolitro de bebida vendido.
"No caso da Ambev, os n�meros poderiam ser piores se n�o estiv�ssemos falando de uma companhia com v�rias iniciativas em andamento", comentaram em relat�rio esta semana os analistas do BTG Pactual Thiago Duarte e Jos� Luis Rizzardo. Eles consideram que os pre�os de cerveja da companhia no Brasil podem crescer acima da infla��o diante de uma participa��o maior das bebidas "premium" no total das vendas.
O Citi fez uma considera��o parecida. Para os analista Alexander Robarts, a Ambev deve se favorecer de um crescimento da receita por hectolitro ao mesmo tempo em que mira redu��o de despesas. Apesar dos indicadores de consumo enfraquecidos, ponderaram, o poder de coloca��o de pre�o da Ambev � uma vantagem.
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Ind�stria de refrigerantes v� risco de nova queda recorde na produ��o em 2016
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