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Estado de Minas

Brasil precisa de vis�o de longo prazo, diz Arm�nio Fraga


postado em 12/04/2016 15:49

S�o Paulo, 12 - O s�cio fundador da G�vea Investimentos, Arm�nio Fraga, disse que o Brasil est� na UTI, mas n�o � um paciente terminal. "N�o vejo o Brasil como um paciente terminal, mas n�o tenho uma vis�o positiva do quadro do Brasil", afirmou nesta ter�a-feira, 12, durante o Summit Imobili�rio, realizado pelo Estad�o em parceria com o Secovi-SP.

Fraga pontuou que o Pa�s vive a maior crise de sua hist�ria, apontando para a queda do PIB dos �ltimos dois anos. "Estamos vivendo o caso de corrup��o mais impressionante de nossa hist�ria, que n�o s� envolve atos il�citos, mas acoplados a um projeto de poder", disse.

Segundo Fraga, o Brasil precisa de uma resposta clara e uma vis�o de longo prazo. "Vivemos neste momento e, a partir disso tudo, uma descren�a na pol�tica e nos pol�ticos do Brasil", citou. "Precisamos de uma vis�o de longo prazo para encontrar sa�da para essa situa��o em que nos encontramos", acrescentou.

Fraga afirmou que, no momento, n�o � hora de assumir um cargo no governo em um eventual convite, caso o impeachment da presidente Dilma Rousseff se materialize. Admitiu que � dif�cil dizer "nunca mais vou fazer isso", mas que por v�rias raz�es n�o deveria dar tal passo. "J� fui do governo tr�s vezes: um jovem diretor do BC, presidente do BC e fiquei por um ano assessorando o A�cio Neves (PSDB). � dif�cil dizer nunca mais vou fazer isso. No momento, n�o acho que eu possa ir, por v�rias raz�es. Muito de natureza pessoal. N�o � hora para mim", afirmou ele.

De acordo com Fraga, o que ele pode fazer � passar sugest�es. "Posso fazer sugest�es ao governo, de longe, e isso eu farei", concluiu.

Fraga afirmou n�o ter sido convidado para participar de um novo governo e negou ter jantar agendado com o vice-presidente Michel Temer esta noite. "N�o fui convidado a participar de um novo governo", afirmou em conversa com jornalistas ap�s palestra no evento.

Ele acrescentou que j� havia sinalizado que neste momento n�o poderia compor o governo, por raz�es pessoais, que envolvem, por exemplo, a rec�m-recompra da G�vea Investimentos. H� especula��es de que Fraga ocuparia o Minist�rio da Fazenda em um eventual governo p�s-impeachment da presidente Dilma Rousseff, com o atual vice, Michel Temer ocupando a presid�ncia.

Fraga reiterou, no entanto, que gostaria de colaborar como o que fosse poss�vel e que suas pol�ticas estariam pr�ximas do que havia elaborado na composi��o da chapa do ent�o candidato � presid�ncia pelo PSDB, A�cio Neves, em 2014.

Trajet�ria perigosa

A volta da CPMF n�o ser� suficiente para corrigir a rota do d�ficit fiscal no Brasil, na opini�o de Fraga. "A coisa chegou em um jeito que n�o � suficiente s� a volta da CPMF, fazer um esfor�o curto. N�o � uma quest�o c�clica. Nossa m�quina n�o est� preparada para crescer. Vive hoje certa paralisia", afirmou ele.

De acordo com Fraga, o Brasil vive hoje uma trajet�ria "muito perigosa", que combina queima de caixa, PIB encolhendo e juro real "astron�mico". Destacou ainda que a rela��o d�vida/PIB, de 72%, n�o incorpora preju�zos a olho nu, como a necessidade de capital para a Petrobras, a Caixa Econ�mica Federal e o FGTS. � necess�rio, na sua vis�o, uma "reviravolta importante na �rea fiscal".

"Nossos Estados est�o p�ssimos do ponto de vista de finan�as. O Rio de Janeiro vive um momento particularmente dif�cil", acrescentou o s�cio-fundador da G�vea.

Ele v� a rela��o d�vida/PIB do Brasil chegando perto dos 80%, crescendo entre 7% e 8% por ano. Para Fraga, alinhar a trajet�ria da d�vida p�blica no Pa�s requer uma reforma de Estado. "O melhor a fazer de cara seria arrumar a trajet�ria da d�vida p�blica", avaliou. Segundo Fraga, para reverter a situa��o econ�mica do Pa�s seria preciso, de maneira mais imediata, atuar sobre a trajet�ria da d�vida p�blica. O executivo disse que essa iniciativa seria um passo inicial numa reforma do Estado.

Fraga afirmou que, atualmente, o or�amento nacional � muito dif�cil de ser administrado, uma vez que os valores v�o subindo e ficam parados em patamares elevados. Ele mencionou ainda que seria preciso fazer uma reforma da Previd�ncia e atuar sobre a produtividade em geral no Pa�s.

Os coment�rios foram feitos no evento ap�s o ex-presidente do BC ser questionado sobre poss�veis medidas a serem tomadas no caso de uma mudan�a de governo. Fraga tamb�m afirmou que a nomea��o de um grupo ministerial forte seria uma sinaliza��o importante para a economia.

O executivo tamb�m ressaltou que o Brasil est� diante de um cen�rio bin�rio, no qual a economia pode continuar a piorar ou pode dar sinais de recupera��o. De acordo com Fraga, independentemente do resultado da vota��o sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no plen�rio da C�mara dos Deputados no domingo, se a economia parar de piorar "j� � bom".

Mercado imobili�rio

O mercado imobili�rio � um reflexo da situa��o econ�mica enfraquecida, de acordo com o ex-presidente do BC. O executivo fez uma compara��o do setor com o mercado de a��es, uma vez que existem a��es de qualidade mais baixa, mas que continuam com demanda. Os compradores enxergam nesses ativos a possibilidade de evolu��o e h� perspectiva de ganho numa eventual recupera��o da economia. "No mercado imobili�rio, � parecido", explicou, ao apontar que no m�dio prazo a situa��o pode melhorar. Mas no curto prazo ainda � dif�cil. "O mercado pode demorar um pouco para dar uma aliviada", afirmou o executivo.

Ainda sobre o setor de im�veis, Fraga apontou que o programa habitacional federal Minha Casa Minha Vida ainda precisa passar por ajustes para se tornar um programa de Estado, em vez de ser uma iniciativa de governo.

O ex-presidente do BC alertou que o Brasil pode piorar muito se n�o acontecerem as mudan�as que o mercado espera. "Os mercados est�o relativamente est�veis porque h� expectativa de mudan�as, mas a trajet�ria pode ser muito mais apavorante", disse Fraga.

Segundo ele, se o impeachment vier acompanhado de uma proposta clara para o futuro do Brasil, a economia pode reagir, mas n�o em um salto, porque os problemas s�o muito dif�ceis. "Saindo Dilma o Pa�s pode crescer", pontuou.

Fraga notou que a situa��o hoje � inversa � de 2002, quando o governo tentou administrar a crise que era, no fundo, de expectativa. "Havia medo do que aconteceria com o Lula eleito", disse. Agora � o inverso, de acordo com ele, com o receio sendo quanto � perman�ncia do governo atual. "Existe pouca d�vida, pois o governo teve toda a chance de melhorar e n�o melhorou. Com a economia afundando, pode ser um circulo vicioso contra n�s. Tenho muito medo desse cen�rio", disse.


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