Rio de Janeiro – A taxa de desocupa��o no Brasil ficou em 10,9% no primeiro trimestre de 2016, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua (Pnad Cont�nua) divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Trata-se do maior resultado j� registrado na s�rie da pesquisa, iniciada no primeiro trimestre de 2012. No quarto trimestre do ano passado, a taxa de desemprego medida pela pesquisa estava em 9%. Nos primeiros tr�s meses de 2015, o resultado foi de 7,9%.
O aumento das demiss�es e as redu��es salariais provocadas pela crise j� levaram ao retrocesso de tr�s anos no n�vel da massa de rendimento dos trabalhadores, afirmou o coordenador de Trabalho de Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo. No primeiro trimestre deste ano, a massa de rendimentos somou
R$ 173,45 bilh�es, queda de 4,1% ante igual per�odo de 2015. “Isso j� significa retrocesso de tr�s anos na massa de rendimento”, afirmou.
Massa de rendimento nesse patamar foi observada pela �ltima vez no segundo trimestre de 2013, de acordo com os dados da Pnad Cont�nua. O pico ocorreu no trimestre at� janeiro de 2015, aos R$ 182,2 bilh�es. O dado representa a soma dos rendimentos de todos os trabalhadores. J� a renda m�dia real do trabalhador foi de R$ 1.966 no primeiro trimestre de 2016. O valor representa queda de 3,2% ante igual per�odo do ano passado. J� na compara��o com o quarto trimestre de 2015, houve avan�o de 0,3%.
Al�m da queda na renda, o n�mero de trabalhadores no Brasil est� diminuindo, e o pa�s j� tem 11,089 milh�es de desocupados, recorde na s�rie iniciada em 2012. Em apenas um ano, 1,384 milh�o de pessoas perderam o emprego, o que contribui para a retra��o na massa de rendimentos, com consequente perda no poder de compra dos brasileiros. O n�mero de desocupados cresceu em todos os confrontos. Ante os tr�s primeiros meses de 2015, a alta foi de 39,8%, o que significa 3,155 milh�es de pessoas a mais na fila por uma vaga. Na compara��o com o quarto trimestre, a alta foi de 22,2%. Apenas na passagem do trimestre, 2,016 milh�es de brasileiros engrossaram a busca por trabalho.
Enquanto a procura aumenta, a disponibilidade de vagas diminui. O Brasil fechou 1,384 milh�o de vagas no primeiro trimestre de 2016 ante igual per�odo de 2015, queda de 1,5% no per�odo. No confronto com o quarto trimestre do ano passado, o baque foi ainda maior, com extin��o de 1,606 milh�o de postos, recuo de 1,7%. “A popula��o ocupada caiu al�m do que costuma cair nesta �poca”, afirmou Cimar Azeredo.
N�meros ruins
e preocupantes
O ministro do Trabalho e Previd�ncia Social, Miguel Rossetto, avaliou que os n�meros da Pnad Cont�nua s�o “ruins e causam preocupa��o”. “Os n�meros n�o s�o bons, s�o ruins e causam enorme preocupa��o. Temos que reverter esses n�meros e estamos trabalhando para isso”, disse ontem. Segundo ele, para que a situa��o atual do mercado de trabalho melhore, � “fundamental, em definitivo, encerrar essa artificial crise pol�tica constru�da por golpistas que buscam sabotar a capacidade de trabalho do governo.” “Isso cria instabilidade pol�tica, que faz mal ao Brasil, � nossa economia, e o emprego depende da economia”, ressaltou.