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Estado de Minas

Juros do cart�o de cr�dito na fun��o saque podem passar de 1.000% ao ano

Custo da ferramenta pode levar o consumidor a engrossar lista de inadimplentes


postado em 08/05/2016 06:00 / atualizado em 08/05/2016 09:59

Sacar dinheiro com o uso do plástico tem custo proibitivo para clientes dos bancos(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press 3/7/11)
Sacar dinheiro com o uso do pl�stico tem custo proibitivo para clientes dos bancos (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press 3/7/11)
Bras�lia – O cart�o de cr�dito pode ser um aliado no consumo, desde que utilizado de maneira consciente. Na atual crise econ�mica, o uso da ferramenta deve ser ainda mais comedido para evitar o endividamento — principalmente em rela��o ao uso da fun��o saque, avaliam especialistas. Nessa modalidade, � cobrada uma tarifa por saque, al�m de taxas de juros. Alguns bancos equiparam esses encargos aos do cr�dito rotativo, mas h� casos em que os valores s�o ainda maiores, chegando a superar os 1.000% ao ano.

� o caso de alguns cart�es do Santander. O Custo Efetivo Total (CET) no rotativo era de 628,02% ao ano at� dezembro do ano passado em tr�s cart�es de cr�dito oferecidos pela institui��o. J� na fun��o saque, os encargos eram de 1.021,94%, os maiores do mercado, segundo estudo realizado pela Proteste Associa��o de Consumidores. Os juros cobrados por outros bancos, no entanto, tamb�m s�o exorbitantes.

As taxas cobradas pela Caixa variavam de 280,78% a 784,87% ao ano. Nos saques na fun��o cr�dito os encargos cobrados pelo Banco do Brasil eram os mesmos do rotativo, que v�o de 154,63% a 627,28%. No Banco de Bras�lia (BRB), a incid�ncia era de 62,89% a 464,20%. Os juros do Bradesco chegavam a 712,30%.

Embora a Proteste ainda n�o tenha atualizado a pesquisa, a t�cnica da entidade Renata Pedro n�o descarta que esses encargos tenham aumentado, uma vez que s�o alinhados com os juros do rotativo. “As tarifas variam de acordo com o relacionamento entre cliente e institui��o financeira. � poss�vel que, para determinado consumidor, o valor seja menor. Mas pode ser que, na m�dia, tenha subido”, pondera.

O diretor-executivo de Estudos e Pesquisas Econ�micas da Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, sustenta que a alta nas opera��es de saque j� � uma realidade, uma vez que os juros do rotativo atingem h� meses consecutivos os maiores patamares hist�ricos. E t�m espa�o para aumentar ainda mais. “Juros altos s�o est�mulo para a inadimpl�ncia. Em um ambiente maior de risco, os bancos elevam os encargos. A tend�ncia � de um cen�rio de taxas recordes”, ressalta.

Com o pa�s se encaminhando para uma das maiores recess�es da hist�ria – que pode, para alguns analistas, superar o encolhimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,3% registrado em 1990 –, o desemprego continuar� subindo a n�veis nunca antes observados, gerando queda nos rendimentos das fam�lias e piorando as condi��es para o pagamento de d�vidas.

N�o usar

Entre os especialistas, a melhor das recomenda��es em rela��o ao saque no cart�o de cr�dito � uma s�: evitar a modalidade. Para Ione Amorim, economista e pesquisadora do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), realizar a opera��o s� � compreens�vel em situa��o de extremo desespero financeiro ou total desconhecimento sobre os encargos cobrados na fun��o. “A segunda hip�tese � bem mais prov�vel de ocorrer no Brasil. A bancariza��o nos �ltimos anos aconteceu fortemente com a expans�o do uso dos cart�es de cr�dito favorecidos pelos programas sociais”, ressalta.

Para Oliveira, da Anefac, n�o h� d�vidas de que consumidores est�o sacando com a ferramenta de pl�stico em fun��o do desaquecimento econ�mico. “H�, sim, um pouco de desconhecimento. Mas � ineg�vel que, na atual conjuntura, as pessoas est�o fazendo o poss�vel para pagar as contas”, destaca. Sobretudo pelo impacto provocado na retirada de valores, Ione acredita que os consumidores de baixa renda sejam as principais v�timas das opera��es. Ela calcula que um saque de R$ 100 no cart�o de cr�dito gera um saldo adicional m�dio de 26% com encargos e tarifas. Assim, seria cobrado na fatura pelo valor retirado uma quantia de R$ 126,15.

A opera��o � menos indicada at� mesmo em rela��o a outras modalidades de cr�dito. J� as taxas cobradas no saque acontecem no ato. A cada retirada, incidem encargos de financiamento calculados e cobrados do dia da retirada do valor at� a data do vencimento da fatura – per�odo que pode chegar a 40 dias –, mais Imposto sobre Opera��es de Cr�dito (IOF) e cobran�a de tarifa por saque feito. No rotativo, os juros s� incidem quando o consumidor paga o m�nimo, parcela, ou simplesmente n�o paga a fatura. No cheque especial, os encargos incidem somente pelo n�mero de dias em que a conta-corrente fica descoberta. Com uma taxa m�dia de juros de 126,1% ao ano, o cr�dito pessoal � uma op��o melhor para quem deseja saldar uma d�vida, independentemente do valor.


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