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Estado de Minas

Crise na avia��o for�a pilotos a buscar alternativas


postado em 08/05/2016 10:55

S�o Paulo, 08 - O ga�cho C�ssio �vila, de 39 anos, tem licen�a de piloto comercial, foi instrutor de voos no aeroclube do Rio Grande do Sul e acumula mais de 1,2 mil horas de voo, uma experi�ncia que o habilitaria a uma vaga de copiloto nas grandes empresas a�reas brasileiras. Mas s� n�o est� na lista de desempregados porque trabalha por conta pr�pria, fazendo sites para empresas. Deixou pela metade a faculdade de Economia para investir no sonho de ser aviador - e chegou a gastar em torno de R$ 3 mil por m�s para pagar pelo treinamento. �A promessa de emprego era �tima. Falavam que ia faltar piloto no Brasil. Mas n�o tem vaga.�

�vila est� no grupo de pilotos rec�m-formados, que precisam de uma primeira oportunidade para entrar na avia��o. Muitos come�am na avia��o executiva e depois viram copilotos de linhas a�reas - e dentro da empresa crescem at� chegar a comandante. �At� na avia��o executiva est� dif�cil. Os donos de avi�es particulares pararam de voar para economizar�, diz.

Outro caminho � trabalhar como instrutor de aeroclube, uma fun��o com remunera��o �simb�lica�, mas que � interessante para acumular horas de voo e tentar ingressar diretamente em uma companhia a�rea. �Achava que o problema era comigo, mas dos 12 que terminaram o curso comigo, s� um trabalha na avia��o�, diz �vila.

A estudante Laura Falkowski, de 20 anos, espera, neste momento, por uma vaga de instrutora de voo. Ao estudar aerodin�mica na faculdade de F�sica, se apaixonou por avia��o. Mudou a gradua��o, para Letras-Ingl�s, e passou a dedicar mais tempo ao curso de forma��o de pilotos. Do primeiro voo ao simulador de jatos foram dois anos de dedica��o e um investimento em torno de R$ 100 mil. �Por causa da crise, v�rios instrutores est�o sem emprego e o aeroclube n�o pode absorver todo mundo. Estou na fila�, disse. Para ficar pr�xima da avia��o, Laura trabalha voluntariamente na �rea de manuten��o do aeroclube do Rio Grande do Sul.

A avia��o brasileira reverteu um processo de crescimento acentuado e deve ter em 2016 a primeira retra��o desde 2003. Para se ajustar � uma demanda menor, as empresas est�o cortando voos e reduzindo sua frota. S� a Gol e a Azul pretendem reduzir neste ano, cada uma, cerca de 20 avi�es da frota. Em meio a esse processo, v�o sobrar pilotos e comiss�rios.

No fim do ano passado, 5.935 pilotos estavam empregados nas empresas a�reas brasileiras, segundo dados da Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil. S�o 21 posi��es a menos do que em 2014 e 458 abaixo de 2011, �ltimo ano em que o setor registrou expans�o de dois d�gitos.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), foram demitidos cerca de 150 pilotos desde o in�cio do ano e h� cerca de 400 pilotos desempregados. O n�mero de demiss�es s� n�o � maior porque as tr�s maiores empresas - TAM, Gol e Azul - abriram programas de licen�a n�o remunerada para pilotos. Muitos profissionais v�o tentar trabalhar em empresas estrangeiras.

O presidente do SNA, Adriano Castanho, ressaltou que mesmo quem est� empregado foi prejudicado pela crise. O motivo � que cerca de 50% da remunera��o dos pilotos � atrelada �s suas horas de voo. �As empresas sempre voam menos na baixa temporada. Mas, neste ano, a retra��o foi o dobro do usual. O sal�rio chegou a cair 30% em alguns casos�, afirmou.

O presidente da Azul, Antonoaldo Neves, diz que a empresa ficou com um excesso de pilotos quando a crise se agravou e obrigou a companhia a reduzir sua oferta de voos para n�o perder dinheiro. �A estimativa � um corte de 7% a 8% (em assentos) neste ano. O excedente de pilotos � proporcional�, explicou. Em vez de demitir, Neves diz que a Azul lan�ou um programa de interc�mbio para uma empresa a�rea chinesa do grupo HNA, que � dono de 23,7% da Azul, para cem pilotos. �Eles v�o ficar fora por at� tr�s anos e quando voltarem ter�o emprego garantido na Azul. A crise vai passar�, disse.

A empresa abriu tamb�m um programa de licen�a n�o remunerada, que teve ades�o de 208 pilotos e comiss�rios. A Gol, que j� tinha um programa de licen�as, ampliou o prazo de dois para cinco anos. A TAM, que tem um programa permanente, disse que est� avaliando os impactos da retra��o da oferta no seu pessoal. J� a Avianca est� com a oferta de voos est�vel e n�o prev� mudan�as no quadro de funcion�rios.

Previs�o de contratar, nenhuma empresa tem. �Hoje � quase imposs�vel para um piloto rec�m-formado conseguir emprego�, disse Castanho. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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