
Feito trimestralmente desde outubro do ano passado, o levantamento foi realizado, este ano, com 200 consumidores da capital e Grande BH, entre os dias 11 de fevereiro e 11 de mar�o e apontou que 76,5% dos belo-horizontinos afirmaram que sua condi��o financeira piorou nos �ltimos seis meses, sendo que, em outubro de 2015 esse percentual era de 52,7%. Os entrevistados que n�o perceberam nenhuma altera��o nas suas finan�as somam 19%. E 4,5% observaram alguma melhora. “As pessoas est�o sentindo que tudo est� pesando no bolso, reflexo da infla��o alta, custo de vida mais caro e desemprego”, comenta a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos.
Segundo ela, com esse impacto na percep��o das finan�as, as expectativas para uma melhora na economia s�o afetadas, uma vez que o cen�rio econ�mico foge ao controle do consumidor. “O retrato reflete no com�rcio. Sem confian�a na economia, as pessoas n�o consomem, seja porque perderam o emprego e a renda reduziu, seja porque tem medo de sair do mercado de trabalho. Essa incerteza que o pa�s vive, proveniente de uma crise pol�tica, estagnou o Brasil e gerou incertezas em todos”, defende Ana Paula. Pela pesquisa, 64% dos consumidores acreditam que a situa��o da economia brasileira vai piorar, sendo que, em outubro do ano passado, 45,4% disseram isso. A economista acredita que o motivo para esse pessimismo � a incerteza sobre o futuro pol�tico e, consequentemente, econ�mico do pa�s. Apenas 22% dos belo-horizontinos est�o otimistas. J� 14% acreditam que a situa��o permanecer� igual.
A assistente administrativa Paola Quint�o, de 33 anos, � uma das que est�o pessimistas com a situa��o brasileira e sentiu no bolso a queda das finan�as pessoais. Em fevereiro, depois de 15 anos em uma empresa, ela ficou desempregada e, desde ent�o, buscou vagas no mercado de trabalho, inclusive, fora da sua �rea de experi�ncia, mas n�o teve sucesso. “Parei de comprar tudo, nem um brinco compro mais. Parei de viajar, ir a show e bares. As minhas finan�as ca�ram demais e, para piorar, o que consigo de oportunidade de trabalho � para ganhar metade do que ganhei”,conta, acrescentando que, por isso, pretende abrir o pr�prio neg�cio. “E n�o acho que daqui a alguns meses tudo vai melhorar. Ali�s, n�o vejo mudan�as”, opina.
ESTAGNA��O Segundo Ana Paula Bastos, � compreens�vel o pessimismo dos consumidores. “Estamos h� um ano e quatro meses com o Brasil parado. Cabe, agora, o consumidor planejar o que vai consumir. Aproveitar ofertas e promo��es e evitar, ao m�ximo, d�vidas”, alerta. Esse � o problema que a engenheira civil, J�ssica Freitas, de 24, enfrenta. Desempregada h� um ano, ela diz que, como n�o consegue emprego, parou de comprar roupas, cal�ados, entre outras coisas que consumia, mas adquiriu d�vidas. “Quero que o pa�s volte a andar, porque est� muito dif�cil”, lamenta. Diante das incertezas e dificuldades dos consumidores, Ana Paula aconselha os empres�rios a planejar o estoque de vendas, fazer ofertas e aproveitar as redes sociais para anunciar. “N�o sabemos o que vai ser, a economia est� travada”, conclui.