Nova York, 16 - O economista da Funda��o Get�lio Vargas (FGV) e ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni elogiou os dois nomes cotados para assumir o comando do BC, o economista-chefe do Ita�, Ilan Goldfajn, e o s�cio do banco Brasil Plural, Mario Mesquita, e afirmou que na situa��o do Pa�s neste momento n�o h� espa�o para "experimentos e improvisa��es" na autoridade monet�ria.
"Acho que o Ilan � um excelente nome e o Mario mesquita tamb�m � de excelente qualidade. Temos que trabalhar com pessoas com s�lida experi�ncia acad�mica e de prefer�ncia com experi�ncia no BC, o que � o caso dos dois", afirmou o economista a jornalistas ap�s palestra em evento na C�mara de Com�rcio Brasil e Estados Unidos. "O BC precisa de autonomia e, de prefer�ncia, total independ�ncia para fazer com que a infla��o possa convergir mais rapidamente para o centro da meta", completou.
Ainda sobre a independ�ncia do BC, Langoni avalia que � uma reforma simples e que a maioria dos pa�ses j� tem bancos centrais independentes. "H� uma evid�ncia clara de que a independ�ncia do BC facilita a redu��o e a estabiliza��o da infla��o num n�vel mais baixo e o pr�prio crescimento econ�mico. Com a infla��o mais baixa fica mais f�cil voltar a crescer."
Para Langoni, o fundamental do governo de Michel Temer � rever o papel "gigantesco do Estado" na economia brasileira. "O essencial � que o Estado volte a cuidar de bens p�blicos, da sa�de, da educa��o, da seguran�a p�blica." Nesse sentido, ele avalia que o Brasil tem mesmo que retomar a estrat�gia de privatiza��es, como j� sinalizado por Temer em declara��es recentes.
Al�m das privatiza��es, Langoni defendeu a revis�o de subs�dios e das isen��es tribut�rias seletivas, com o governo partindo em seguida para uma reforma tribut�ria.
Ainda no conjunto de medidas necess�rias, o economista falou que � essencial uma revis�o do papel dos bancos p�blicos, que foram usados pelo governo para estimular o cr�dito, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES). "O Estado brasileiro n�o pode ser mais paternalista, especialmente para alguns setores do setor privado."
Com esse tipo de medida, o governo de Temer deve conseguir reduzir o grau de incerteza que vem dominando o cen�rio brasileiro, o que deve melhorar a percep��o de risco do Pa�s, reduzindo os custos de capta��o de recursos no exterior para empresas e governos. Assim, seria poss�vel o Brasil crescer ao redor de 1% em 2017, disse a jornalistas.
Langoni se mostrou otimista com o cen�rio da economia brasileira para os pr�ximos meses. "Acho que o desenho da arquitetura macro que o governo Temer apresentou parece bem consistente. Ele combina medidas de ajuste e austeridade com incentivos ao investimento privado, via concess�es e privatiza��es, e um foco em abertura da economia al�m do Mercosul."
Com a implementa��o do ajuste, os juros devem come�ar a cair no quarto trimestre. "Isso tamb�m vai ajudar a consolidar esse clima de maior confian�a na economia brasileira", avaliou.