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Estado de Minas

Erradicar pobreza no Brasil exigiria mais R$ 25 bi por ano, diz OIT


postado em 19/05/2016 10:37

Genebra, 19 - A Organiza��o Internacional do Trabalho (OIT) aponta que o Brasil precisa de US$ 7,2 bilh�es (R$ 25 bilh�es) extras por ano para acabar com a pobreza no Pa�s at� 2030, o ano estabelecido pela ONU para que os governos atinjam a meta. O valor � o equivalente a uma Copa do Mundo por ano e os dados fazem parte de um levantamento in�dito.

Em 15 anos, o mundo precisaria de US$ 10 trilh�es para erradicar a mis�ria, cerca de US$ 600 bilh�es por ano. De forma global, os valores representam apenas 0,8% do planeta. Mas a OIT estima que esse dinheiro n�o tem como ser levantado e que a �nica forma de garantir o combate � pobreza � a gera��o de empregos e a preserva��o dos direitos sociais.

Em termos absolutos, o Brasil � o sexto que mais teria de gastar entre os pa�ses emergentes. A �ndia precisaria de aportes extras de US$ 61 bilh�es; a China, US$ 37 bilh�es; Nig�ria, US$ 36 bilh�es; Eti�pia, US$ 10,7 bilh�es; e Indon�sia, US$ 10,2 bilh�es.

Num informe publicado ontem, a OIT alerta para o fato de que os avan�os sociais obtidos nos �ltimos anos foram desfeitos ou anulados em diversos pa�ses do mundo. "A pobreza relativa nos pa�ses em desenvolvimento est� aumentando", declarou a entidade.

"Em 1990, 47% da popula��o mundial vivia com menos de US$ 1,90 por dia. Em 2012, essa taxa caiu para 15%", disse Guy Ryder, diretor-geral da OIT. "Mas o progresso � fr�gil e se os avan�os foram reais na China e na Am�rica Latina, ainda temos 40% dos africanos em situa��o de pobreza. E, nos pa�ses ricos, a pobreza tamb�m aumentou", disse. "Hoje, o desemprego aumenta e a pobreza tende a se perpetuar. No planeta, 30% da popula��o � respons�vel por apenas 2% da renda", alertou.

Copa

No caso do Brasil, o Pa�s tiraria todos da pobreza com mais 0,3% do PIB por ano em gastos sociais. Isso garantiria que todos no Pa�s teriam uma renda acima de US$ 3,1 por dia, o n�vel que estabelece a fronteira da pobreza, segundo os organismos internacionais. O valor total seria o equivalente ao que o Tribunal de Contas da Uni�o estimou ter sido gasto no Mundial de 2014, de R$ 25 bilh�es.

Mas para garantir uma renda di�ria de pelo menos US$ 5,00, o Brasil teria de ampliar seus gastos sociais em US$ 23,2 bilh�es, ou 2% do PIB do pa�s a cada ano.

Para a OIT, o combate � pobreza promete ser um dos principais desafios nos pr�ximos anos no Brasil, com uma recess�o profunda. A entidade acredita que a taxa de desemprego, de cerca de 11%, deve aumentar ainda mais at� o final do ano antes de come�ar a regredir.

Diante dos n�meros e da situa��o do Pa�s, a OIT pediu que a nova equipe econ�mica de Michel Temer n�o "desmantele" os programas sociais criados no Brasil nos �ltimos 20 anos. Para Ryder, instrumentos como o Bolsa Fam�lia e outros mecanismos que garantem "dinheiro no bolso dos mais pobres � a melhor forma de tirar a economia do buraco que se encontra hoje".

Segundo Ryder, Temer j� deu sinais de que n�o iria mexer no Bolsa Fam�lia. Mas insiste que "fechar a equa��o" entre o rombo fiscal e garantir os benef�cios sociais vai ser um "desafio" ao governo. "O Brasil ter� de escolher suas prioridades", disse ao jornal O Estado de S. Paulo.

"H� o fim de um ciclo de crescimento e toda a Am�rica Latina entra agora em uma desacelera��o", disse. "Isso nos deixa muito preocupados diante da possibilidade de que os ganhos sociais sejam revertidos. A prioridade deve ser a de manter as pol�ticas sociais", defendeu.

"O Brasil est� passando por tempos dif�ceis. A mensagem importante hoje � que, com a mudan�a de governo, o sucesso obtido nos �ltimos anos no setor social n�o deve ser revertido. Fico satisfeito em ver que o Bolsa Fam�lia vai ser mantido. O novo governo reconhece esse sucesso e deve continu�-lo", disse Ryder.

"A economia brasileira perdeu 4% em 2015 e deve seguir o mesmo caminho em 2016. Portanto, deixar dinheiro no bolso dos pobres � uma das melhores formas de lidar com a economia e tir�-la do buraco que se encontra", alertou. Hoje, menos de 40% da renda da camada mais pobre da popula��o vem de um trabalho remunerado.

De uma forma geral, a OIT apelou para que, nessa fase de recess�o, os direitos dos trabalhadores sejam preservados. Para Ryder, a pobreza � resultado de "fracasso institucional e do fracasso do di�logo social". "A corrup��o tamb�m precisa ser lidada", apontou.

Se os gastos sociais ter�o de ser importantes, a OIT aponta que o Brasil, por conta de um PIB significativo, n�o vive a mesma situa��o de outros pa�ses em desenvolvimento. Para erradicar sua pobreza, o Malawi precisaria o equivalente a 77% de seu PIB. Na m�dia, os emergentes teriam de realizar gastos extras de 21% de seu PIB. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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