
Entre os motivos que explicam o alto calote nessa modalidade de cr�dito � a retra��o da economia. Com o desaquecimento da atividade, as fam�lias consomem menos no mercado de bens e servi�os. Dessa forma, comerciantes e prestadores de servi�os est�o reduzindo investimentos e demandando menos da ind�stria – que, por sua vez, tamb�m freia a produ��o e reduz a produ��o de manufaturados.
Com menos consumo – inclusive entre empresas –, o corte de trabalhadores acaba sendo inevit�vel. Frente a redu��o dos postos no mercado de trabalho, cai a renda dispon�vel na economia. Junto a isso, h� uma infla��o ainda alta, que corr�i o poder de compra das fam�lias. Para manter os gastos, ainda que de produtos essenciais, os consumidores acabam se endividando e recorrendo ao cart�o de cr�dito como uma extens�o dos sal�rios.
E todo esse cen�rio refor�a outro fator preponderante para o atraso de pagamentos: as taxas de juros. A presen�a de riscos �s institui��es financeiras, mediante as incertezas em receber o pagamento do empr�stimo concedido, fez os bancos aumentarem exponencialmente as taxas de juros nos �ltimos 12 meses. Em abril, a taxa m�dia do rotativo foi de 448,6% ao ano, um aumento de 101,2 pontos percentuais frente ao mesmo per�odo do ano anterior.
CAUTELA OBRIGAT�RIA O economista-s�nior da Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC), F�bio Bentes, recomenda muito cuidados com o uso do cart�o de cr�dito, principalmente nos casos de fam�lias em que o uso do rotativo � cada vez mais frequente. “Uma pessoa que vai utilizar cart�o de cr�dito como “puxadinho” da renda n�o pode exceder a capacidade de pagamento”, ponderou ele, ressaltando que o momento atual da economia n�o permite extravag�ncias. “� preciso equil�brio. Por isso, uma meta de comprometimento da renda � fundamental”, acrescentou.
Por isso, � importante que os consumidores tenham consci�ncia do limite dispon�vel no or�amento. Para Bentes, o risco aos bancos ainda � alto. Ele avalia que mais postos de trabalho ainda ser�o fechados at� o fim do ano, movimento que colabora para a manuten��o das taxas de juros altas. “O ideal � que a pessoa n�o perca o controle em rela��o aos gastos, evitando o consumo muito al�m da capacidade de pagamento para n�o entrar no rotativo”, sustentou.