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Estado de Minas

Redes de eletros encolhem para tentar conter preju�zo

Cr�dito escasso e caro afugentou os clientes, tamb�m inseguros com o desemprego, levando varejo especializado a fechar lojas. Demiss�es no com�rcio em geral chegam a 220 mil no pa�s


postado em 28/05/2016 07:00 / atualizado em 28/05/2016 07:50

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )

Para enfrentar a crise, que tornou o cr�dito mais escasso e enxugou 11 milh�es de postos de trabalho, o consumidor adiou as compras, fazendo o mercado varejista registrar um de seus piores resultados no ano passado e iniciar 2016 com n�meros decrescentes. Para lidar com o mau humor da economia e ainda com a crescente concorr�ncia do com�rcio eletr�nico, gigantes do varejo est�o fechando lojas e desacelerando os planos de abertura de unidades. No pa�s, o com�rcio j� cortou 220 mil vagas nos �ltimos 12 meses.


No ano passado, a Via Varejo, que resultou da fus�o da Casas Bahia e Pontofrio, fechou 39 lojas e enxugou mais de 10 mil vagas. Em Minas foram tr�s lojas Pontofrio desativadas em 2015. No in�cio do ano, a Magazine Luiza, em encontro com analistas do mercado financeiro, comentou a possibilidade de fechar lojas ao longo de 2016. Em 2015, o Magazine encerrou o ano com preju�zo de R$ 65 milh�es.


A troca do fog�o, da geladeira, a compra do sof� novo e da mesa da sala ficaram para depois, com o cr�dito caro e restrito. “Al�m da crise econ�mica, grandes redes do varejo t�m de enfrentar tamb�m a concorr�ncia das compras feitas pela internet que vai ganhando espa�o entre os consumidores. Este ano ainda ser� muito dif�cil para o setor”, avalia o diretor da GS&AGR Consultores, Jean Rebetez.


Segundo o especialista do comportamento do varejo, as margens est�o espremidas e as empresas que dependem basicamente de cr�dito e da renda sentem a marcha a r� da economia. “Uma atitude comum das grandes redes de varejo para conter os custos � abrir m�o das unidades que n�o est�o performando bem”, diz Rebetez. Em 2015, o Ibovespa (�ndice que re�ne as a��es mais negociadas da bolsa) fechou em queda de 13,3%. Os pap�is da Via Varejo se desvalorizaram em 83,8% e os do Magazine Luiza em 70,4%.


O Sindicato dos Empregados do Com�rcio de Belo Horizonte e Regi�o Metropolitana acompanha com preocupa��o o aprofundamento da crise. “O n�mero de homologa��es no com�rcio tem sido crescente desde janeiro, e o que mais nos preocupa � que esses trabalhadores n�o est�o retornando ao mercado”, avalia Jos� Cloves Rodrigues, presidente da entidade. Ele afirma que, na reestrutura��o feita no ano passado pelo Pontofrio e Casas Bahia para se adequarem � retra��o da economia, cerca de 50 empregos foram eliminados.


De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Minist�rio do Trabalho, nos �ltimos 12 meses o com�rcio varejista, em sua totalidade, fechou 11,8 mil vagas em Belo Horizonte e 24 mil em Minas. O setor havia encerrado 2015 com queda de vendas de 4,3% (veja a arte), maior baixa da s�rie hist�rica de dados dos neg�cios da atividade, iniciada em 2001, como informou o Instituto Brasileiro de Geografia e estat�stica (IBGE). O segmento de m�veis e eletrodom�sticos ajudou a derrubar o resultado do varejo ao levar um tombo de 14% em 2015. No primeiro trimestre deste ano seguiu caindo 17% frente ao mesmo per�odo do ano passado.


Tamb�m atingida pela crise do varejo, em abril, a rede de lojas Dadalto encerrou suas atividades em Minas Gerais. A empresa especializada em produtos para o lar fechou sete pontos de venda e anunciou que vai concentrar suas opera��es no Esp�rito Santo. Em Belo Horizonte, foram desativadas lojas em shoppings, na Regi�o Central e no Bairro Buritis. A rede varejista, que est� em recupera��o judicial desde o fim do ano passado, n�o informou o n�mero de trabalhadores demitidos. O Sindicato dos Comerci�rios de Belo Horizonte e Regi�o Metropolitana estima corte de aproximadamente 300 vagas na capital.


A rede Walmart, terceira maior empresa do ramo de supermercados no Brasil, anunciou a desativa��o de 30 unidades no pa�s, em pelo menos sete estados. Em Minas, j� foram fechados o atacado Maxxi, em Ribeir�o das Neves, na Regi�o Metropolitana de BH, e um supermercado em Passos, no Sul do estado.


Redes varejistas que est�o fora do segmento da linha branca tamb�m sofrem os efeitos da crise. A C&A prev� o fechamento de 12 lojas pelo pa�s em 2016. A Forever 21, que trouxe para o pa�s o conceito da moda r�pida e concorre com lojas como Renner, C&A e Riachuelo, precisou repassar para os seus produtos o peso do d�lar forte e deve frear a sua estimativa de abertura de novas lojas. “A rede est� mais cautelosa e deve crescer mais devagar, abrindo menos lojas que o previsto”, avalia Jean Rebetez. A assessoria de imprensa da rede informou que em 2016 tr�s novas lojas ser�o abertas.

Retomado

O segundo trimestre deve esbo�ar uma rea��o para o varejo de eletrodom�sticos e a retomada deve continuar no semestre, na opini�o de Jos� L�cio Costa, presidente da Suggar. Maior fabricante de tanquinhos do pa�s, Costa diz que o n�mero de unidades � crescente e chega a 6 mil ao dia. Segundo o executivo, as linhas de alto valor agregado, como adegas climatizadas, m�quinas de gelo e geladeiras sofisticadas n�o sofreram tanto. “Os produtos para a classe D, que tem benef�cios sociais, tamb�m est�o sentindo menos a crise. A maior queda est� localizada nos produtos voltados para a classe m�dia.” Otimista, o presidente da Suggar prev� que o varejo ter� uma retomada mais r�pida que a previs�o dos analistas de mercado.


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