S�o Paulo, 30 - Motivados pelo avan�o das redes "gourmet" de hamb�rguer, como Am�rica, Fifties e Lanchonete da Cidade, marcas de fast-food como McDonald�s e Bob�s decidiram repaginar parte de suas lojas, mudando tamb�m o atendimento. A proposta � oferecer um servi�o menos padronizado aos clientes.
Em mar�o de 2017, o McDonald�s vai inaugurar seu primeiro restaurante modelo de uma proposta definida como "fast-food gourmetizado" no Brasil. A unidade vai funcionar na avenida Henrique Schaumann, na capital paulista. "Vamos introduzir ali novidades que est�o sendo testadas em outros mercados", afirmou o presidente da Arcos Dourados, Paulo Camargo.
Nos Estados Unidos, j� existem projetos do McDonald�s de customiza��o do lanche, que permitem que o cliente escolha parte dos ingredientes, e tamb�m de atendimento - em alguns casos, o funcion�rio vem at� � mesa tirar o pedido. Por l�, a rede tamb�m passou a oferecer o card�pio do caf� da manh� durante o dia todo, ideia que n�o deve ser replicada no Brasil, por causa da forte presen�a das padarias no segmento.
Nas lojas brasileiras, o atendimento tamb�m j� passou por algumas reformula��es. Em algumas unidades, os funcion�rios que n�o trabalham na cozinha j� podem circular sem o t�pico bon� do uniforme da rede. Na hora de pedir, o cliente tamb�m j� tem mais op��es de customiza��o do sandu�che.
A rede Bob�s vem mudando o atendimento em suas unidades desde 2013. A customiza��o � a ordem na companhia. "Todos os produtos de nosso card�pio, menos o p�o e o hamb�rguer, podem ir de um lanche para outro", afirma Marcello Farrel, diretor-presidente da rede. Segundo ele, ao permitir que o cliente adicione os ingredientes de que mais gosta, o desembolso m�dio por refei��o tende a subir, em m�dia, 10%.
O Bob�s tamb�m tem modificado a ambienta��o das lojas - no mobili�rio, sai o pl�stico e entra a madeira; na ilumina��o, a luz branca e chapada vem dando espa�o a l�mpadas amarelas, que d�o maior sensa��o de conforto. O plano da empresa � concluir a convers�o de todas a unidades para o novo padr�o arquitet�nico em cinco anos. "Eles est�o se aproximando do modelo 'fast casual', o que � uma tend�ncia nesse setor", avalia o especialista em franquias Marcelo Cherto.
Mudan�a
Para Eduardo Yamashita, diretor de pesquisas do Grupo GS& e membro Instituto Foodservice Brasil (IFB), a mudan�a do fast-food � pautada pelo consumidor, que hoje exige um servi�o menos padronizado. "Tem uma fatia do mercado importante que come�a a se interessar por um servi�o mais premium", conta.
Segundo Yamashita, as redes de alimenta��o fora do lar faturam hoje R$ 178 bilh�es. As cadeias de fast-food representam 27% desse volume. Mas o mercado ainda est� longe da maturidade. "Quando perguntamos se uma pessoa fez ao menos uma refei��o fora do lar no dia anterior, 27% dos brasileiros respondem sim, ante 52% dos americanos e 83% dos chineses."
Sindicato
Se o McDonald�s parece ter feito as pazes com seu pr�prio produto, uma for�a-tarefa sindical � tratada hoje como o principal desafio � imagem da marca. Encabe�ada pelo sindicato americano Seiu, o movimento surgiu nos EUA com o objetivo de estabelecer um piso de US$ 15 por hora para os funcion�rios.
O sindicato se espalhou pelo mundo, incluindo o Brasil. A empresa hoje est� envolvida na a��o que deu origem � investiga��o do Minist�rio P�blico Federal para apurar suspeitas de sonega��o fiscal. Dados da Secretaria de Trabalho dos EUA apontam que o Seiu gastou R$ 1,8 milh�o com advogados no Brasil de 2013 a 2015. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.