Bras�lia, 08 - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira, 8, que o Brasil enfrenta a crise mais intensa de sua hist�ria e que n�o ser� uma surpresa se o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano for o maior desde que come�ou a contabilidade nacional no Pa�s. Em discurso durante evento no Pal�cio do Planalto, por�m, Meirelles disse que o governo em exerc�cio est� tomando "medidas concretas", avaliando as raz�es da crise para solucion�-la.
"Estamos vivendo crise mais intensa da hist�ria do Brasil. Vamos aguardar, mas n�o ser� surpresa se contra��o deste ano for a mais intensa desde que PIB come�ou a ser medido no in�cio do s�culo 20, at� maior do que nos Anos 30. � uma crise que gerou 11 milh�es de desempregados. Ent�o, n�s temos que reverter esse processo", afirmou Meirelles.
O ministro destacou que o governo vem trabalhando para realizar um diagn�stico correto e preciso da situa��o da economia e do que levou o Pa�s a esta situa��o. Isso porque, segundo ele, diagn�sticos equivocados no passado "levaram a erros e causaram consequ�ncias graves � economia".
"Os senhores ouvem hoje um novo discurso, um novo tom, uma nova dire��o. Dire��o que pretende de fato alterar o curso da economia brasileira, visando de fato a ter crescimento, mais oportunidade, maior renda. S�o inten��es declaradas por todos os governos, mas este governo est� tomando medidas concretas, avaliando as raz�es para a crise e proporcionar um crescimento sustent�vel para o Brasil nas pr�ximas d�cadas", disse Meirelles.
Mais cedo, o presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse no mesmo evento com empres�rios que a solu��o da crise n�o passa pelo aumento de impostos. Meirelles disse que a equipe econ�mica vai "olhar por tr�s disso" para detectar os efeitos do aumento de impostos na economia.
Medidas
O ministro da Fazenda afirmou tamb�m que o governo est� trabalhando em um "elenco muito forte de medidas" para a retomada do crescimento. "N�o tenho a menor d�vida de que, no momento em que tudo isso seja aprovado pelo Congresso, chegaremos nos pr�ximos trimestres a retomar crescimento de forma que pode surpreender", disse. "� poss�vel que tenhamos retomada mais forte", acrescentou o ministro.
Em evento com empres�rios e a presen�a do presidente em exerc�cio Michel Temer (PMDB), Meirelles voltou a destacar a necessidade de reequilibrar as contas p�blicas e destacou erros que, segundo ele, foram praticados nas gest�es passadas. "De 1997 at� 2015, as despesas p�blicas totais do Brasil cresceram mais de 5,8% ao ano acima da infla��o. Isso foi sustentado pelo aumento da tributa��o", disse o ministro.
Segundo Meirelles, a desacelera��o da economia tornou a trajet�ria de crescimento dos gastos insustent�vel. "Houve acelera��o das despesas enquanto houve queda do processo de crescimento", disse. "� fundamental que se restaure a sa�de das finan�as p�blicas", defendeu.
O ministro disse ainda que o estabelecimento de um teto para os gastos, com crescimento limitado � infla��o daquele ano, como proposto pelo governo, j� contribui para melhorar a confian�a, n�o s� de empres�rios, mas tamb�m de consumidores. Meirelles afirmou que as fam�lias estavam dentro de suas casas com medo de perder o emprego.
"Este processo come�a a ser revertido quando o governo sinaliza que controla suas contas", disse.
Al�m das medidas estruturais, Meirelles afirmou que � preciso ter uma boa administra��o nas empresas p�blicas e nos servi�os prestados pelo governo. Por isso, classificou como "fundamental" o projeto que prev� melhorias na governan�a de estatais e de fundos de pens�o.
"� um elenco muito forte de medidas, estamos num processo constante", afirmou o ministro. "Gosto de seguir a m�xima: prometer menos, entregar mais."