S�o Paulo - A dificuldade de acompanhar os avan�os da tecnologia n�o tem impedido que idosos, com 60, 70 anos, virem motoristas do Uber, anfitri�es do Airbnb ou cuidadores de animais, oferecendo seus servi�os em aplicativos de celular. A chamada economia do compartilhamento, al�m de ser um complemento de renda em tempos de crise econ�mica, � tamb�m uma forma de conhecer novas pessoas e se manter ativo.
O diretor-geral do Airbnb do Brasil, Leonardo Trist�o, observa que mais de 50% dos anfitri�es com mais de 60 anos s�o avaliados com nota m�xima pelos h�spedes. "Costumam ser ainda mais receptivos e atenciosos do que a m�dia - j� alta - dos brasileiros."
Para a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) Ana Am�lia Camarano, especialista em demografia, a tecnologia proporcionada por essas plataformas, apenas fomentou ainda mais atividades que j� eram procuradas pelos idosos. "O movimento de aposentados que voltam ao mercado de trabalho por meio da presta��o de servi�os sempre existiu", afirma. "Mas essas plataformas potencializaram atividades como a do aluguel de quartos e incentivaram outras que eram imposs�veis sem aplicativos como o Uber, por exemplo."
O pesquisador de Mercado de Trabalho do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Get�lio Vargas (Ibre/FGV) Bruno Ottoni acredita que, diante do envelhecimento da popula��o e da necessidade de reformas da Previd�ncia, daqui para a frente, haver� uma tend�ncia cada vez maior de que os idosos busquem essa complementa��o de renda. "Fatalmente os idosos v�o acabar sofrendo algumas perdas com as reformas que ter�o de ser realizadas. Do jeito que est� desenhado, o sistema brasileiro est� insustent�vel."