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Estado de Minas

ABDI vai aproximar ind�stria de startups, diz novo presidente da entidade


postado em 20/07/2016 17:19

Bras�lia, 20 - A aproxima��o entre a ind�stria e as startups � a principal linha de trabalho do novo presidente da Ag�ncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Luiz Augusto de Souza Ferreira, um jornalista de 35 anos que atua como mentor de eventos como o Campus Party e o Startup Weekend.

Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", ele disse ter conversado com entidades como a Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp) e a Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI) e ouvido a opini�o "un�nime" que a ABDI deveria ser fechada, caso n�o se reaproximasse da ind�stria.

O presidente da ABDI pretende lan�ar um programa, ainda em agosto, para selecionar startups que tenham projetos �teis para a ind�stria. "N�o s�o s� boas ideias, s�o coisas que estejam funcionando", frisou. E, a partir da�, fazer uma ponte com as empresas. "Hoje, elas n�o se falam: o pessoal das startups acha que a ind�stria � velha, os industriais acham que as startups s� fazem jogos para videogame." A ag�ncia pretende estabelecer parcerias com grupos que apoiam startups e scaleups (empresas de m�dio porte), como a Endeavour, a Startup Weekend e a Wira.

Para convencer as ind�strias a adotar inova��es, a ideia � bancar pilotos dentro das pr�prias empresas "para mostrar que funciona mesmo". Os recursos para isso, explicou ele, podem vir de fundos. Ele pretende estruturar um fundo privado, inicialmente de R$ 150 milh�es, para financiar essa aproxima��o entre a ind�stria e a ponta inovadora. "As ind�strias importam tecnologia da China, dos Estados Unidos, da �ndia, e aqui tem uma molecada fazendo a mesma coisa."

Para facilitar a aproxima��o, a ABDI pretende montar um escrit�rio dentro da Fiesp. "N�o adianta ficar aqui em Bras�lia, porque aqui n�o tem ind�stria", afirmou Ferreira.

A ABDI � subordinada ao Minist�rio da Ind�stria, Com�rcio Exterior e Servi�os (MDIC), comandada por Marcos Pereira, um bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus. O vi�s religioso do ministro levantou d�vidas sobre como ele comandaria a �rea de inova��o tecnol�gica da pasta. "As pessoas olham o lado da igreja e n�o o lado gestor do ministro", minimizou Ferreira, que diz ter liga��o "zero" com a Universal.

Antes de assumir a ABDI, ele presidia o conselho de administra��o do Confia, "o maior banco de microcr�dito da cidade de S�o Paulo". Foi tamb�m respons�vel pela �rea de empreendedorismo da prefeitura paulistana entre 2010 e 2013, na gest�o de Gilberto Kassab.

A ABDI vai defender, dentro do governo, que sejam suspensas as fiscaliza��es que o Minist�rio do Trabalho faz em ind�strias com base na Norma Regulamentadora (NR)12, um conjunto de regras sobre seguran�a em opera��o de equipamentos que � duramente criticado pela ind�stria. "A NR12 � idiossincr�tica, s� tem no Brasil", disse Ferreira. "Ela encarece o custo dos equipamentos em pelo menos 15%, por isso a posi��o da ABDI � pela suspens�o da fiscaliza��o com base na NR-12."

Ele afirmou que "h� boa vontade" por parte do Minist�rio do Trabalho em discutir a quest�o. "N�o se pode precarizar as condi��es de trabalho, mas se o custo for muito elevado a ind�stria vai demitir", frisou. "A posi��o da ABDI � em defesa da ind�stria nacional."

Gastos/b>

At� h� pouco tempo, funcion�rios da ABDI que viajavam ao exterior tinham direito a uma di�ria de US$ 700 ou 700 euros, dependendo da moeda, independente do destino. E viajavam de classe executiva at� para destinos pr�ximos, como Buenos Aires. Nessas viagens, algumas autoridades levavam at� a secret�ria.

"Nem sei como gastavam isso tudo", espantou-se Ferreira, que relatou ao jornal o padr�o da gastan�a que encontrou. As di�rias j� foram cortadas pela metade e os voos em classe executiva foram proibidos para deslocamentos com dura��o inferior a 12 horas sem interrup��o.

Os gastos com pessoal da ag�ncia tomavam 60% do or�amento de R$ 92 milh�es anuais. "Se fosse uma empresa privada, estaria quebrada", comentou. Com a demiss�o de 37 funcion�rios, seis deles com os mais altos sal�rios, de R$ 25 mil por m�s, a despesa baixou para 43% do or�amento e a meta � chegar a 37% at� o final de agosto.

"Era um grau de aparelhamento muito grande", disse o presidente, que contou j� estar sofrendo oposi��o dentro da ag�ncia por causa dessas medidas. "Tinha gente do PT, do PMDB, mas 80% eram ligados ao Alessandro, o 'mister Bumbum'", afirmou. Ele se referiu a Alessandro Teixeira, que ficou conhecido nas redes sociais por ser casado com a miss bumbum Miami 2013, Milena Santos. A tia de Milena trabalhava na ABDI.

Ferreira assegurou que as demiss�es n�o tiveram corte partid�rio. A lista, explicou ele, foi elaborada pela �rea de Planejamento da ag�ncia com base em crit�rios t�cnicos e administrativos. "Meu assessor de imprensa tem foto no Facebook com a Dilma", exemplificou.

Dos demitidos, 14 eram do quadro da ag�ncia e haviam passado por concurso p�blico. Por se tratar de uma ag�ncia, esses servidores s�o contratados segundo as regras da Consolida��o das Leis do Trabalho (CLT) e n�o possuem estabilidade.

A ABDI convocou para retorno ao trabalho cinco funcion�rios que est�o afastados h� bastante tempo. "N�o � por doen�a, � por um entendimento da ag�ncia que eles podiam ficar assim para cuidar de outras coisas da vida", comentou o presidente. "Tem gente morando nos Estados Unidos e n�o � para fazer doutorado nem nada parecido." Essas pessoas n�o recebem remunera��o, mas ocupam postos sem efetivamente trabalhar para a ag�ncia.

Os cortes atingiram at� as horas extras dos motoristas. "Havia muito gasto por falta de planejamento", afirmou Ferreira. "Agora, se eu fico trabalhando depois das 19 horas, meu motorista vai embora e eu volto a p� ou pego um Uber." Com isso, ele acredita que conseguir� economizar algo como R$ 100 mil a R$ 200 mil por ano.

Procurado, Alessandro Teixeira preferiu n�o comentar.


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