S�o Paulo, 25 - Uma forte onda de investimentos de companhias chinesas no Brasil � esperada para os pr�ximos meses, sobretudo em infraestrutura e commodities. Para o leil�o de transmiss�o de energia, previsto para setembro, grupos chineses e outras multinacionais - que j� atuam aqui e novas - foram convidados para participar, segundo fontes ouvidas pelo jornal
O Estado de S. Paulo
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O desmonte de ativos da Eletrobras, como as subsidi�rias Eletrosul e Celg, � considerado atraente. Os ativos est�o sendo oferecidos a diversos investidores, chineses ou n�o. Tamb�m est�o � venda importantes neg�cios do setor, como a Hidrel�trica de Santo Ant�nio, no Rio Madeira, que tem entre os s�cios o grupo Odebrecht, a participa��o da Light na Renova, ativos da Abengoa e Duke Energy, dizem fontes. As empresas n�o comentam.
A State Grid e sua conterr�nea China Three Gorges (CTG), ambas estatais, s�o apontadas como compradoras de v�rios ativos no Brasil. A CTG foi a �ltima a aportar por aqui. Chegou em 2013 e comprou participa��o em v�rias hidrel�tricas e, nos �ltimos meses, arrematou as Usinas Jupi� e Ilha Solteira, da Cesp.
Nas �ltimas semanas, representantes da C�mara de Com�rcio e Ind�stria Brasil-China fizeram um "road show" em territ�rio chin�s para atrair investidores. "H� grupos que ainda n�o t�m investimentos no Brasil e que est�o sendo apresentadas aos diversos neg�cios � venda (de infraestrutura ao agroneg�cio)", disse Charles Tang, presidente da entidade, que est� na China nessa comiss�o e deve voltar no in�cio de agosto.
Entre 2010 e 2015, investidores chineses colocaram entre US$ 30 bilh�es e US$ 35 bilh�es no Pa�s, segundo Roberto Dumas Damas, professor de economia chinesa do Insper. "Est�o nessa conta investimentos diretos e em empresas", diz. "Os chineses buscam neg�cios, principalmente, em recursos naturais e commodities."
Segundo ele, o total de aporte poder� aumentar, considerando a recess�o econ�mica e investiga��es em curso da Opera��o Lava Jato, que apura corrup��o em contratos da Petrobras. "Tem v�rios ativos da Lava Jato � venda e o Brasil est� barato. � uma combina��o perfeita."
Tang estima que os potenciais aportes de chinesas no Pa�s podem chegar a US$ 70 bilh�es - considerando os j� feitos desde 2010.
Longo prazo
Para Rodrigo Zeidan, da Funda��o Dom Cabral, os investidores chineses olham o Brasil no longo prazo. "Eles consideram o Brasil como um importante player para fazer frente � domina��o dos EUA."
Ap�s a crise financeira global de 2008, pa�ses asi�ticos que apostavam nos EUA e na Europa come�aram a buscar oportunidades em pa�ses emergentes. No Brasil, os chineses t�m mirado especialmente o setor de infraestrutura. Al�m da aquisi��o de empresas de energia, j� demonstraram interesses em projetos de ferrovias, a exemplo da Bioce�nica - uma estrada de ferro que ligaria os litorais do Peru e do Brasil a um custo de R$ 40 bilh�es. Para os chineses, seria um empreendimento que facilitaria o transporte de gr�os do Centro-Oeste para a China.
"Eles est�o comprando tudo", afirma Luiz Fernando Loene Vianna, presidente da Copel - s�cia da State Grid em tr�s linhas de transmiss�o, num total de 2.572 km. "Eles s�o muito s�rios nas obriga��es e nos aportes que precisam fazer." As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.