S�o Paulo, 25 - Para driblar o desemprego ou complementar a renda, muitos brasileiros t�m prestado servi�o de motorista por meio de aplicativos como Uber, Cabify e Will Go. Al�m de outros investimentos para se tornar um profissional do ramo, quem atua na �rea deve ter o cuidado de colocar na planilha de gastos um seguro de carro mais caro. Ainda "pisando em ovos" nesse mercado, as seguradoras entendem que um carro utilizado para transporte de passageiros via aplicativo est� na mesma categoria de um t�xi.
"Ainda que mais caro, � muito importante que quem estiver atuando como motorista do Uber (ou outros aplicativos do g�nero) se preocupe em fazer a mudan�a na ap�lice do carro para n�o ter nenhuma surpresa desagrad�vel em caso de sinistro, porque a seguradora pode n�o dar cobertura", explica o professor da Escola Nacional de Seguros Bruno Kelly.
Para o cadastro, os aplicativos s� exigem o seguro de passageiros conhecido como APP, que custa cerca de R$ 80 por ano. Por�m, quem j� tinha seguro de carro como ve�culo de passeio e quer continuar tendo cobertura em caso de colis�o, inc�ndio e roubo vai ter de pagar mais caro para isso.
O motorista parceiro do Uber Ricardo de Oliveira, de 41 anos, estava trabalhando pelo aplicativo h� apenas dois meses quando fez o endosso do seguro do seu carro ainda no ano passado. "Ficou R$ 300 mais caro e pesou naquele momento inicial, quando eu j� tinha de fazer outros investimentos, como o seguro APP e um celular melhor", disse Oliveira, que trabalhava antes na �rea de seguran�a particular. Mas o investimento parece ter valido a pena. No fim de junho, bateu o carro em uma rodovia quando estava a passeio e conseguiu que o seguro cobrisse o conserto e fornecesse um outro autom�vel de locadora para que pudesse continuar trabalhando.
Em plataformas que comparam cota��es, como a da corretora Bidu e a da Compara Online, por exemplo, o "Seguro Uber" j� consta na prateleira de produtos dispon�veis. Os pre�os chegam a superar em 50% o de seguros de ve�culos particulares, de acordo com levantamento feito em junho pela ComparaOnline.
"Observamos um aumento de 10 vezes no n�mero de pedidos desse tipo de cota��o", afirma o diretor da empresa, Paulo Marchetti.
O diretor de marketing da corretora Bidu, Maur�cio Antunes, explica que o uso comercial do carro � sempre considerado um agravo. "A cota��o depende de muitas vari�veis, mas, nesses casos, o motorista n�o escolhe o trajeto, circula muito mais, ou seja, est� mais exposto ao risco". Ainda segundo o diretor, a comercializa��o do produto na plataforma quadruplicou entre abril e junho.
A reportagem apurou que, entre as seguradoras que j� est�o atuando nesse segmento de mercado est�o a Porto Seguro, a Tokio Marine e a SulAm�rica.
O diretor-geral da Porto Seguro, Luiz Pomarole, no entanto, diz n�o se tratar de uma modalidade de seguro totalmente nova, mas uma deriva��o de uma que j� existia, a "de transporte de pessoas", como � o caso das vans escolares. "O mercado est� analisando a recente libera��o da Prefeitura de S�o Paulo para a opera��o desse tipo de transporte e agora as companhias de seguros ter�o melhores condi��es de estipular as regras de aceita��o e as taxas", disse.