Bras�lia, 29 - Apesar de o governo ter encaminhado o projeto de lei que trata do reajuste e do b�nus que receber�o os servidores da Receita Federal, a categoria deve seguir em paralisa��o at� a aprova��o do texto pelo Congresso. Desde quinta-feira, 28, o sindicato dos auditores (Sindifisco) realiza uma assembleia para decidir sobre a continuidade da greve, e os resultados parciais indicam que a maioria � favor�vel a manter a mobiliza��o.
Em 14 de julho, os auditores iniciaram uma opera��o-padr�o, deflagrada �s ter�as e quintas, que resultou em atrasos na libera��o de mercadorias e no embarque e desembarque de passageiros. A nova etapa seguir� o mesmo calend�rio, mas o foco da "meta zero" ser� a libera��o de cargas e tarefas administrativas, com potenciais impactos sobre o com�rcio exterior e a arrecada��o.
"N�o vamos causar preju�zos a passageiros, at� por conta dos Jogos Ol�mpicos", disse o presidente do sindicato, Cl�udio Damasceno. Nos momentos de maior embate entre a categoria e o governo, a proximidade dos jogos chegou a ser usada como instrumento de barganha pelos servidores.
Os auditores querem manter a press�o sobre o governo para que o projeto tramite em regime de urg�ncia, de forma que os benef�cios financeiros sejam recebidos j� em agosto, conforme previsto inicialmente. O presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), teria se comprometido com uma tramita��o c�lere, mas at� agora o projeto est� sendo apreciado em regime de prioridade. Se aprovado, ainda ter� de passar pelo Senado.
O pedido do Sindifisco era pela edi��o de uma medida provis�ria, que tem efeitos imediatos, mas o governo n�o atendeu o pleito. Com isso, o sindicato teme que o tempo de tramita��o no Legislativo postergue a concess�o dos reajustes, gerando preju�zos aos servidores, segundo Damasceno. N�o � a primeira vez que a categoria utiliza seu poder sobre os cofres p�blicos para conseguir acordos vantajosos e acelerar suas demandas.
Ao todo, os servidores da Receita devem receber um reajuste de 21,3% em quatro anos, cujo impacto ser� de R$ 2,097 bilh�es em todo o per�odo. Al�m disso, est� previsto um b�nus de efici�ncia, pago inclusive a servidores inativos, que custar� R$ 6,479 bilh�es at� 2019, segundo c�lculos do governo enviados ao Congresso Nacional.