Bras�lia, 01 - A inadimpl�ncia da Caixa no primeiro trimestre deste ano acendeu a luz amarela no banco. Mesmo com a venda de carteiras, o n�vel de atrasos acima de 90 dias fechou em 3,51%, bem pr�ximo � m�dia do mercado, que foi de 3,55%. No segundo trimestre, o banco conseguiu reduzir a inadimpl�ncia e se distanciar novamente dos concorrentes privados, antecipou � reportagem o presidente da Caixa, Gilberto Occhi. Os n�meros ainda n�o foram divulgados.
"N�o suportamos uma inadimpl�ncia acima da do mercado. Essa redu��o � talvez o segredo da melhoria do resultado no segundo trimestre. Poderia ser melhor? Sim, se tiv�ssemos a oportunidade de vender carteiras no mercado", afirmou.
Sem essa op��o, o banco investiu em outras frentes. Criou uma diretoria espec�fica para cuidar da redu��o da inadimpl�ncia e das provis�es que � obrigado a fazer para cobrir o risco de calotes dos clientes. A provis�o contra inadimpl�ncia da Caixa cresceu 22% nos primeiros tr�s meses em rela��o a igual per�odo de 2015.
O n�vel de calotes no cr�dito ao consumo das fam�lias subiu de 5,81% para 6,42% no �ltimo ano, mas caiu em rela��o aos mais de 7% do final de 2015, em parte devido � venda de carteiras de cr�dito com presta��es em atraso, parte delas j� baixadas a preju�zo.
Criada 15 dias depois de Occhi assumir a chefia do segundo maior banco do Pa�s, a diretoria focou nos maiores clientes, nos empr�stimos imobili�rios a empresas, em opera��es corporativas, de infraestrutura e com governos. Nos segmentos de empresas e habita��o, os atrasos alcan�aram no primeiro trimestre de 2016 n�veis recordes desde que o banco passou a ser usado pelo governo como a locomotiva de cr�dito, logo ap�s a crise de 2008.
Qualquer redu��o no n�vel de inadimpl�ncia dos financiamentos � casa pr�pria tem impacto significativo no n�mero total porque a carteira imobili�ria representa quase 60% do cr�dito total. "N�o � um milagre, � trabalho com foco", afirmou Occhi.
Depois de ser protagonista na expans�o de cr�dito no Brasil nos �ltimos anos, com crescimento da carteira at� superior a 40% ao ano, a Caixa passa por brusca desacelera��o na concess�o de empr�stimos e financiamentos. Fechou 2015 com aumento de 11,9%, ritmo bem menor do que os 22,4% de 2014 e os 36,8% de 2013. Occhi antecipou que a expans�o no segundo trimestre deve ficar entre 7% e 8%, quase o dobro da m�dia verificada entre os concorrentes.
Com a recess�o prolongada, a inadimpl�ncia aumentou, o que obrigou o banco a fazer provis�es maiores para cobrir eventuais calotes. A exig�ncia diminuiu o lucro do banco, que n�o contar� com novas inje��es de recursos do Tesouro e depende de lucros retidos para refor�ar o capital.
A queda de 46% no lucro do primeiro trimestre foi impactada, principalmente, pela provis�o de R$ 700 milh�es para as eventuais perdas com a Sete Brasil, empresa criada para construir e fornecer sondas para explora��o do pr�-sal. A empresa entrou em recupera��o judicial no fim de abril, ap�s o fechamento do balan�o do trimestre. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.