S�o Paulo – Os brasileiros est�o mais prudentes para contratar linhas de financiamento para consumir neste ano e temerosos quanto ao comportamento da infla��o, segundo pesquisa da Associa��o Nacional das Institui��es de Cr�dito, Financiamento e Investimento (Acrefi) e da TNS Brasil, empresa de pesquisa de mercado. O levantamento, feito em junho, mostrou que 85% dos brasileiros n�o estavam propensos a se endividar em 2016. Em mar�o, o indicador estava em 81%.
A pesquisa mostra tamb�m que cresceu a preocupa��o dos brasileiros com o custo de vida. Da amostra ouvida, 28% consideram que o combate � alta dos pre�os ao consumidor deve ser a prioridade da Presid�ncia da Rep�blica, ante 18% no levantamento anterior. Al�m disso, 93% afirmam que a infla��o impacta seu consumo e 89% afirmam que o impacto recai na tomada de novos empr�stimos. “A sociedade come�a a criar a prioridade muito mais micro, saindo de um contexto institucional. Isso est� muito claro porque a infla��o afeta o poder aquisitivo, que � o ponto central”, avaliou o consultor econ�mico da Acrefi, Nicola Tingas.
A percep��o dos entrevistados de que a redu��o de juros (a taxa do juro b�sico da economia est� em 14,25% ao ano) deve ser a prioridade para o governo federal aumentou de 7% em mar�o para 11% em junho. J� a reforma pol�tica caiu de 35% para 23% na mesma compara��o. A pesquisa foi feita com 1 mil entrevistados de todo o Brasil entre 27 de junho e 5 de julho, informaram as institui��es respons�veis.
O levantamento feito pela Acrefi e a TNS Brasil indicou, ainda, que os consumidores reduziram seu pessimismo em rela��o ao pa�s, apesar da perman�ncia das preocupa��es com os empr�stimos e os gastos.
O percentual dos otimistas em rela��o ao futuro cresceu de 16% em mar�o para 18% em junho. O pessimismo, por outro lado, caiu de 12% para 6%. A �nfase na “preocupa��o” em rela��o ao futuro aumentou de 68% para 70% no mesmo per�odo. “Nos �ltimos meses, notamos a retomada da confian�a em todos os indicadores, mas ainda existe uma preocupa��o. Tudo isso est� sendo endere�ado de alguma maneira em um pa�s mais consciente”, disse o presidente da Acrefi, Hilgo Gon�alves.
A percentagem dos que consideram que as medidas econ�micas est�o na dire��o errada caiu de 32% em mar�o para 20% em junho. A fatia dos que veem o Brasil na dire��o econ�mica correta subiu de 22% para 25%. “A popula��o acredita que a proposta de pol�tica econ�mica est� indo no sentido de uma melhora no futuro e isso melhora as expectativas. Em algum momento futuro, o consumidor vai voltar a consumir dentro de novos crit�rios e usar o cr�dito melhor”, avaliou Tingas.
Dos entrevistados, o percentual daqueles que dizem n�o saber se o pa�s caminha em uma dire��o certa ou errada subiu de 46% para 54%. Houve tamb�m um aumento da parcela daqueles que n�o sabem quando a situa��o da economia brasileira vai melhorar significativamente. Enquanto em mar�o a pesquisa n�o registrou pessoas que n�o davam uma data para a previs�o de melhora, esse �ndice atingiu 30% em junho.
Entre os que esperam retomada no segundo semestre, o percentual caiu de 18% para 4%. Para o primeiro semestre de 2017, 15% dos entrevistas esperam melhora, ante 13% no levantamento anterior. “Est� todo mundo olhando para o andamento da pol�tica econ�mica”, observou o economista.
Encargos incertos
A Acrefi projeta a taxa Selic, que remunera os t�tulos do governo no mercado financeiro e serve de refer�ncia para as transa��es nos bancos e no com�rcio, em 13,75% no fim deste ano e em 9,75% em 2017. O economista Nicola Tingas diz que h� um espa�o gradual para a queda nos juros. “A curva da redu��o de juros est� mais lenta, se ajustando ao n�vel de expectativa. Tem gente que pode estar vendo uma redu��o menor ou uma n�o redu��o. Tudo vai depender de como andar o modelo econ�mico e a pol�tica fiscal”, afirma.